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Demônio 🚬🥊.

Tava na minha de boa subindo pra boca, quando escutei uma voz pedindo socorro dentro de um beco.

Essa voz é conhecida.

Entrei no beco dando de cara com minha loira gritando.

a MINHA LOIRA.

Eu me descontrolei total, o verdadeiro demônio desceu dentro de mim, dei três tiro de vez o cara caiu no chão gritando de dor.

Logo o th entrou correndo e foi até a Fernanda, eu nem sei se ele tirou ela de lá, na hora eu só queria matar aquele desgraçado da pior forma possível.

Fui pra cima e matei no soco mesmo, quero nem saber.

Vai pro inferno.

Quando eu vi que ele tava desfalecido mesmo me sai, tava cheio de sangue, uma coisa horrível.

Pedi no radinho pra derem jeito nesse corpo.

Era pra mim ter feito ele mesmo cavar a cova dele.

Tem nem direito a cova, queimar vivo.

Eu só tava pensando nela, a voz dela pedindo socorro passava na minha mente a todo momento.

Me transformei.

Sai olhando pros lados procurando ela, eu tava desesperado querendo saber como ela tava, certeza que ela tá na casa da amiga.

Fui em direção a casa, mas vi que eu tava todo melado de sangue, vi as pessoas olhando de suas casas, parei pra raciocinar, passei a mão no rosto nervoso.

Eu nunca fiquei desnorteado assim.

Voltei e comecei a ir em direção a minha casa, vi alguns dos meus entrando no beco, mandei queimar mermo.

Entrei pra casa , corri pro banheiro pra tomar banho, quando tomei um banho de verdade me arrumei, peguei minhas coisas, minha moto e piei lá pra casa da amiga dela.

Estacionei e desci, bati na porta e a amiga dela abriu.

Demô: cadê ela ? - pergunto. - me deixa falar com ela, por favor. - peço. - como ela tá? - pergunto.

Eu nunca peço nada, que diabos você tá fazendo demônio?!

Yasmin: calma - ela diz - ela já tá melhor, mas ainda tá um pouco em choque por conta de um trauma. - ela diz - entra.

Demô :  que trauma?- pergunto.

Yasmin : depois ela te explica. - ela diz dando espaço para mim entrar, entro e vejo ela sentada no sofá um pouco encostada, th sentado na poltrona.

Sentei do lado dela e ela nem olhou pra mim, tava com seu olhar em um ponto fixo.

Yasmin: vamo deixar eles dois conversar. - ela diz chamando o th e ele levanta, e os dois vão para algum cômodo.

Demô: olha pra mim - chamo ela - por favor. - chamo de novo.

Ela parecia estar perdida nela mesma.

Até que ela olhou pra mim.

Demô: me perdoa? - pergunto.

Pela primeira vez, eu pedi perdão para alguém.

Nanda : a culpa não foi sua. - ela diz.

Demô: mas pra mim tá sendo como se fosse - digo - eu queria ter te protegido de tudo na hora, e isso aconteceu dentro da minha favela, eu não sei nem mais o que falar - digo pesando a mão no rosto nervoso.

Nanda : não precisa dizer nada. - ela diz me olhando - não foi sua culpa, e se isso te deixa mais tranquilo, eu te perdôo mesmo você não tendo feito nada de errado. - ela diz - ao contrário, obrigada por ter me ajudado.

A puxei para perto de mim, e ela apoiou sua cabeça em meu peitoral, fiz um "carinho" do meu jeito no cabelo dela.

Eu não sei fazer carinho, eu não sei ser carinhoso, eu não sei nada nessa porra.

Demô: você já sofreu um trauma em relação a isso ? - quebro o silêncio - se não quiser falar não precisa.

Nanda : não sei se me sinto confortável pra isso. - ela diz - só duas pessoas sabem, minha mãe e a Yasmin, as únicas que eu consegui contar. - ela diz.

Demô: tá bom - digo.

Nanda : eu sofri abuso do meu próprio pai. - ela diz e meu coração gelou na hora - com 5 anos de idade, eu lembro como se fosse hoje. - ela diz de cabeça baixa. - era horrível, eu era apenas uma criança, não merecia aquilo. - ela diz - até que minha mãe foi me dar banho e viu que minha calcinha estava com sangue. - ela diz.- Ela me perguntou o que tinha acontecido, se eu tinha caído ou algo do tipo, e eu só conseguia dizer que tinha sido ele. - ela diz.

Demô: porra - digo - e como ela descobriu?- pergunto.

Nanda : ela ficou sem acreditar. - digo - me levou pro médico, fiz exame, e quando voltamos pra casa, ele negava com todas as forças, dizia que eu tava mentindo, que minha mãe tava louca de acreditar em mim. - ela diz - depois disso minha mãe não me deixava mais sozinha, quando fomos buscar o exame o resultado mostrou que eu tinha mesmo sido abusada, foi uma burocracia, queriam chamar a polícia, enfim, voltamos pra casa e ele não estava mais lá, nem as roupas nem nada, e até hoje eu nunca mais vi ele. - ela disse.

Ela tava chorando.

Demô: desculpa por te fazer lembrar disso. - digo - olha aqui pra mim. - digo levantando o rosto dela - independente do que acontecer, se a gente tiver conversando ou não, não importa, enquanto eu ainda tiver nesse mundo, eu nunca vou deixar nada acontecer contigo, tá me escutando? - digo olhando pra ela.

Nanda : tá bom - ela diz olhando pra mim. - promete? - ela pergunta.

Demô: tô dando minha palavra de homem. - digo.

Até que a Yasmin sai do quarto com o th.

Yasmin: desculpa atrapalhar. - ela diz - quer deitar amiga? - ela pergunta.

Nanda : não - ela diz- desculpa amiga, mas eu vou pra casa. - ela diz levantando.

Yasmin: tem certeza disso? - ela pergunta e Fernanda concorda - você leva ela lá? - ela pergunta por th.

Demô: pode deixar que eu levo ela - digo. - vamo? - pergunto.

Ela concorda vai se despedir do th e da amiga.

Sai pra fora e me encostei na moto, depois ela saiu com a mochila, ajudei ela subir e dei partida.

Eu nem posso tá saindo assim do morro, tô me arriscando um pouco.

Aqui tem uma segunda diaba loira, só que dessa vez é uma policial, e a mulher é braba pra porra, pior do que os homi.

E pra variar, ela quer me matar, essa satanás.

Mas quem vai matar ela sou eu.

Ai ela vai ver que é o demônio, aqui, e no inferno.

...

Nanda : valeu. - ela diz descendo da moto e tirando o capacete. - desculpa pelo transtorno.

Demô: não me peça desculpas por algo que não foi você que causou, muito men

Meu pega e não se apega.Onde histórias criam vida. Descubra agora