JOGO DA SUBMISSÃO

Capítulo 48

Christopher Uckermann

Sabe quando seu radar avisa que tem algo errado, ou que algo muito ruim irá acontecer? Foi exatamente isso que aconteceu, assim que pus meus pés no hall de entrada do prédio de minha empresa. Tinha uma hora para resolver algumas pendências, então resolvi ira até o escritório, mas quando entro no prédio, meu celular toca, e a Guiomar me avisa, que a Belinda recebeu uma ligação, e a ouviu dizer em voz alta, o nome do Ateliê, saindo logo depois as pressas. A Guiomar sabe que este Ateliê é usado, entre os membros do BDSM, e como sou amigo da dona, eu iria comprar o vestido da Dulce lá. Entro no carro e volto correndo, acho que ganhei algumas multas no caminho e assim que entro na loja e escuto a voz alterada da Belinda, corri, ao vê-la com um caco de vidro na mão, quase paro de respirar.

— Ficou maluca, Belinda? Perdeu a noção do perigo? — Eu a levo para o escritório da Solange.

— Meu senhor, perdoe-me. — Belinda joga-se aos meus pés e começa a beijar meus sapatos. — Eu juro, senhor, que não me importo em ser uma bottom para suas cenas, só não me deixe, por favor, meu senhor.

— Levante-se. — A pego pelo braço e a levanto bruscamente, segurando-a, fazendo-a me encarar, cuspo toda minha raiva em seu rosto. — Belinda, não sou mais seu senhor, aceite a verdade, siga sua vida, vá tentar ser feliz, o Stuart está disposto a fazê-la feliz, ele gosta de você, pediu para a Guiomar fazer a negociação, ele só quer você como submissa dele, aceite e esqueça-me.

— Nunca, eu sou sua, não ela, não quero outro dom, o senhor é o meu dono...

Ela cospe sua ira, está transtornada.

— Cale-se. — articulo com calma, alguém precisa manter o controle. — Escute-me, olhe bem nos meus olhos, já matei um homem por ela, e posso perfeitamente matar uma mulher, caso você pense em machucá-la, portanto, saia do meu caminho se não quiser perder a vida. Entendeu?

O ódio, brilhava em meus olhos, minhas mãos apertando seus braços expressavam a segurança de minhas palavras, ela soube naquele momento que não estava brincando. Belinda entendeu, que a Dulce, não é só um contrato, ela é meu tudo.

— O senhor a ama, não é? — Baixa os olhos, e vejo as lágrimas fluírem.

— Com toda a força da minha alma.

— Por que não eu, ou a Aline, ou uma das outras? Sempre fizemos tudo para agradá-lo?

— Porque o amor não é um jogo, o amor é uma promessa muda entre dois corações, ele simplesmente acontece, quando você menos espera.

Ela está mais calma, afrouxo a pegada de minhas mãos em seus braços e a levo até o estofado, ela se senta. Sirvo-lhe um copo com água, ela bebe tudo.

— Pense na proposta do Stuart, ele gosta de você, sei que o que sente por mim não é amor, você se acostumou com minha proteção, está com medo de andar com as próprias pernas, entendo, para uma submissa é difícil viver sem a proteção e os cuidados de um dono, mas mesmo que não queira outro Dom, não a deixarei desamparada, você sabe disso, gosto de você, vivemos maravilhosos momentos juntos, mas era só um contrato, e um jogo de prazer, que se pensar bem, já estava desgastado, e se a Dulce não tivesse surgido em minha vida, não mudaria o fato da não renovação do nosso contrato.

— Perdoe-me, agi sem pensar, estava com raiva, não é nada bom ser substituída.

— Você não foi substituída, apenas desfiz nosso acordo, não estava sendo bom para mim, e para você estava sendo cômodo, vá por mim, um dia você mesma iria perceber isso, e tomaria a decisão que eu tomei.

Ela se assusta quando escuta batidas na porta.

— Entre — ordeno.

— Senhor, como ela está? — Guiomar veio buscá-la. — E a menina Dulce, está bem?

— Está tudo bem. Belinda está pronta para ir, não está? — pergunto, olhando para Madeleine.

— Estou, — Ela se levanta, passa por mim rapidamente — Adeus, meu senhor. — Deixa a sala às pressas. Guiomar olha-me com um ar preocupado.

— Ela vai aceitar, cedo, ou tarde ela se acostumará.

— Assim espero, senhor — Guiomar segue para a porta, vou logo atrás.

— Eu a vejo em meu casamento, nos dois, certo?

— Não perco isso por nada, até mais.