Entre o Céu e o Inferno| FATHER CHARLIE

O Grande Dia

Capítulo 49:
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O sol despontava suavemente, lançando seus primeiros raios dourados sobre a cidadezinha, enquanto o dia do casamento de Clara e Charlie finalmente chegava. Depois de todo o caminho percorrido juntos, repleto de encontros, desencontros, e sentimentos descobertos, aquele era o momento tão esperado. O ar da manhã era leve, fresco e carregado de expectativa, enquanto os preparativos finais aconteciam no cenário montado para o casamento, um jardim ao ar livre onde os dois decidiram eternizar seus votos.

A pequena igreja da cidade, adornada com flores brancas e ramos verdes, era rodeada por fileiras de cadeiras que se estendiam pelo gramado, todas já ocupadas por pessoas queridas. As famílias de Charlie e Clara haviam viajado de longe para o momento especial; os pais dela estavam radiantes, o pai em seu terno cinza, e a mãe, emocionada, tentando conter as lágrimas desde o momento em que chegou. Os amigos próximos, que acompanharam a jornada do casal, estavam igualmente tocados pela história que testemunharam ao longo dos anos.

Charlie estava posicionado no altar, seus olhos brilhando com uma felicidade serena, mas incontestável. Vestido num terno escuro e bem alinhado, ele parecia uma versão renovada de si mesmo, ainda com a postura calma, mas com um olhar que carregava uma paixão e uma determinação que antes não estavam lá. Ao seu lado estavam alguns amigos próximos, que trocaram sorrisos cúmplices e de incentivo enquanto aguardavam Clara.

A música suave encheu o ar, e todos os convidados se voltaram para a entrada da igreja. Clara apareceu, envolta em um vestido branco delicado que refletia a luz do sol. Seus cabelos estavam presos em um penteado simples, com pequenos cachos soltos que emolduravam seu rosto. Seus olhos brilhavam, cheios de uma felicidade tão intensa que parecia irradiar. Ao seu lado, o pai a conduzia com um sorriso emocionado, embora, de vez em quando, precisasse passar discretamente a mão pelos olhos para secar uma lágrima.

Passo a passo, Clara e seu pai avançavam pelo corredor. Enquanto ela se aproximava de Charlie, os olhos dele não deixavam os dela por um segundo. Ele parecia mal conter a emoção, e quando Clara finalmente chegou ao altar, ele a recebeu com um olhar de puro amor e admiração. Ela sussurrou para o pai antes de soltar o braço dele, um agradecimento por tê-la apoiado sempre.

O celebrante iniciou a cerimônia, falando sobre o poder do amor e da união, enquanto Charlie e Clara trocavam olhares intensos, repletos de tudo que haviam vivido juntos. Quando chegou o momento dos votos, Charlie respirou fundo, olhando para Clara.

“Clara,” começou ele, com a voz embargada, “você é o maior presente que a vida me deu. Durante anos, procurei sentido em tantas coisas, e foi só ao seu lado que encontrei uma razão para lutar, para crescer e me transformar. Eu te amo por cada momento em que esteve ao meu lado, por cada sorriso e por cada palavra de incentivo, mesmo nos dias mais difíceis. Hoje, eu escolho você, para o resto da minha vida.”

Clara sentiu os olhos marejarem, mas sorriu enquanto segurava as mãos dele. Ela respirou fundo antes de dizer seus próprios votos, com a voz suave e carregada de emoção.

“Charlie, eu nunca imaginei que minha vida tomaria este rumo. Você apareceu quando eu menos esperava, e desde então, meu mundo mudou completamente. Você me mostrou o que é o verdadeiro amor, um amor que supera qualquer obstáculo. E hoje, aqui, diante de todos, eu escolho você, para dividir cada momento, cada sonho, cada dia, por toda a vida.”

Após os votos, o celebrante pediu que trocassem as alianças. Charlie pegou a pequena caixa de seu amigo, e, com um sorriso emocionado, deslizou a aliança no dedo de Clara. Ela repetiu o gesto, e o momento em que ambos estavam com as alianças era quase irreal de tão perfeito.

Finalmente, o celebrante declarou: “Eu os declaro marido e mulher. Pode beijá-la.”

Charlie e Clara se entreolharam, e ele, com um sorriso que parecia conter todo o amor e a alegria daquele instante, inclinou-se para beijá-la. Foi um beijo suave, repleto de ternura e significado, enquanto todos os presentes aplaudiam, alguns enxugando as lágrimas. Era o momento que simbolizava tudo que haviam vivido para chegar ali, uma promessa silenciosa de amor eterno.

Ao saírem do altar, de mãos dadas, foram recebidos pelos abraços e felicitações das famílias e amigos. O pai de Clara a envolveu num abraço apertado, sussurrando o quanto estava orgulhoso. A mãe de Charlie, com lágrimas nos olhos, o abraçou forte, feliz por vê-lo tão realizado. Ambos sentiram a felicidade das bênçãos de todos à sua volta, e o cenário não poderia ser mais perfeito.

Após a cerimônia, a festa aconteceu em um salão próximo, todo decorado com luzes suspensas que davam um clima romântico e aconchegante. Clara e Charlie caminharam juntos até o centro do salão para a primeira dança como casal. A música começou, e eles se moveram lentamente, os olhos fixos um no outro. Pareciam estar em um mundo só deles, onde nada mais importava além daquele momento. A dança era suave, como se cada passo fosse uma extensão da jornada que haviam compartilhado.

À medida que a noite avançava, todos os presentes se juntaram a eles na pista de dança, rindo, celebrando e brindando. As conversas e risadas ecoavam, criando uma atmosfera de alegria que contagiava a todos. Clara e Charlie passaram entre as mesas, recebendo os cumprimentos e as palavras carinhosas de todos. O casal agradeceu cada gesto, cada sorriso e cada abraço, sentindo-se imensamente gratos pelo amor que os cercava.

Quando a noite chegou ao fim, Clara e Charlie saíram discretamente para um jardim iluminado por uma leve brisa, em uma varanda que dava vista para as colinas. Ali, longe de todos, sentaram-se lado a lado em silêncio, apenas apreciando o momento. O céu estava cheio de estrelas, e o ar fresco da noite trazia uma paz indescritível.

Clara olhou para Charlie, e ele segurou sua mão com carinho, sorrindo.

“Estamos prontos para o que vier, juntos,” ele disse, olhando fundo nos olhos dela.

Ela sorriu, sentindo uma felicidade que mal cabia no peito. “Sim, estamos. Mal posso esperar para ver o que o futuro nos reserva.”

Com as mãos entrelaçadas e corações em perfeita sintonia, eles ficaram ali, sob o céu estrelado, prometendo amor e apoio em
tudo que viesse. Aquela noite marcou o início de uma nova fase, uma vida que construiriam juntos, lado a lado, superando desafios e celebrando conquistas.

Na manhã seguinte, a cidade acordou ainda envolta na alegria do casamento de Clara e Charlie, e todos comentavam a beleza da cerimônia e o brilho do casal. Mas para eles, o dia estava só começando. Antes de partirem para a lua de mel, visitaram o terreno que haviam adquirido para sua futura casa em Los Angeles, um espaço amplo e arejado com uma vista incrível das montanhas. Era um símbolo do lar que queriam construir, um refúgio para o amor que, juntos, desejavam fazer crescer.

Charlie olhou em volta, vislumbrando o que poderia ser seu futuro ali, e viu no sorriso de Clara o reflexo de todas as promessas que haviam feito. Ele se virou para ela, segurando suas mãos.

"Clara," disse, com a voz tranquila e emocionada, "nada poderia ter me preparado para a alegria que sinto agora. Cada dia ao seu lado tem sido um presente, e cada momento difícil valeu a pena para estar aqui, com você."

Ela sorriu, tocada pela sinceridade dele. "E eu, Charlie, jamais poderia imaginar que encontraria alguém que trouxesse tanta paz ao meu coração. Com você, sinto que posso ser eu mesma, livre e amada. Você me trouxe um mundo novo, uma nova forma de acreditar na felicidade."

Eles se abraçaram, sentindo a força do que haviam construído juntos. O tempo parecia parar ali, enquanto o sol iluminava suavemente o terreno onde sonhavam viver e construir suas memórias.

Depois desse momento especial, foram para a pequena casa que haviam alugado na cidade para passar os primeiros dias juntos antes da viagem. Passaram horas cozinhando juntos, conversando sobre os detalhes da casa que planejavam construir e compartilhando as pequenas alegrias que tanto significavam para eles.

Naquela noite, antes de dormirem, Clara olhou para Charlie com um brilho nos olhos.

"Você percebe o quanto o nosso amor mudou as nossas vidas? Parece que, juntos, não há nada que não possamos enfrentar."

Charlie sorriu e beijou sua testa com carinho. "Sim, Clara. Nosso amor nos deu coragem para sermos quem realmente somos. E isso é algo que nunca vou deixar de agradecer."

Em um suspiro de felicidade, Clara fechou os olhos, adormecendo nos braços de Charlie, sentindo-se plena, segura e pronta para tudo o que o futuro pudesse trazer.