AlíciaComo havia prometido à minha avó e a Jane, comecei a fazer terapia.
Nas primeiras sessões, apesar de ter me sentido à vontade com Anne, tive muita dificuldade em me abrir e falar sobre o que realmente me incomoda.Anne foi extremamente acolhedora e paciente, respeitando meu tempo e minha vontade. O que fez com que eu passasse a confiar nela integralmente.
Ela transmite uma serenidade ímpar com seu jeito calmo e afetuoso.
Entendi totalmente a razão dela e minha avó serem amigas de longa data.
Consegui falar sobre a perda dos meus pais e como isso me afetou.
Ela me fez enxergar que essa perda, me faz querer ter controle sobre tudo e, que essa vontade me desgasta.
Justamente, porque há situações na vida que são imprevisíveis, que fogemao nosso controle e, muitas vezes, até mesmo ao nosso entendimento.Com as nossas conversas, compreendi que só posso escolher e controlar como vou reagir frente às situações.
E decidi me entregar totalmente ao processo terapêutico e, falar sobre essa reserva, na verdade, preconceito que sinto em relação à deficiência física.
Até porque, preciso entender o que há comigo, para poder apoiar meu príncipe de verdade.
Tenho tentado estar ao lado dele, mas sinto que estamos nos distanciando... tenho medo de falar algo e ser mal interpretada.
As reações dele também têm me assustado e, a recusa em sair de casa para algo além das consultas e do tratamento permanece.Às vezes, me pego pensando no que meu avô vive dizendo, de que estou abrindo mão da minha vida e juventude... mas logo afasto esse pensamento egoísta.
Lucca está se dedicando com afinco à reabilitação e é compreensível que esteja cansado e com muitas dores, procuro me convencer sempre que nós nos desentendemos.
O que infelizmente, tem acontecido com alguma frequência.
Me agarro à esperança de uma recuperação total e sigo tentando.Quanto à terapia, Anne diz que eu estou tendo avanços significativos e propôs que usássemos a técnica de regressão, pois percebia que a questão da minha reserva em relação aos deficientes ffsicos é bem delicada e estava profundamente enraizada em mim.
Ainda que com receio e certa incredulidade, topei.
Mas pedi que minha avó acompanhe a sessão e Anne concordou, o que me surpreendeu.
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Rise UP
RomanceUm amor que teve início na adolescência, pode ser destruído por um acidente e suas consequências? Imaturidade, traumas do passado, falta de confiança e preconceito, podem acabar com uma relação? Nessa história vamos descobrir como o autoconhecimento...