Cellie

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Uma semana antes do acidente

Cheguei em casa, exausta e com uma dor de cabeça intensa. A reunião com o departamento financeiro da prefeitura tinha sido pesada, mas consegui com o apoio dos conselheiros, manter o aumento previsto para o quadro de professores. E sem abrir mão das melhorias já aprovadas para a estrutura da escola.

A vitória era doce, mas tinha lá seus dissabores. A tensão da última semana estava cobrando seu preço agora com esse mal estar.
Tomei um banho, meu coquetel de analgésicos e me joguei na cama. Ainda bem que Ben e Allie vão demorar para chegar, assim posso descansar, sem que os dois fiquem em cima de mim como se eu estivesse às portas da morte.

Sorri levemente ao lembrar de como eles ficam desesperados quando tenho minhas crises de enxaqueca. E por mais que eu tente tranquilizá-los, explicando que apesar de dolorosa é algo simples, nunca obtive sucesso.
Mas não posso julgá-los, porque quando um deles fica doente por menor gravidade que tenha, me sinto da mesma forma.
Só disfarço melhor.

A perda da minha filha e do meu genro em um acidente de carro, quando Allie tinha dez anos, potencializou esse cuidado que tínhamos uns com os outros.



Ao lembrar de Mandy e Joshua, respectivamente minha filha e meu genro, que se tornou o filho que não pude ter, senti um contentamento e um topor me envolver.
Sem poder resistir, os mentalizei com muito amor e me rendi ao sono reparador.


Eu me vi caminhando em um jardim belíssimo, em que o aroma da flores e o cantar dos pássaros, entorpeciam os sentidos.
Grupos de pessoas se espalhavam pelo espaço, com aparência de tranquilidade e satisfação.

 Grupos de pessoas se espalhavam pelo espaço, com aparência de tranquilidade e satisfação

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Ao longe vi uma fonte de água cristalina e junto à ela, Mandy e Josh.
Me dei conta de que não estava sonhando... sim, estávamos nos encontrando no plano espiritual. Sorri contente com essa benção tão almejada por mim há tanto tempo.

Eles vieram ao meu encontro e nós nos abraçamos sendo envolvidos por ondas de amor.
Nos afastamos, emocionados e o primeiro a recobrar o controle foi Josh, que disse:
- Cellie, que felicidade poder tê-la aqui conosco e dessa vez, com total consciência do que está ocorrendo.
- Ah, meus amores, estou tão feliz em vê-los bem... - senti minha voz embargar e as lágrimas marejarem meus olhos.

Mandy segurou em minhas mãos e me conduziu a um banco, que eu não havia notado, sentamos- nos os três e finalmente ela falou suavemente:
- Mamãe, também estou feliz em poder abraçá-la, nós sempre que possível estamos próximos a vocês. - fez uma breve pausa e retomou séria- Esse encontro é para alertá-la sobre as provas que em breve todos vocês irão passar.

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