Capítulo 32:
O jogo de provocações entre Clara e Charlie continuava, aumentando em intensidade a cada dia. Clara se acostumara a vê-lo por todos os lugares que frequentava, e a presença dele se tornara uma constante incômoda, mas também emocionante. Ela percebia o esforço genuíno em cada gesto e palavra, mas se recusava a ceder facilmente, não depois de tudo que havia passado. Ainda assim, não conseguia evitar o calor que subia pelo seu corpo sempre que os olhares se cruzavam.
Naquela tarde, Clara estava no restaurante local, onde costumava passar um tempo com amigos. Enquanto conversava animadamente, sentiu um olhar que conhecia bem pousado sobre si. Virando-se, encontrou Charlie sentado em uma das mesas, observando-a com uma intensidade que parecia furar-lhe a alma.
"Você veio almoçar ou me perseguir, padre?" ela perguntou com um sorriso cínico, colocando a mão na cintura e erguendo uma sobrancelha.
"Talvez os dois," ele respondeu com um tom de desafio, inclinando-se ligeiramente para frente. "Ou talvez eu só queira ver você de perto, já que parece que você sempre está muito ocupada para me dar atenção."
"Você vai ter que esperar mais um pouco, então," retrucou Clara, desviando o olhar e fingindo ignorar o sorriso sugestivo que ele lançara em sua direção. Sentia o coração bater acelerado, mas não se deixaria abalar tão facilmente. Ela gostava do jogo, das idas e vindas, mas precisava ter certeza de que ele estava realmente disposto a ir até o fim.
Depois de alguns minutos, Clara voltou à mesa de Charlie para conferir se precisava de algo mais. Ele sorriu para ela, o tipo de sorriso que parecia esconder algo a mais. "Posso te oferecer um café?" ele perguntou. "Mas só se você se sentar e tomar comigo."
"Eu não vim aqui para ficar conversando com você, padre," respondeu Clara com um toque de sarcasmo, tentando disfarçar o leve rubor que subia por suas bochechas.
Enquanto isso, Charlie mantinha os olhos fixos nela. Ele se lembrava de cada detalhe dela: o jeito como mexia no cabelo, o tom de voz firme, e até a forma como seus lábios se curvavam ligeiramente quando estava irritada. Era como se cada provocação dela o incitasse ainda mais. Ele não sabia quando se transformara nesse homem tão distante do clérigo que fora, mas também não se importava. A única coisa que o preocupava era conquistá-la, não importava quanto tempo isso levasse.
Clara afastou-se, deixando-o ali, mas não sem antes lançar-lhe um último olhar desafiador. Aquela era uma batalha que ela sabia como travar bem; afinal, fora ela quem começara aquele jogo meses antes. Contudo, a determinação de Charlie a fazia se questionar sobre até onde ele estava disposto a ir para conquistá-la.
Mais tarde, naquele mesmo dia, Charlie decidiu colocar em prática uma ideia que vinha amadurecendo há dias. Ele sabia que Clara gostava de dançar e que à noite costumava ir a um bar local para se divertir. Tomou coragem e decidiu ir até lá. Não era o tipo de lugar onde costumava ir, mas isso não importava mais. Estava disposto a sair de sua zona de conforto, e naquele momento, só uma coisa importava: Clara.
Quando chegou, o ambiente estava cheio de pessoas conversando e dançando ao som de uma música animada. Ele a avistou no balcão, rindo com algumas amigas, e tomou fôlego antes de se aproximar. "Posso ter a próxima dança?" perguntou, tocando de leve o ombro dela.
Clara se virou, surpresa ao vê-lo ali, mas logo recuperou a postura. "Você está longe de casa, padre," ela provocou, com um sorriso que fazia seu coração bater ainda mais rápido.
"Estou exatamente onde preciso estar," ele respondeu, estendendo a mão para ela. Para sua surpresa, Clara aceitou o convite e o seguiu até a pista de dança.
Enquanto dançavam, Charlie sentiu o calor do corpo dela tão próximo ao seu. O toque das mãos, a forma como os olhos dela encontravam os dele em cada passo. Era como se cada movimento fosse um convite silencioso, mas Clara continuava mantendo aquela fina linha entre o desejo e a provocação. Ela estava testando-o, vendo até onde ele iria, até que ponto ele estava disposto a ir para conquistar o coração dela.
Por mais que o desafio fosse intenso, Charlie estava pronto para cada provocação, para cada olhar insinuante. Ele a queria, e não descansaria até que Clara cedesse.
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Aí gente amo esses dois.
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Entre o Céu e o Inferno| FATHER CHARLIE
RomancePadre Charlie vive uma vida devota, dedicada à fé e ao serviço de sua paróquia, até que conhece Clara, uma mulher sedutora e envolvente que desperta nele sentimentos proibidos. Enquanto luta para reprimir o desejo, ele descobre que Clara está envolv...