Dulce Maria
Eu não quero pensar em mais nada, a não ser em meu pai, o processo de sua recuperação, apesar de ele estar lúcido, deverá ser complicado, afinal ele ficou meses preso em uma cama hospitalar, e ninguém sai andando de boa depois de um coma tão longo, mesmo tendo um tratamento fisioterapêutico tão bom quanto ele teve. Agora, só preciso encontrar uma desculpa para quando ele vir me perguntar onde encontrei dinheiro para pagar sua hospitalização e seu tratamento.
Ganhei na loteria?
Não, isso não vai colar, papai é esperto. Caralho, o que vou dizer?
O que posso fazer é diminuir o tamanho do impacto. Eu preciso me livrar do apartamento e do automóvel de luxo, vende-los, e comprar algo mais simples, e encontrar um emprego. E isso eu farei assim que chegar em casa.
Nada disso estaria acontecendo se o dono da porra toda, não tivesse bancado o escroto. Apesar de tudo, ele é o responsável pela recuperação do papai, se ele não tivesse tomado a frente e pago todo o tratamento dele, certamente a esta hora seria órfã. Devo tudo a ele, não sou mal-agradecida. E se ele não tivesse me enganado, não precisaria mentir para o papai, e o apresentaria como nosso anjo salvador.
Talvez, o Christopher nem seja o culpado, talvez seja eu, a culpada. Me iludi, achei que um homem como ele se apaixonaria por mim, me transformaria em única.
Tola. Idiota.
Homens Dominadores, não querem ligação, não deixam suas vidas organizadas para se aventurar no amor. E quer saber? Eles estão certos.
— O amor, é uma merda. Só machuca. — digo em voz alta, enxugando uma lágrima teimosa que salta do meu olho.
— Como tem tanta certeza, disso? — Uma voz feminina e suave soa bem ao meu lado. Nem percebi que tinha uma pessoa na sala de espera. Viro meu rosto, e a senhora sorrir. — Uma garota tão jovem já decepcionada com amor? Não é para ser assim querida — ela se ajeita na poltrona e se vira, segurando minha mão.
— Vá por mim, o amor não machuca, ele nos torna forte, ele nos mostra o caminho, saiba entender a linguagem do amor, acho que ele a quer dizer algo.
— Sei... acho que ele quer dizer o quanto estou ferrada, e fui uma imbecil. — A senhora solta uma tímida gargalhada.
— Tolinha, não sei quem a machucou, mas posso dizer que nada dura para sempre, tudo isso vai passar, e logo o que parecia cinza ficará claro como uma nuvem.
— Sei não... mas não quero pensar nisso agora, tenho outras prioridades, e a mais importante está em um quarto lá dentro. — Aponto com o olhar em direção ao corredor onde fica os quartos.
— Eu também estou esperando notícias... — De repente ela fica triste.
— A propósito sou Dulce. — Tento distrair a senhora, de triste já basta eu.
— Sou a Valquíria, meu irmão sofreu um AVC, estou aguardando notícias dele há uma hora, e ninguém vem me dizer nada.
— Eu sinto muito, não sabia...
— Está tudo bem, só estou com medo, sabe perdi meu marido faz seis meses, e só tenho meu irmão, e meus cachorros, então, o medo bate quando vemos alguém que amamos sem forças para respirar.
— Entendo, não sei o que será de mim caso meu pai me deixe, tenho só ele, não tenho mais ninguém.
— Sempre haverá alguém, garota, Deus nunca nos deixa sozinhos, acredite.
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JOGO DA SUBMISSÃO
Fanfiction(+18) FANFIC VONDY. Christopher Uckermann Controle e domínio duas palavras que regem minha vida, tanto a pessoal, quanto a empresarial. Sou viciado nessas duas palavras. No mundo em que vivo se você perder o controle e o domínio perde tudo. As pess...