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Terror

Terror: Pega, Ariela.— ela continuou me olhando.

Ariela: Eu... eu não sei. Pegar numa arma e lembrar o que aconteceu, eu não sei, Victor.

Terror: Estou fazendo isso pelo teu bem e pela minha saúde mental porque se mais alguma coisa acontecer eu não sei o que vou fazer. Eu te darei aulas, agora pega.— ela me olhou por um tempo e depois pegou tremendo— Com o tempo você se acostuma.

Ariela: Tudo bem. Mas você não poderia me dar uma arma... não com a Valentina com sede de mim.— ela sorriu e eu também.

Terror: Eu sei que você é equilibrada e com ela eu me resolvo.— ela abaixou a cabeça e mordeu o lábio— O que foi?

Ariela: Você e ela ainda... ainda transam?— levantou a cabeça e me olhou.

Terror: Não desde que eu pedi para você não o fazer.— ela assentiu— E você e a Juliana?

Ariela: Não mais. Eu acho que a gente vai parar mesmo, é que eu acho que ela gosta de mim.— olhei para ela.

Terror: Você vai se afastar dela?— ela negou— E então?

Ariela: Eu não posso, sabe? Eu devo tanto a ela...— me olhou com os olhos em água e eu peguei o rosto dela levantando e ela sorriu fraco— Eu só estou sensível.

Terror: Tudo bem. Me conta o que aconteceu.

Ariela: Eu sempre fui muito próxima da minha mãe.— ela sorriu— Ela me levava para o trabalho dela numa boate onde ela dançava e servia bebidas, mas aí ela morreu e o meu pai... quando eu fiz 15 anos ele começou a abusar de mim.— engoli seco fechando os punhos— Quando eu fiz 18 anos eu comecei a namorar um cara e fugi pra casa dele, mas o meu pai me encontrou e contou que eu transava com ele, que eu era uma puta e não deveria ficar com ele.— sorriu— O meu ex-namorado me expulsou de casa e como eu não poderia voltar para a casa do meu pai... meu genitor, eu arranjei um emprego na mesma boate onde a minha mãe me levava fazendo as mesmas coisas que ela até o meu pai me encontrar de novo, me levar a força pra casa e abusar de mim de novo.— limpou as lágrimas e olhou para o nada friamente— Depois disso, numa noite conheci a Juliana, a gente ficou e eu contei tudo para ela, ela me ajudou e o resto você já sabe.— sorriu para mim— Por isso eu a amo tanto.

Terror: E o que aconteceu com o teu pai?

Ariela: Ele foi preso, não por estupro, mas por posse de drogas.— ela riu— Ele nunca colocou nenhuma na boca, mas a Juliana fez parecer que sim e ele foi preso. Eu não sei se ele já saiu, mas... o importante é que está longe de mim.

Terror: Ele nunca mais te fará mal.— peguei a mão dela— Eu nunca mais vou deixar, certo?

Ela assentiu e ficamos conversando até anoitecer, não me agrada esse sentimento de gratidão e consideração dela pela Juliana... isso a faz quase indispensável na vida dela, o que me agrada menos ainda, mas eu não poderia tirar ela da vida da Ariela, mas mudar a relação delas sim... isso eu vou fazer.

Sem Limites _MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora