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Demônio 💪🤬

Aqui estou eu nesse inferno de novo.

Me colocaram numa cela, e os cara quando me viram tudo baixaram a cabeça, fique sem entender, nunca vi esses porra na minha vida.

Ainda bem que meu nome é bem falado.

Dessa vez eu não tô me importando, sei que não vou ficar muito tempo aqui mesmo, capaz de eu sair essa semana

Tenho mais dinheiro que esse povo imagina, poder e respeito, sou uma lenda viva.

Consigo ganhar esse delegado só na lábia.

Eu não vou mentir, por mim eu ficava aqui mesmo, cumpria a minha pena sem caô, mas não posso abandonar minha favela.

E principalmente agora, tenho minha mulher, na real não é ainda, mas pra mim é.

Tá comigo, é meu.

Comigo não tem esse papo não.

Imagina, eu ficar muito tempo aqui, essa porra aruma outro homem, eu voltar e matar os dois, não vai dar certo.

Então é melhor eu voltar, e ir cuidar e manitorar o que é meu.

Isso que se passa na mente do palhaço.

Xxx: você aí, levanta. - um policial aparece abrindo a cela e apontando pra mim. - delegado quer falar contigo. - ele diz.

Levantei na marra mermo, encarei esse pau no cu desse policial, esses cara acha que pode mandar em todo mundo, em mim mesmo não, sair daqui vou matar um por um.

Mas a primeira, vai ser a josson.

Ele prendeu minha mão com algemas, e foi me guiando pra onde ele queria, até eu entrar na sala do delegado.

Xxxx: qualquer coisa é só chamar chefe. - o policial fala me encarando, e eu encarei ele de volta.

Remédio pra um doido, é outro pior.

Ele saiu da sala e fechou a porta.

Estevan. : pode falar demônio, não é a primeira vez que nos encontramos. - ele diz se escorando na cadeira dele.

Demô: poisé. - digo. - quanto vai querer dessa vez? - pergunto olhando bem sério. - trate de falar um valor alto, ao ponto de seus funcionários não baterem na minha favela tão cedo. - digo olhando sério pra ele - não sei de devo confiar em você. - da última vez você falou que eles não iam aparecer, e olha onde eu tô agora. - digo.

Estevan. : você sabe que não é culpa minha. - ele diz. - é a josson. - ele diz - essa mulher cismou com você, e pelo fato dela ser a única delegada, não passo por cima de suas decisões. - ele fala.

Demô: pois dê seu jeito. - digo olhando sério pra ele - se não quando eu sair daqui, o bagulho vai ficar ruim pra vocês. - digo.

Estevan: uma ameaça? - ele pergunta. - pensei que fossemos parceiros. - ele diz.

Demô: nesse mundo ninguém tem amizade com ninguém, apenas coligação. - digo - já decidiu o valor? - pergunto.

Ele escreveu no papel e jogou para mim, li vendo o valor.

Era muito alto, mas nada é alto pra mim, então tanto faz.

Demô: jae. - digo - e que dia eu saio dessa porra? - pergunto.

Estevan : você é o maior traficante do Rio de janeiro, se eu te soltar hoje os próprios polícias vão desconfiar. - ele diz. - no máximo uma semana. - ele diz.

Demô: só vou concordar porque não tenho pressa. - digo. - se esse acordo não for pra valer, amanhã mesmo meus homens entra mata você e quem tiver na frente. - digo olhando e vejo a expressão dele mudar.

Estevan: fique tranquilo, com dinheiro na minha conta tudo se resolve. - ele diz mexendo na gaveta dele e logo ele pegou meu celular - aqui, pode falar com seus homens ai pra  fazerem meu pix. - ele diz - só não pode deixar verem.

Demô: tô ligado. - digo me levantando - acorde fechado. - digo.

Ele levantou da mesa e foi até a porta abrindo, chamou alguém e logo aquele pau no cu veio pra me levar.

Me levou até a cela e entrei, sentei no meu canto de boa, e já fui avisar aos meus o que tinha que ser feito.

Fernanda 🤯🤪.

Agora me encontro deitada na minha cama, só desci do quarto pra comer, minha mãe está calada comigo depois que descobriu aquilo, e eu não quero forçar.

Na real é que eu tô perdida, minha mente tá longe, eu tento esquecer mais sempre lembro do Marlon.

Vejo que meu celular começou a tocarz logo vendo o número do demônio, fico sem entender e desligo a ligação, vendo que tinha mensagem dele.

Whatsapp.

Marlon. : tô bem minha demônia, precisa se preocupar não.
Marlon: só vou passar uma semana aqui.
Marlon. : nestante seu demônio tá aí de novo pra perturbar sua mente.

Me : Marlon?
Me : como tá conseguindo ficar com o celular?
Me : que bom que tá tudo bem.
Me : tava aqui com a mente a bilhão.

Marlon : tô quieto no meu canto, o delegado liberou pra mim, aí tô mechendo escondido.
Marlon : pede ficar tranquila loira, aqui tá de boa.
Marlon: tô tranquilo, já que você tá bem, pelo que eu tô sabendo o morro tá tranquilo, então tá tudo de boa.

Me: tá bom, agora guarda o celular pra não dá ruim pra você.
Me: já sei que você tá bem, tô mais tranquila.
Me: não deixa de manter contato
Me : te amo.

Marlon: pode ficar de marola.
Marlon : demônio também te ama.

Dei risada e joguei o celular na cama.

Mesmo assim ele deu um jeito de pegar o celular, esse cara é uma comédia.

Eu acho meio estranho quando ele fala que me ama, e ao mesmo tempo ativa a criança interior dentro de mim, amo real.

Deitei e voltei a dormir, em pleno sábado sem nada pra fazer, sem meu "demônio pra me perturbar. "

Sem minha mãe pra conversar.

Yasmin deve tá ocupada

Difícil.

....

Meu pega e não se apega.Onde histórias criam vida. Descubra agora