Tempestades de Corações: Amores Improváveis

Epilógo

LAURA.

 QUATRO ANOS DEPOIS...

O aroma doce da massa de biscoito preenchia a cozinha enquanto eu me perdia nas risadas contagiantes de Ben e Joana. Meu filho, com seus olhos azuis cheios de curiosidade, estava empolgado em mostrar a bolinha de massa que acabara de moldar. Ele ergueu a massa entre os dedinhos, ainda aprendendo como manuseá-la.

" Mãe, é assim que faz?" perguntou ele, a voz infantil soando como uma melodia inocente. A ternura de seu gesto apertou meu coração.

Sorri, me agachando ao seu lado e bagunçando seus cabelos loiros. " Quase isso, querido. Olha só, precisa deixar ela mais achatadinha, como uma rodinha. Assim, tá vendo?"

Ele observou atentamente enquanto eu mostrava, o olhar concentrado e determinado a acertar. Com cuidado, refizemos o formato da bolinha, e Ben ficou radiante ao ver o resultado final. Ele correu até Joana e, orgulhoso, exibiu o biscoito. " Olha, vó, eu consegui!"

Joana sorriu com carinho. " Você já está virando um grande chef, Ben!" elogiou, fazendo o pequeno pular de alegria.

Aqui está o trecho revisado, com pequenas correções para melhorar a fluidez e a clareza do texto:

Com o coração aquecido, peguei Ben no colo, já avisando que estava na hora do banho. Ele fez uma careta e tentou argumentar: " Mas, mãe, ainda quero fazer mais biscoitos..."

Eu ri, mas algo em mim também se apertava. Seus olhos e o brilho travesso lembravam-me tanto de Daniel. Em cada pequeno gesto, em cada sorriso, Ben me fazia sentir a presença dele, mesmo que de um jeito silencioso e, às vezes, doloroso.

Respirei fundo, coloquei-o de volta no chão e peguei a mãozinha de Ben, guiando-o até o andar de cima. "Vamos lá, amor. Vou te ajudar a se aprontar para sua festa." Entreguei o cuidado dos biscoitos a Joana, e ela acenou de volta com um sorriso.

Na banheira, Ben brincava com seus pequenos barcos, concentrado em afundá-los com toda a intensidade que só uma criança consegue. Quando ele olhou para mim, as palavras que vieram foram como um golpe no coração. "Mamãe, eu queria que o papai estivesse aqui hoje, na minha festa."

Minhas mãos pararam de massagear o seu cabelo. Engoli em seco, um sorriso contido escapando por um breve instante. "Eu também, Ben." As palavras saíram em um sussurro, carregadas de um peso que eu tentava disfarçar.

Eu não podia evitar. Cada vez que Ben falava de Daniel, minha mente voltava a ele, ao dia do nosso casamento. Ao momento em que tudo mudou. Aquele som de tiro, o desespero no meu peito, e o horror ao ver Daniel caído no chão. Lukas, apareceu ali com uma arma, transformando nosso dia perfeito em um pesadelo. Em meio ao caos, Eduardo e David chegaram com a polícia, mas já era tarde. O dia do nosso casamento... deveria ter sido um dos dias mais felizes da minha vida, mas se transformou em um pesadelo que ainda me assombra.

Engoli em seco, tentando não deixar que a tristeza invadisse aquele momento com Ben. Ele estava ali, esperando a festa de aniversário, radiante e inocente, e eu não podia deixar que minhas lembranças manchassem sua alegria. Então, com um sorriso, fiz o possível para afastar o passado e me concentrar no presente.

Após o banho, ajudei o Ben a se arrumar para a festa. Seu entusiasmo era contagiante, e ele não parava de falar sobre o presente que tanto queria — o cavalo que ele tanto sonhava em ter. Depois de vesti-lo, segurou minha mão, e descemos para a festa. Lá fora, as crianças corriam e brincavam, enquanto meu pai conversava com o tio Albert. Ben avistou meu pai e soltou minha mão, correndo até ele com um sorriso brilhante.

Robert o levantou no ar com o mesmo amor que sempre dedicou a nós. Eu me aproximei, e meu pai olhou para mim com aquele olhar compreensivo. " Como você está, querida?" perguntou, seu tom gentil.