Capítulo Trinta e Três

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Brian

7 de setembro de 2022.

Eu verifiquei o computador indicado pelo policial.

Encontrei o computador enterrado em uma cova rasa, junto de uma ossada pequena demais para ser de um adulto. Lídia, meu braço direito, tentou não demonstrar sua tristeza ao ver os pequenos ossos e logo demos o fora de lá.

Enquanto vasculhava cada arquivo naquele computador antigo, eu entendi o motivo de ele querer esconder tanto o que continha nele: as diversas evidências dos seus crimes em série seriam motivos para que ficasse na cadeia o resto da sua vida miserável.

De acordo com tudo o que continha naqueles arquivos, o nome do policial era Rafael Santos: policial há mais de cinco anos e era casado há dez. A opinião pública não pouparia comentários para os crimes que o policial e "cidadão de bem", cometeu: os corpos em decomposição dos dez meninos estavam alinhados um ao lado do outro.

Em vídeos — com a voz do homem alterada —, ele descrevia os crimes do policial com riqueza de detalhes. Como o policial planejou cada crime — uma vez que Rafael mantinha registros de cada um dos crimes —, como agrediu sexualmente cada um dos pequenos e os enterrou no meio da mata, como se fossem descartáveis.

Em arquivos, o homem que se auto intitulava "O Diretor" descrevia como ele queria que Clara Becker fosse seguida e "assombrada" por Rafael, em nenhum momento menciona ataques de qualquer tipo. Também mencionava como queria que desse um fim em qualquer evidência das vezes em que o policial estivesse na minha casa.

O meu sangue fervia com todas as informações, o verme havia torturado, abusado e esquartejado dez meninos; e ainda andava como um homem livre enquanto minha esposa, a mulher que fez o que pôde por um mundo melhor, estava morta.

Seu obituário não teve muito destaque nas páginas do jornal, como se fosse uma pessoa qualquer. O motivo não foi divulgado, então teria que aprender tudo o que perdi durante o mês e meio em que fiquei preso. O período em que fiquei em uma cela escura ainda era nebuloso em minha mente, memórias que ainda não tinha coragem de relembrar completamente, então me preocuparia com o meu plano para vingar minha esposa.

Ainda não tive coragem de visitar a lápide com o nome de Clara, já que podia ser vigiada e não queria correr qualquer risco, uma vez que escapar foi tão difícil. Com os olhos queimando de cansaço e a cabeça doendo por toda a brutalidade que vi, decidi que queria expor toda aquela sujeira da Polícia Civil e tudo o que fizeram de errado com a Clara. Enquanto destruía todo o sistema de crimes naquela cidade.

 Enquanto destruía todo o sistema de crimes naquela cidade

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10 de setembro de 2022

Já estava há dois dias sem dormir, lendo todo o processo judicial pelo qual Clara passou. Lídia conseguiu uma cópia do julgamento — algo que obteve após ameaçar, pelo menos, cinco policiais. Estava chocado e furioso ao ler o processo malfeito, e, depois de tanto conviver com Clara e Vítor, havia aprendido algumas coisas sobre advocacia e julgamentos.

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