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Terror

Encarei o meu irmão mais um pouco até sentir um peso sobre mim, é minha mãe me abraçando e chorando, retribui e me separei dela vendo aqueles olhos azuis que tanto senti falta.

Taís: Meu menino, é mesmo você?— assenti e ela mais uma vez me abraçou.

A Taís foi a fiel do meu pai até ele morrer, quando ela descobriu que eu sou filho do meu pai ela me recebeu de braços abertos e desde aí me cuida e ama como um filho, depois de mim, veio o Jotta que ela estava de barriga quando minha mãe me abandonou e depois a Larissa... a minha menina.

Durante o abraço fiquei encarando a minha irmã que está ainda sentada, assustada e roendo as unhas sem tirar os olhos de mim, ela tem ansiedade desde que o nosso pai morreu e vejo que isso não mudou diferente dela que está agora uma mulher linda, quando eu fui preso ela tinha 16 anos e hoje tem 20 anos, mas será sempre a minha menina. Larguei a minha mãe e fui até a Larissa, sentei ao lado dela, ela continuou olhando para onde eu estava tremendo toda, puxei ela para um braço e depois de um tempo ela retribuiu me abraçando forte, larguei ela, beijei a testa dela e depois olhei sorrindo para o meu irmão.

Jotta: Victor, você está vivo... como?!—me levantei ficando poucos metros próximo dele.

Terror: Também é bom te ver, irmão, mas para você e para todo mundo de agora em diante me tratem por Terror. Agora, como estou vivo não importa, o que importa agora é saber como eu consegui entrar aqui tão fácil...Além de descuidar do MEU morro você também colocou em perigo a nossa mãe e irmã?

Jotta: Você acabou de voltar e você não sabe de nada. Sempre se achando, não é, Terror?— gargalhou estranhando o meu vulgo e eu fechei o rosto olhando para ele.

Terror: Pelo contrário, eu sei muito mais do que você acha, irmão, esse tempo naquele presídio eu fiquei sabendo de tudo.— ele fechou o rosto e agora é a minha vez de sorrir—Mas agora que eu cheguei, eu vim melhorar tudo incluindo o morro. Eu vou voltar a assumir a liderança.

Jotta: Isso não é tão fácil assim, você sabe que depois que você foi preso, você...

Terror: Depois que eu fui preso, estranhamente dois meses depois de eu ter assumido o morro quando o nosso pai morreu dias antes.

Taís: O que você quer dizer, filho?

Terror: Quero dizer que alguém armou para mim e logo depois o Jotta assumiu o morro que ele tanto queria, mas o pai deu para mim porque ele sempre foi um mimado e imaturo.

Jotta: O que você está insinuando?— falou me peitando. Sorri vendo que ele não mudou...sempre previsível e instável.

Taís: Vocês os dois parem com isso.— se meteu no nosso meio nos separando— E você, Victor Hugo, isso mesmo porque eu sempre vou te chamar assim.— olhou para mim— Não fala o que você não sabe que seu irmão durante todos esses anos sempre tentou te tirar daquele lugar, mas infelizmente sempre deu errado.

Terror: Estranho sempre ter dado errado não achas, mãe?— me afastei e sentei no sofá ao lado da Larissa que só olhava.

Todos esses anos não houve uma semana que a minha mãe não foi me visitar naquele presídio, a Larissa por ser mais sensível ia uma vez por mês e foi assim até eu conseguir sair e eu fiquei mô grato delas fazerem isso por mim porque sei que é por amor, já o meu irmão... aquele aí nunca foi me visitar e tenho quase a certeza que encomendou a minha morte durante todo o primeiro ano lá, mas o que é dele está muito bem guardado.

Terror: Quem armou pra mim isso eu vou cuidar e quando eu conseguir provar, quem foi vai desejar nunca ter nascido.— olhei para o Jotta e vi medo nele coberto por raiva— Agora, eu e você vamos para boca e enquanto eu resolvo a porcaria que você fez com o morro e a segurança dessa casa você vai cuidar de organizar um baile e chamar todos os nossos aliados, todos os vapores e todo mundo para eles verem que o verdadeiro dono desse morro voltou e dessa vez para ficar.

Jonas(vulgo: Jotta)_ 24 anos

Sem Limites _MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora