Olho para a grande casa através do vidro escuro, apertando o banco de seu carro com as mãos, não gostando da ideia de entrar nela.
Não sinto mais a mesma vontade de estar em minha própria casa, não sabendo que Robert está lá dentro.
— ei, ele não vai fazer nada com você, tá bom? — viro meu rosto pra Kylie, que segura meu braço com delicadeza.
Balanço a cabeça concordando, tirando as mãos do banco, abrindo a porta do veículo em seguida. Quando estou prestes a sair, Kylie segura meu ombro e eu me viro confusa.
— vai esquecer seu amigo? — ela aponta para trás, me fazendo olhar através dos bancos, vendo o grande urso de pelúcia.
Eu tinha esquecido dessa fofura.
— claro que não, é um presente seu — sorrio de canto, puxando a pelúcia com toda delicadeza que tenho.
Quando puxo ele para frente com um pouco de dificuldade, vejo que o ursinho menor ficou jogado no canto do banco de trás, então deixei o maior sobre Kylie e me ajoelhei no banco, esticando o braço pra pegá-lo.
Assim que o peguei, voltei a posição normal, olhando pra Kylie que tem uma expressão risonha.
— tudo isso por um urso? — questiona, com seu sorriso sarcástico, me entregando o maior.
— não é um urso qualquer, esse é seu — estendo a pelúcia de pelos marrons com um pequeno laço vermelho. Meu sorriso é nítido enquanto abraço o maior com o outro braço.
Mas fico receosa quando Kylie encara o urso em minha mão fixamente, sem fazer nem um movimento, com a expressão neutra, me deixando agoniada por dentro.
— pra mim? — ela ergue o olhar, e noto um brilho em seus olhos.
Talvez por trás dessa pose toda tenha uma mulher bem fofa.
— sim, é pra você sempre se lembrar de mim — a olho com com esperança dela aceitar e suspiro quando ela pega a pelúcia com delicadeza.
— acho difícil esquecer de você, Baker — ela fala em um tom baixo, acariciando a pelúcia, olhando-o com carinho.
— eu vou fazer questão que não esqueça mesmo, Cantrall — falo, fazendo ela me olhar fixamente.
— eu vou te levar até a porta — ela sai do carro, deixando o ursinho sobre seu banco.
Me viro para a porta, saindo do seu carro, um pouco desajeitada por conta do urso. Kylie se aproxima e fecha a porta do veículo, me seguindo em silêncio pelo caminho de pedras até a porta da minha casa.
Assim que paramos em frente a grande porta de madeira branca com detalhes dourados, me viro pra ela, em silêncio ainda.
Aconteceu muitas coisas essa noite, e o que eu menos esperava era sua confissão. Ainda não parece real, mas eu tento acreditar em suas palavras, me iludindo entre suas palavras bonitas.
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SUSSURROS DA MEIA-NOITE | Kylia
Fiksi PenggemarDurante a madrugada, uma série de assassinatos atinge a cidade, aterrorizando a todos. Malia Baker, determinada a ajudar seu pai na busca pelo criminoso, enfrenta não apenas o medo da morte, mas também o desafio de lidar com sua professora de biolog...