Guns ~ Parte 1

Bonecas - Parte 2

- AAAAAAAAA - Acordo em um grito de desespero, chorando.

- Lili o que foi?! - Keny me reconforta rapidamente, mas eu não conseguia me acalmar.

Eu o olho, e em seguida olho para a heroína em cima da pia. Eu sinto meus ossos doendo provavelmente por causa da heroína. Tudo aquilo foi por causa da Heroína. Maldita droga!

Me levanto em desespero, quando me levanto percebo que a pia e o restante da tinta ainda não haviam secado completamente. Mas eu ainda não tinha certeza se isso é a realidade mesmo. Abro a porta do banheiro e saio do banheiro rapidamente, vou direto para o quintal. Eu abro a porta com tudo, e eu estava fraca, por causa da heroína, eu acabo caindo na grama, e fiquei feliz pois aquela grama era verdadeira, mas ainda devo ter me machucado. Olho em volta, e isso realmente é o quintal. Sem paredes. O lindo céu azul estava lá. As casas dos vizinhos também, é real. Todavia, o que de fato provou que eu estava na realidade foram eles. Meus amigos, as pessoas que eu amo. Todos estavam como estavam. Estavam em carne e osso.

- Lili, você tá bem? - Jessi pergunta se aproximando com todos, e eles me ajudam a levantar.

Eu olho para todos. Minha respiração estava rápida, eu estava ofegante por algum motivo. Meus batimentos estavam rápidos. Eu estava tão nervosa, não consigo falar direito.

- Não... - Eu digo e saio correndo, indo pela lateral da casa de Penny até um local longe deles. Eu estou descalça, mas isso não me incomodou.

Ponto de Vista: Slash.

Lili está estranha hoje. Ela parece abalada. Estava preocupado com ela, ainda mais porque ela tá demorando demais para voltar. Mas não me deixam sair do ensaio direito. O Axl parecia tá querendo impressionar a Lisa. Você sabe, ele quer ela a meia-noite e ponto. Pior que não era só o Axl, o Izzy também tá com fogo no rabo. Ele só tá pensando em como levar a Duda pra cama dele.

Eu quase ia atrás de Lili durante o ensaio, entretanto, Penny disse que ia atrás dela e voltou dizendo que ela tava pintando o cabelo do Kenedy. Mas um dia normal (Sarcasmo).

Depois de um tempo, Lili volta, ela caiu no chão, eu logo me aproximo dela junto com os outros, porém, ela estava tão abalada, assustada, triste, perdida... Ela correu pra longe, deixando todos nós confusos.

- Guardem a minha guitarra - Digo tirando minha guitarra e a colocando em cima do sofá.

- Porra onde tu vai? - Axl pergunta, mas não me importo.

Eu saio correndo atrás de Lili. Eu a encontro em uma parquinho da vizinhança. Tinha algumas gangorras, balanços, e essas coisas de parques. Ela estava sentada em um banco de tinha ali, olhando para baixo. Ela estava sozinha. Não haviam crianças brincando no parque neste dia. Eu me aproximo.

- Posso sentar? - Pergunto apontando pro lugar ao lado dela.

Ela me olha, e tenta um pouco parecer menos abalada. Eu balança a cabeça em um sim, e cruza os braços. Eu me sento ao lado dela.

- O que houve, Lili? - Pergunto passando minhas mãos por trás dos ombros dela, a puxando para mim.

- Nada - Ela diz, mas visivelmente aconteceu algo.

- Você sabe que pode ser sincera comigo, me contar tudo o que você quer e essas coisas, certo? Eu tô preocupado, Lili. Sabe porquê? Porque há algo de errado com você agora, e eu quero te ajudar com isso. Há algo te assustando, te incomodando, eu percebi isso, e eu fico extremamente triste por você está assim - Digo olhando para ela, tentando olhar nos olhos dela, mas ela olhava para baixo.

Alguns segundos de silêncio são estabelecidos entre nós.

- Eu usei... Eu acabei de usar heroína - É a coisa que eu menos esperava saindo de Lili.

Eu arregalo meus olhos.

- Heroína?! Com quem? - Pergunto confuso por um primeiro momento, mas logo entendo - Não precisa falar! Eu vou dar um belo soco na cara do Kenedy! - Digo me levantando.

Eu não acredito que ele deu HEROÍNA pra Lili! Eu vou matar ele!

- Não. Saul, espera. Relaxa. Eu tô bem, talvez um pouco mais agitada que o nromal. Mas eu tô bem. Isso é o menos pior. O pior mesmo foi o meu pesadelo - Ela diz segurando meu braço e olhando em meus olhos. Os olhos dela estavam um pouco arregalados, acho que por causa da droga ou por causa do medo.

Eu me sento ao lado dela novamente.

- Me conta tudo - Peço gentilmente.

Ela respira fundo.

- No dia que fugiamos e formos ao lago, lembra quando nos despedimos? Bem, quando eu me encontrei com meus pais tivemos uma discussão... Minha mãe disse que se pudesse teria me abortado, que nem fez com meu outro irmão... Eu acho que aquele sonho meio que se passava dentro do útero da minha mãe, pois eu... Eu vi bonecos decepados, com tripas e carne humana em volta deles... Eles do nada vieram atrás de mim... Foi assustador, e eu agora eu penso, reflito e vejo que poderia não existir... Eu não sei. Mas foi assustador - Ela diz com os olhos lacrimejando. Naqueles olhos havia tanta tristeza e medo, eu a abracei.

- Tá tudo bem, Lili. Já passou, foi apenas um pesadelo - Digo a reconfortando.

- Me promete que não vai embora, por favor. Não me abandone - Ela diz com as lágrimas descendo de seus olhos.

- Eu não vou te abandonar nunca, sabe por que loirinha? - Seguro jo queixo dela - Porque eu te amo.

Após ter dito aquelas palavras nos beijamos ternamente.