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Demônio 🚬🥊

Eu sei que o moleque tava com fome, nunca que eu ia deixar ele ir embora sem nem ter tomado café.

Apesar de minha favela não ter perigo, eu não vou mandar o menino pra casa uma hora dessa, vou mandar ele dormir aqui, e logo amanhã vou lá conversar com a mãe dele.

Ele tá bem magro, precisa de cuidados.

Como eu nunca observei isso? Como nunca me falaram? Falhei feio.

Já passei a visão pra levarem umas coisas pra casa da mãe dele.

Me culpei por não ter ajudado, papo reto.

Demô: não atrapalhou em nada, senta aqui. - digo puxando a cadeira e ele veio e sentou.

Fui até o armário e a geladeira, peguei suco, pão, margarina, queijo e presunto, as parada lá.

Ruan : quanto tempo que eu não como assim - ele diz comendo e tava nítido nos olhos do menino que ele tava emocionado.

Demô: fica a vontade, coma o quanto quiser - digo mordendo meu pão.

Eu nem tava com fome, mas pra ele não ficar com vergonha sentei junto.

Ruan : eu sei que é uma falta de educação isso que eu vou falar. - ele diz e eu o olho querendo saber - eu posso comer esse pão, e o outro levar pra minha mãe? - ele diz.

Demô: fique tranquilo - digo - coma os dois, já mandei levar umas parada pra tua mãe, e avisaram que você tá comigo. - digo.

Ruan : valeu ai demônio, nunca vou esquecer disso, papo reto - ele diz mordendo o pão. - o que tu tá fazendo por mim, não tem nem palavras.

Daí eu já percebi que o menino é grato, não fiz quase nada e tá agradecendo como se eu tivesse dado o mundo.

Esse muleque me ganhou fácil.

Sortudo, eu diria.

Depois que terminamos de comer, que eu tive certeza que ele realmente não estava mais com fome, levei ele pro quarto reserva daqui e falei pra ele dormir, de início ele ficou com vergonha mas depois foi de boa, falei que se quisesse tomar banho tinha o banheiro, e escova de dente nova.

De lá fiz tudo que tinha que fazer e fui pro meu quarto.

Quando abri a porta que entrei a loira acordou tomando um susto.

Eu nem lembrava que ela tava aqui.

Demô: pô desculpa, nem lembrei - digo entrando no quarto.

Nanda : vindo de você eu imagino - ela diz coçando os olhos toda descabelada, com uma cara de sono da poxa - que horas são? - ela pergunta.

Demô: três da manhã agora - digo olhando no relógio e tirando a camisa - volta a dormir, nestante eu tô te levando pra casa. - digo.

Nanda : hum - ela diz - e o menino? - ela pergunta e eu me deitei na cama - nossa meu, vai tomar um banho - ela diz.

Demô: você nem tomou sua sebosa - ele diz.

Nanda : tomei sim - ela diz tirando o cobertor de cima dela.

Essa diaba tava só com uma blusa, e calcinha de renda branca.

Virei o rosto e passei a mão, quero nem olhar.

Nanda : você não me respondeu. - ela diz se cobrindo de novo.

Demô: situação complicada. - digo pegando o cobertor e me cobrindo - tô de cabeça cheia, me culpei pra caralho porque nunca observei isso - digo - mas amanhã tudo se resolve.

Nanda : entendi - ela diz chegando mais perto de mim e eu virei o rosto - impressão minha ou você tá me evitando? - ela pergunta.

Me viro pra ela.

Demô: era só virar e tome - digo puxando a cintura dela para perto, fazendo sua nunca encaixar no meu pau.

Nanda : demônio - ela reclama rindo e logo depois essa diaba vira pra mim - qual seu nome? - ela pergunta alisando meu rosto.

Acha que me engana, fazendo isso só pra mim cair na dela e falar.

Demô: noé - digo e ela bufa - noé da sua conta, curiosa. - digo.

Ela virou toda estressadinha, resolvi nem mexer, deixei ela quieta, minha vontade era de jogar ela aqui de lado e fuder ela todinha, mas ela tá cansada, eu também, ai deixei pra lá.

Quebra.de.tempo.

Fernanda ✨ 🤯.

Demô: ei - sinto me balançando e eu acabo despertando - tá na hora.

Passo a mão no rosto tirando todo o cabelo do rosto, tento raciocinar o que tava acontecendo.

Levantei da cama sem nem saber o que eu ia fazer, ai só vi ele me olhando e eu sem entender.

Demô: que que cê tá procurando? - ele pergunta.

Nanda : não sei - digo coçando o olho e ele deu risada.

Só sei que ele se abaixou lá pegou alguma coisa e me deu, ai eu vi que era meu short, percebi que eu tava só com uma blusa e minha calcinha de renda.

Vesti meu short fui no banheiro, vi que a escova que ele tinha me dado tava aqui, usei e passei a mão no cabelo ajeitando, sai do banheiro e ele já tava pronto.

Saímos, ele me chamou pra tomar café mas eu não quis não, o menino que dormiu aqui acordou, ai fomos nós três, ele me deixou em casa, e voltou pro morro, estranhei porque ele tinha dito que não podia vir pra cá, e hoje me trouxe.

Corri pra me arrumar, e minha mãe tava falando um monte no meu pé de ouvido, perguntando quem veio me trazer o os caralho a quatro.

Depois fomos abrir o salão.

Meu pega e não se apega.Onde histórias criam vida. Descubra agora