47- No Controle do Desejo

3 0 0
                                    


DANIEL

Estacionei o jeep em frente à clínica veterinária, avistando Laura na porta, me esperando. Por um momento, não desci do carro. Fiquei ali, observando enquanto ela caminhava em minha direção. Cada passo que ela dava, minha ansiedade aumentava. Assim que entrou no jeep, dei-lhe um sorriso carinhoso, incapaz de esconder o quanto a desejava.

" Oi, amor. Demorei mais do que esperava... Sinto muito." A voz saiu rouca, quase um sussurro. Estar perto dela fazia o mundo girar mais devagar.

" Tudo bem" disse ela, relaxada, jogando o cabelo para trás. " Aproveitei para conversar com meu tio Albert."

Peguei sua mão delicadamente e a levei aos meus lábios, depositando um beijo suave em seus dedos.

" Eu te amo, Laura."

Ela se derreteu na hora, e seus olhos verdes cintilaram ao encontrar os meus.

" Eu também te amo."

Suspirei, sentindo meu coração bater mais forte com aquelas palavras. A levei para mais perto, puxando-a pelo pescoço, e pressionei um beijo suave em seus lábios. Eu queria saborear cada segundo.

" E a sua reunião?" perguntou ela, com um sorriso brincando nos lábios.

" Tudo certo. Agora... oficialmente aposentado dos rodeios." Respondi com um tom leve, mas sentia um peso sendo tirado dos meus ombros.

Ela deu graças a Deus, e eu ri, puxando-a para mais um beijo, dessa vez um pouco mais demorado, mais intenso. Eu queria ficar com ela assim, pra sempre.

Ao me endireitar no volante, liguei o jipe, o motor roncando alto, enquanto perguntei:

" E o Pool e a Márcia?"

" Já foram para a fazenda" ela respondeu.

Assenti, dando partida. Enquanto dirigia, uma pergunta me veio à mente. " Você está com fome?" Olhei para ela de relance, sabendo que ela sempre tinha uma boa resposta pronta.

" Um pouquinho" ela admitiu, rindo.

" Que tal a gente parar no restaurante aqui do povoado? Um almoço rápido antes de voltarmos?"

Ela concordou, e eu acelerei o jeep em direção ao restaurante. O almoço foi tranquilo, cheio de conversas leves e olhares que diziam mais do que qualquer palavra. Depois que terminamos, voltamos para a estrada, prontos para seguir rumo à fazenda.

Enquanto dirigia, dei uma olhada de canto de olho para Laura. Ela estava olhando pela janela, pensativa, quase como se estivesse perdida em algum lugar bem longe dali. Soltei uma das mãos do volante e acariciei de leve seus cabelos, tentando chamar sua atenção.

Ela se virou para mim, dando um pequeno sorriso que não escondia a preocupação em seus olhos. Eu a conhecia bem demais para deixar aquilo passar.

" O que foi?" perguntei, mantendo a voz suave, mas direto. " Você parece preocupada."

Ela tentou disfarçar, soltando um suspiro.

" Nada... Só estava pensando no meu pai."

O aperto no meu peito era imediato. Eu sabia como aquele assunto a afetava. Coloquei a mão na sua coxa e dei um leve aperto, como se quisesse transferir todo o meu conforto para ela. Ela cobriu minha mão com a dela, levando-a até seus lábios, e beijou meus dedos com uma delicadeza que me desarmava toda vez.

" Sabe o que eu estava pensando?" murmurei, com a voz baixa e cheia de desejo.

Ela ergueu as sobrancelhas, um sorriso malicioso começando a se formar em seus lábios.

Tempestades de Corações: Amores Improváveis Onde histórias criam vida. Descubra agora