Epílogo

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Christopher Uckermann

Ela está tão linda! Vestida em um lindo macacão curto de látex preto, meias pretas arrastão e sapatos altos e vermelhos. No rosto uma máscara de renda bordada com strass da mesma cor da roupa. Nos cabelos uma longa trança.

Não foi fácil me convencer a expô-la, eu não queria.

Nesses cinco meses, os quais já somos marido e mulher, esposo e esposa, dom e sub, mestre e escrava, têm sido algo inimaginável, completamente diferente de se ter um submisso como responsabilidade para jogar, cuidar e proteger. É completamente diferente.

Tive tantas submissas no decorrer de minha vida, que até perdi a conta, só me lembro das minhas últimas, elas foram maravilhosas, atenderam as minhas necessidades, e fomos perfeitos em todos os nossos jogos, mas vivi por tanto tempo em minha zona de conforto, que ao sair dele, nem percebi que já estava completamente envolvido. Dulce, foi e é meu sétimo sentido, com ela estou aprendendo coisas que não aprendi com minhas antigas submissas.

E por falar nelas...

Cora. Ela ligou para meu escritório, felicitando-me por meu casamento, desejando-me muitas felicidades e filhos. Fiquei feliz por ter me procurado, achei gentil e me senti honrado por ter a delicadeza de me parabenizar. Ela está bem, assumiu seu relacionamento, e o tal homem, que ela me disse estar interessada, não é um homem, é uma mulher. Eu já sabia que a Cora gostava de meninas, percebi isso desde o dia em que a toquei.

Aline, está bem, já está trabalhando em minha filial em Portugal, e ainda não demonstrou interesse em outro Dom, disse que está bem sozinha.

Belinda, aceitou ser submissa do Stuart, e a Guiomar me disse que ela está grávida de seis meses. Acho que ela conseguiu realizar o sonho de ser mãe.

— Meu senhor? — Escuto a voz de um anjo.

Meu anjo.

Olho extasiado mais uma vez para ela. Sou um Dom de muita sorte.

— Sim, escrava, controle-se, quando for o momento eu aviso.

Estou esperando os ânimos se acalmarem na sala que está reservado para minha apresentação de shibari. E ela estará ao meu lado, será sua primeira vez em público, e sei que está nervosa. Não estou muito tranquilo em expor minha esposa submissa para o olhar de outros homens.

Por Deus! Eu não sabia que ciúmes existia até me apaixonar, é um sentimento tão mesquinho e devorador, que as vezes não me reconheço. Estou em prática a cada minuto sobre meu controle, principalmente os dos nervos, pois tem certas horas que tenho vontade de sair socando uma porção de homens. Não em meu território, pois os Doms respeitam as submissas dos outros Doms, principalmente de um mestre.

Eu falo dos homens comuns. Esses são desprezíveis até para mencionar.

— Mestre, já está tudo pronto.

Uma Domme, se aproxima e sussurra em meu ouvido. Olho para a Dulce, ela treme, a conheço, cada pedacinho dela, sei tudo sobre seu corpo, seus nervos, seus medos, seus gestos, a prática leva a perfeição. Andamos praticando... todos os dias, e em todos os locais, inclusive em meu escritório, pois o meu dominador protetor não a deixa um minuto sozinha e aonde eu vou, ela vai.

— Menina, vá com Domme Nathe, ela irá guiá-la. — Seus lindos olhos verdes e medrosos me encaram. Acaricio seu rosto com as pontas dos dedos e depois deixo minha mão em sua nuca, faço um carinho brando, pressionando meus dedos no final da coluna cervical. — Ficará tudo bem, estarei com você, antes mesmo de perceber minha ausência. — sussurro em seu ouvido.

JOGO DA SUBMISSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora