GUSTAVO MIOTO

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TRÊS.  FODIDOS. DIAS

Nem mesmo no colégio eu a vi, fiquei louco quando liguei, mandei mensagens e ela só visualização e não me respondia. Posso mentir para ela dizendo que naome preocupo, que não a quero, que está tudo bem como está, mas não para mim.

Eu estou louco por aquela garota, louco! Ela simplesmente faz querer tê-la só pra mim, ela me faz sonhar com coisas que sequer sabia que queria. Me faz sentir coisas, – como a porra de um ciúmes cego – que eu não quero sentir.

Ana Flávia me pegou de um jeito com aquele jeitinho doce dela, com seu sorriso, suas brincadeiras, a maneira como está sempre tentando me manter por perto, sem que eu notasse já estava preso, gamado e louco por ela.

Estou tentando esconder que meus sentimentos por ela deixaram apenas de ser de amigos, que agora tudo que eu faço é pensar nela, querer ela e quando ela me provocou com aquela maneira irritante de sempre me chamar por dois nomes eu fiquei... porra, estou tão confuso com tudo isso.

Esei, que Ana também sente o mesmo, as coisas seriam mais simples se eu simplesmente não pensasse  tanto, mas não quero começar algo com ela para acabar não dando certo. Ferir seu coração é algo que eu não quero nunca fazer, então quero alimentá-las com falsa esperanças de que posso levar isso adiante sem foder tudo mais tarde.

É do meu feitio foder tudo.

Com a cabeça fria, no lugar e calmo me arrumei pra ver de perto se a minha amiga realmente foi parar naquela balada com Pedro e não comigo.

Sim, eu estou sendo a porra do amigo ciumento.

As luzes daquele lugar quase me cegaram assim que entrei, o local sofisticado estava repleto de jovens da minha idade, o cheiro da bebida e cigarro misturados no ar me fez querer dar meia volta e sair correndo dali.

Só de pensar que posso encontrar a minha nanica, fazendo e usando as mesmas coisas que eu uso e faço quando estou querendo tirar minha mente da órbita.

Vejo muita gente no centro da pista de dança, os bancos ocupados, o DJ curtindo e levando a galera a loucura. Vejo Lucas e Cloe no amasso, parte de mim fica tranquila quando vê que não é Ana Flávia ali, mas outra parte me lembra que ela pode estar em outro lugar dando o maior beijo em Pedro, tenho vontade de vomitar só de imaginar.

Rodo e a procuro por toda parte e quando não a vejo ali sinto-me parcialmente aliviado, só então que me dou conta que o "fiel " escudeiro de Lucas, não está lá.

— GUSTAVO! VOCÊ VEIO! PORRA GATINHO, COMO É BOM TE VER SOZINHO OUTRA VEZ! – encaro Teresa sem entender nada e quase caio para trás quando ela se joga contra o meu corpo  é se agarra em meu pescoço. Ela gritava em meu ouvido por conta da música alta. — Finalmente conseguir de ver sem aquele projeto de carrapato grudado em você.

Solto-a rapidamente como se ela estivesse com algum tipo de doença altamente contagiosa , e sem remorso algum mostro-lhe minha cara de nojo.

— Mandou muito mal quando se referiu a Ana Flávia dessa maneira Teresa. — digo em seu ouvindo demostrando toda minha raiva , ela me empurra de cara fechada.

— Não sei o que você e a metade do colégio naquela garora, sou muito mais eu!

— E eu sou muito mais ela!

É a última coisa que eu grito antes de dar as costas para voltar a minha busca. No decorrer da minha procura pego uma bebida para tentar relaxar. Volto a zanzar pelas pessoas e é quando tenho um vislumbre dos cabelos preto que eu adoro.

Puta merda, ela veio mesmo.

Esqueço raiva, ciúmes, qualquer sentimento ruim que eu tinha e concentro apenas em o quanto Ana Flávia está linda. É o que eu posso afirmar diante de tantas luzes que piscam quase me cegando. Sinto-me suando frio quando vejo que Pedro está literalmente babando em cima dela.

APRENDIZ/ MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora