25

6.6K 303 24
                                    

Demônio. 💪🤫

Hoje eu acordei com a mente a bilhão, vários problemas no morro, e mesmo não podendo, hoje eu vou lá fazer um chekaup surpresa.

Eu confio em quem trabalha lá, mas nesse mundo do crime todo mundo é traiçoeiro, tem que ficar esperto.

Acordei hoje cinco da manhã, tomei um café improvisado aqui, fumei um baseado pra começar o dia.

E não sei o que deu em mim, tava sentindo falta de algo, logo me liguei, Fernanda.

Essa menina tá mechendo comigo de um jeito inexplicável, eu não consigo me expressar, mas sei o quanto ela tá ficando importante pra mim, eu considero isso um pouco perigoso, mas vamos deixar rolar.

Ainda bem que tá perto dela vir me vê.

Peguei meu celular.

Whatsapp.

Tropa.

Xxx: quero atividade aí hoje em, sem enrolação, se eu pisar o pé nesse caralho e não tiver nos conformes, alguma cabeça vai rolar. - mando um áudio.

Saio do grupo e entro na conversa da Fernanda.

Me : bom dia, minha diaba loira.
Me : dormiu bem?
Me: tô sentindo sua falta, sábado quero você aqui, se eu conseguir eu te levo pra algum lugar.

Desliguei o celular, vesti meu colete por debaixo da blusa, peguei minha pistola, minhas balas, minha carteira, meu celular e sai de casa trancando tudo.

Aproveitar que esse horário tá sem movimento.

Meu carro é preto, vidro fumê, aqui eu uso identidade falsa, óculos escuro, tudo nos conformes pra ninguém desconfiar.

Sem contar que eu não do trela, e nem falo com ninguém aqui.

Piei pra minha favela.

Cheguei lá tava tudo nos conformes, e comecei a trabalhar também, hoje eu só volto pra casa de noite.

Matar a saudade do meu lugar, não vejo a hora da poeira abaixar, e eu voltar.

No meio do trabalho meu celular vibrou, olhei vendo que era mensagem dela.

Whatsapp

Diaba loira. : bom diaa Marlon.
Diaba loira: acabei de chegar aqui no salão.
Diaba loira: dormi sim, e vc?
Diaba loira: tbm tô sentindo sua falta, sábado provavelmente eu tô aí, tá bom?
Visto.

Me: dormi sim, faltou vc.
Me: provavelmente não, vc vem.
Me : bom trabalho loira.

Diaba loira : se vc diz, tá dizido 🤣.
Diaba loira : bom trabalho tbm.

Desliguei o celular e voltei pra atividade.

Eu acho engraçado ela avisando que chegou nos lugares, sabendo que eu sei todo caminhar dela.

Muitos me acharam tóxico, mas eu só tô cuidando do que é meu. 🤷

Voltei pra atividade.

Quebra de tempo.

Entrei na salinha para ver como está indo o encaminhamento das drogas, até que meu radinho começa apitar sem parar.

Caralho, essas porra não me deixam em paz.

Xxx: chefe cola aqui em baixo rápido, apareceu duas viatura aqui na frente, e não querem mandar a visão. - meu aliado fala.

Demô: pode deixar que eu vou colar nessa porra agora. - digo.

Pego o radinho geral.

Demô: quero quinze na entrada, cinco no beco, e dois na montanha, sem enrolação porra, polícia na área, vou botar esses pau no cu pra ralar. - digo.

Essas porra tão achando que aqui é bagunça, chega na minha área, vou botar todo mundo pra ralar agora.

Carreguei minhas arma tudo, tava com duas nas costa, duas pistola na frente do colete, e uma trinta e oito na mão.

Desci a ladeira vendo os meninos tudo na entrada armado, enquanto as duas viaturas estavam paradas na entrada.

Por isso que eu gosto desses cara, ficaram tudo na postura encarando as viaturas sem temer, e sem arregar, orgulho em dizer que são meus.

Fui passar e ele abriram espaço me deixando passar no meio, parei bem na frente dos meus homens, e cruzei os braços.

Demô: manda o papo, quem que tá na liderança de vocês.? - pergunto já cheio de ódio na mente.

Logo a porta de uma das viaturas abre, e quem sai é a mais temida.

Demô: tinha que ser você né, josson. - digo após a loira descer do camburão.

Josson é a polícial mais temida em todas as favelas do Rio de janeiro, e por incrível que pareça, o único lugar que ela não pisa o pé, é na minha, porque da última vez, eu quase matei ela.

E por ela não pisar aqui, esse fato intimidou ela de uma forma, que o que ela mais quer é me matar, o que ela não vai conseguir tão cedo.

Ou morre eu, ou morre ela.

Josson : pra sua felicidade, eu mesma. - ela diz e logo em seguida todos os policiais que veio com ela, subiram no camburão.

Dei uma risada sincera e ela ficou sem entender.

Demô: cês tão achando que vão me intimidar assim? - pergunto.

Xxx: você tá tirando muita onda, abaixa a bola. - um policial grita apontando uma arma prá cá.

Demô: abaixa a bola você, meu papo é com ela. - grito no mesmo tom. - você sabe muito bem das regras, principalmente a que você não é bem vinda na minha favela. - digo olhando pra ela sério.

Ela estava me olhando com sague nos olhos.

Josson : me trabalho é esse, e como você bem sabe eu já matei três aliados seus, de morros diferentes, e com você não vai ser diferente, Demônio. - ela diz me olhando.

Demô: se você é essa mulher toda, dê mais um passo pra vê se eu não pistolo essa sua cabeça loira toda. - digo olhando pra ela. - se quiser pode começar o confronto agora.

Josson : vocês tão em maioria, aí é fácil. - ela diz.

Demô: não gostou? Chame os teu. - falo. - agora eu vou mandar a visão, ou você arrega, ou você vai conhecer o demônio aqui na terra, e o do inferno. - digo.

Josson : eu não tenho medo das suas ameaças. - ela diz - eu vou, mas que fique bem claro que  eu volto, e pode ter certeza que minha BOPE vem junto. - ela diz.

Fico encarando ela, até ela dar as costas e começar a andar em direção a viatura.

Fico encarando os policiais.

Demô: e espero que vocês lembrem que minha favela não é bagunça. - grito para escutarem - da próxima vez a conversa vai ser bala na cara. - grito e vejo as viaturas saindo.

Minha favela não é bagunçada, por esse lugar aqui eu mato e morro.

...

Meu pega e não se apega.Onde histórias criam vida. Descubra agora