[051] "último resquício de esperança, sendo levado pelo vento"

46 9 1
                                    

Estava escuro quando Ae-sook parou, pela última vez, aos portões de Yale, no que seria sua última tentativa de alcançar Su-ho

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estava escuro quando Ae-sook parou, pela última vez, aos portões de Yale, no que seria sua última tentativa de alcançar Su-ho. A brisa fria da noite cortava o campus, e ela se encolheu involuntariamente ─ tinha vindo de regata, acreditando que o dia ensolarado de mais cedo duraria, mas agora, sob as nuvens carregadas e os relâmpagos ameaçadores, sentia arrepios subindo pelo corpo.

Ela esperou impacientemente, o rosto virado para o prédio da biblioteca, onde Su-ho deveria estar, com o céu ocasionalmente iluminado pelos relâmpagos que clareavam seus pensamentos e impulsos loucos. Ela já estava decidida. Se ele tentasse fugir dela de novo, iria simplesmente correr e bloquear o caminho dele, como uma cena de filme dramático que nem mesmo ela faria com seu maior rival. Mas, assim que viu a figura dele sair pelas portas da biblioteca, sua bravura titubeou. Ele parecia focado, com um caderno embaixo do braço, os passos precisos ─ e o olhar completamente distante, ignorando qualquer coisa ou pessoa ao redor.

━━ Lee Su-ho! ━━ ela chamou, a voz um pouco rouca. ━━ Ei! Você aí! É, você mesmo!

Ele parou por um segundo, mas apenas para ajeitar o caderno. Em seguida, continuou andando, sem dar a menor importância a ela, como se fosse uma daquelas pessoas distribuindo panfletos na calçada. Ae-sook bufou, indignada. Aquele teatro de "não te vejo, não te ouço" tinha que acabar. Ela apressou o passo, sentindo o frio que aumentava, agora com os braços cruzados para se proteger, e foi atrás dele.

━━ Su-ho-ya, espera ━━ ela tentou de novo, rindo nervosa e sem jeito. ━━ Já ouviu falar da atriz que cruzou um oceano inteiro só para ser ignorada pelo cara que ela gosta? Não? Pois é, eu também não.

Nada. Nem um sorriso, nem uma resposta, nem um levantar de sobrancelha irônico ─ nada. Su-ho seguia direto ao ponto de ônibus mais próximo, como se estivesse absolutamente sozinho. Os olhos dele olhavam fixamente o asfalto, e, mesmo no escuro, ela podia ver aquele maxilar tenso. Ao fundo, o som de trovões anunciava que a tempestade estava cada vez mais próxima.

Quando o ônibus finalmente parou, Su-ho subiu calmamente, mas Ae-sook, atrapalhada pelo ritmo apressado, tropeçou no primeiro degrau. Tentando se equilibrar, puxou sua bolsa e sorriu sem graça para o motorista, que lançou um olhar cansado, como quem dizia: "O que foi que eu fiz para merecer isso?". Depois de alguns segundos de confusão, conseguiu encontrar o cartão para pagar a passagem e, finalmente, se virou para encarar Su-ho ─ que a observava de canto de olho, embora tivesse um olhar quase impassível.

A única vaga no ônibus ficava ao fundo, e Su-ho olhou de Ae-sook para o assento vazio, indicando com a cabeça para que ela se sentasse. Ae-sook tentou dar uma risadinha para quebrar o gelo.

━━ Ah, tudo bem, eu fico aqui em pé. Assim, né, aproveito o movimento e...

Mas o ônibus deu uma freada brusca antes que ela completasse a frase, e Ae-sook quase perdeu o equilíbrio, segurando-se nas barras de apoio, os joelhos vacilando como sempre.

𝐺𝑖𝑣𝑒 𝑦𝑜𝑢𝑟 ℎ𝑒𝑎𝑟𝑡 𝑎 𝑏𝑟𝑒𝑎𝑘 ❛ true beauty! [¹]Onde histórias criam vida. Descubra agora