Com os braços cruzados, analiso Malia, com as mãos presas para trás, me olhando de forma mortal, mas tão inocente ao mesmo tempo.
— o que custa você me deixar em paz? — suas palavras sai amargas, e eu dou uma risada, me aproximando dela.
— Malia, entenda que enquanto eu existir, você não vai se livrar tão fácil — digo, me agachando na sua frente, já que ela está sentada na beira da cama.
— você é uma filha da puta, uma psicopata fudida! — ela joga as palavras na minha cara, virando o rosto em seguida.
Suas palavras não me afetam em nada, eu sei que sou uma psicopata a sangue frio, mas eu não tiro a vida dos inocentes. Apenas daqueles que merecem conhecer o inferno.
— do que você tem tanto medo? De descobrir o restante da verdade? Ou de eu colocar um fim no seu pai? — tombo a cabeça para o lado, apoiando as mãos em suas pernas.
— por que quer tanto matar meu pai? — ela se vira, me olhando com curiosidade.
— por que ele é nojento, Malia! Quando você vai se lembrar de todas as vezes que ele se aproveitou de você? E além do mais, fingiu se juntar aos policiais do estados unidos para ajudar nossas famílias, mas o que ele fez? Matou meu pai para tentar conseguir o poder! — falo, mantendo minha voz calma, me levantando, fazendo-a me seguir com o olhar.
— então as lembranças são verdadeiras — ela sussurra, abaixando o rosto, suspirando.
— são sim, mas você não está preparada pra isso — suspiro, passando a mão entre o cabelo.
— eu não ligo se vai matá-lo, desde que me deixe em paz — ela fala, em um tom sério, me fazendo olhá-la.
— não posso, não consigo — falo, sentindo uma sensação estranha me atingir. — eu realmente queria poder te manter longe, mas de qualquer maneira você está ligada a mim — confesso, vendo-a se levantar.
— isso não vai nos levar a lugar nenhum, você jamais poderá ficar comigo, você é uma professora, e eu uma mera estudante — ela diz, fixando seu olhar no meu.
— e quem disse que eu ligo pra isso? — solto uma risada sem humor, dando um passo à frente, sentindo o calor de seu corpo. — eu não ligaria se precisasse jogar tudo pro alto, matar quem for, ou ficar anos atrás das grades só para tê-la do meu lado — falo, reparando que ela engole seco.
— você mente fodidamente bem, Cantrall — ela suspira, dando um leve sorriso. — mas eu não acredito em você, agora me solta — ele pede, virando o rosto para o outro lado.
Tão complicada.
— não estou afim — falo, virando seu rosto. — você parece ser tão inocente — passo os dedos sobre sua pele, notando que o batom vermelho está borrado, me lembrando de Dylan.
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SUSSURROS DA MEIA-NOITE | Kylia
Fiksi PenggemarDurante a madrugada, uma série de assassinatos atinge a cidade, aterrorizando a todos. Malia Baker, determinada a ajudar seu pai na busca pelo criminoso, enfrenta não apenas o medo da morte, mas também o desafio de lidar com sua professora de biolog...