9- Os Caminhos de um Coração Perdido

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Laura me olhou, claramente confusa com a mudança de clima. O silêncio que se seguiu era tão pesado que eu podia quase ouvir os pensamentos dela gritando. Ela se virou pra janela, irritada, e eu senti o olhar dela voltar pra mim, quente, como se estivesse tentando decifrar um mistério. "Ela não percebe? Tô duro feito pedra aqui, mas não dá pra seguir com isso sabendo que ela tá de passagem."

"Daniel, o que aconteceu com você?" Laura perguntou, confusa e um pouco irritada.

Bom, vamos lá, Laura. Na melhor parte do nosso amasso, você me lembrou que só tá de passagem. E eu, como um completo idiota, me apaixonei por você desde a primeira vez que te vi. Agora, pra proteger meu coração de um estrago, eu não consigo fazer isso ser só uma foda casual. E era isso que eu queria dizer, mas, como um covarde, tentei explicar de outra forma. A última coisa que eu queria era que ela me visse como um cara de programa.

"Olha, Laura, não é que eu não queira... Você não faz ideia do quanto eu tô morrendo de vontade de te foder bem aqui dentro desse carro! Desde a primeira vez que te vi naquela chuva, você me deixou completamente doido," lancei, tentando ser honesto, mas o que saía da minha boca parecia uma mistura de sinceridade com um pouco de desespero. "Só que eu sei que, no dia em que eu me enterrar em você, eu não vou mais ser o mesmo. E, sinceramente, isso me assusta pra caramba."

Ela ficou de boca aberta, e franziu a testa como se estivesse tentando resolver um enigma de nível avançado, tipo um cubo mágico, mas só que mais sexy. "Então você tá dizendo que me quer, mas não como algo casual?"

"Exatamente! Meu coração tá nessa jogada, e eu não sei se tô pronto pra isso." Pensei comigo mesmo, 'Daniel, você deveria ser um cowboy sensato, mas, aqui está você, se confundindo com essa mulher que, basicamente, é a definição de tentação.'

Olhei nos olhos dela e me perguntei se eu tinha perdido completamente a noção ou se essa era a melhor ideia do mundo.

"Pensei que você não tivesse tempo pra esse negócio de namoro, que só fazia sexo casual," Laura comentou, lembrando do que eu tinha dito antes. E droga, era diferente. Eu gostava dela. A verdade é que eu não andava fazendo sexo há tanto tempo que, se o fizesse agora, ia parecer mais um arqueólogo descobrindo um sítio histórico! Eu não queria parecer um fraco na frente dela, então soltei aquela baboseira, mas, no fundo, era isso que me deixava nervoso: o desejo de enterrar bem fundo nela, mas sem querer ser só um cara para uma foda casual.

Laura suspirou, sua expressão um pouco mais suave, mas ainda firme. "E se nós apenas... deixássemos acontecer? Sem pressões, sem expectativas?"

A ideia parecia tentadora, mas minha cabeça era uma bagunça. "E se isso acabar nos machucando mais tarde? Eu não quero te ver sair da minha vida assim. E me ferir vai ser a última coisa que quero."

Ela desviou o olhar, claramente irritada. O silêncio estava tenso, como se estivéssemos presos em um elevador quebrado. "Você complicou tudo, sabia?"

Os olhos de Laura estavam cheios de frustração e um toque de tristeza. "Daniel, você é tão difícil."

"Eu sei..." respondi, porque, afinal, era verdade. Não era fácil, e todo mundo sabia disso.

Laura cruzou os braços e olhou pela janela, claramente irritada. O silêncio entre nós era pesado e cheio de tensão. "Você não vai mudar de ideia, vai?"

Fiquei encarando a estrada, tentando manter a cabeça fria, mas, sinceramente, eu estava mais perdido do que nunca. "Eu só... preciso pensar." E, na verdade, tudo o que eu queria era parar de pensar e voltar a sentir aqueles lábios nos meus.

O caminho de volta à fazenda foi tenso. A chuva caía em um ritmo constante, mas não com a mesma intensidade de antes. Meus pensamentos estavam em turbilhão, mas eu mantinha os olhos na estrada, tentando ignorar o tumulto dentro de mim.

Tempestades de Corações: Amores Improváveis Onde histórias criam vida. Descubra agora