𝐺𝑖𝑣𝑒 𝑦𝑜𝑢𝑟 ℎ𝑒𝑎𝑟𝑡 𝑎 𝑏𝑟𝑒𝑎𝑘 ❛ true beauty! [¹]

[059] "o que é pior: quebrar ou ser quebrada?"

isso nunca acaba
meu reino por um beijo em seu ombro
isso nunca acaba
toda minha riqueza por seu sorriso
quando eu tão suavemente dormia sobre ela
tsso nunca acaba
todo meu sangue pela doçura de sua risada
isso nunca acaba
ela é a lágrima que reside em minha alma
para sempre

Lover, You Should've Come Over,
Jeff Buckley

A manhã começou com uma quietude suave, a luz entrando lentamente pela janela, enquanto Su-ho se encontrava desperto, deitado ao lado de Ae-sook. Ele observava cada detalhe do rosto dela, a expressão tranquila e serena que só tinha enquanto dormia. Ele mal se mexia, com medo de quebrar aquele momento, deixando-se embalar por uma espécie de devoção silenciosa. A cada segundo, ele notava algo novo: a curva delicada do nariz, o ritmo calmo da respiração, as mechas de cabelo espalhadas pelo travesseiro. Aquela era a Hong Ae-sook que ele sempre quis ao seu lado, e que naquele instante estava ali, mesmo que sem escolha.

Quando Ae-sook começou a abrir os olhos, Su-ho estava tão concentrado que não se moveu, esperando que ela o visse ali. Assim que ela despertou, foi recebida por um sorriso suave, quase bobo. Por um instante, Ae-sook esqueceu tudo: o drama, o passado, as dificuldades. Aquele sorriso a desconcertou, e ela retribuiu automaticamente, sem pensar, com um sorriso leve e desarmado.

Mas a consciência voltou como um tapa, e ela arregalou os olhos, rapidamente empurrando-o para longe e se levantando da cama de um pulo. O movimento foi tão brusco que ela quase tropeçou e caiu, o que teria sido uma bela adição ao momento. Su-ho, no entanto, apenas riu da situação e, calmamente, levantou-se e se aproximou dela.

Sem se importar com a hostilidade matinal, ele a encurralou delicadamente contra a parede, sem deixar uma saída fácil. Com uma naturalidade que parecia ensaiada, ele ajeitou uma mecha de cabelo dela, que caíra desordenadamente sobre o rosto, como se fosse uma coisa rotineira. Ae-sook fez uma careta e resmungou alguma coisa sobre "estar invadindo o espaço pessoal dela". Com uma expressão teimosa, ela se desvencilhou e marchou em direção à cozinha, tentando fingir que o coração não estava batendo mais rápido do que de costume.

Quando chegou à cozinha, parou abruptamente ao ver a mesa. O aroma de café fresco enchia o ambiente, e a mesa estava perfeitamente posta: tigelas de arroz, banchan variados, kimchi e, claro, uma chaleira de chá. Tudo organizado com um toque cuidadoso e inesperadamente atencioso.

Ela olhou para Su-ho, visivelmente surpresa, sem saber como reagir.

━━ E então? Gostou? ━━ perguntou ele, com uma pontinha de orgulho.

━━ Que cena é essa? Por acaso você... ━━ ela deu uma risada cética. ━━ Desde quando você sabe cozinhar?

Su-ho sorriu, satisfeito com a surpresa dela, e puxou uma cadeira, indicando que ela se sentasse.

━━ Não é nada demais, só aprendi algumas coisinhas. Achei que deveria compensar pela febre, pelo drama de ontem... ━━ ele piscou, divertido. ━━ E, claro, queria que o primeiro café da manhã que eu te sirvo fosse especial.