Capítulo 38

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Christopher Uckermann

Lá está ela. E posso dizer em bom e alto tom que ela é a única mulher que fez meu coração acelerar tão rapidamente, como se quisesse sair fora do meu peito. Não havia necessidade de fazer o que fiz, não havia necessidade de me aproximar tanto, pois sei que ela é minha para fazer o que eu quiser. Poderia ter ordenado para que ficasse no quarto só me esperando chegar à hora que eu bem entendesse. E ela me esperaria, ficaria nua na posição submissa só aguardando minha ordem.

E acreditem, o pensamento passou pela minha cabeça. E ela o faria sem pensar duas vezes.

Mas, invés disso, estou agindo como dono permanente, cuidando do seu mais valioso bem.

Que se dane o mundo e minhas convicções. Que se dane, se um Dom não deve se apaixonar se quiser manter sua paz de espírito. Que se dane, minha vontade de ser livre para viver do jeito que escolhi... sozinho.

Cheguei à conclusão de que a solidão é boa, mas existem coisas melhores.

Como o sorriso dela, como a voz dela, até os seus palavrões. Eu não me importo se ela não é uma submissa.

Não, ela não é. Mas pode ser unicamente minha, em todos os sentidos.

Só não sei ainda se ela está pronta.

Pois, da mesma forma em que ela nunca será uma submissa, nunca deixarei de ser um Dom. Está em meu sague. Então, teremos que nos adequar, ela a mim, e eu a ela.

Estou pronto. Quero tentar esse novo desafio. Cansei de jogar.

Quero experimentar outro verbo, mas do meu jeito.

— Vamos? — Nossa, preciso de muita concentração para não te agarrar e te beijar aqui mesmo.

— Para onde vamos? Do jeito que você está vestido, acho que vamos para algum evento social.

— Vamos jantar em um dos restaurantes mais luxuosos e caros do mundo. — Puxo o ar lentamente, enchendo meus pulmões, começo minha concentração, pois meu instinto faminto quer devorá-la.

Eu a deixo um pouco a frente. Alguns Dominadores acham apropriado que suas submissas andem um pouco atrás deles. Prefiro que elas fiquem à minha frente, assim tenho um campo de visão amplo e posso observar quem ousa olhar para o que é meu mais do que deve.

Apoio a palma de minha mão no centro de suas costas, e percebo que ela reconhece meu toque, seu corpo se retrai, tenho certeza de que seus pelos se eriçaram.

Entramos no elevador.

— Gostou do vestido? — Ela está maravilhosamente linda, eu sabia que esta cor ficaria incrível em sua pele e ressaltaria a cor de seus olhos. Minha vontade é descer o zíper e tomá-la aqui mesmo, dentro do elevador.

— Ele é lindo, aliás tudo é lindo, foi uma tarde muito agradável, mesmo sentindo sua falta, eu me diverti um pouco.

— Já passou, estou aqui, não estou? Não havia necessidade de sentir minha falta, sempre estarei ao seu lado.

Sei que não estou sendo nada gentil. Homens normais, estariam agora rasgando seda. Elogiando sua beleza, seu cheiro, dizendo-lhe que também sentiu saudade – e eu senti –, mas não sou um homem comum, não digo palavras românticas, demonstro de outra maneira o que estou sentindo, só que aqui não é o local apropriado para isso.

Após alguns minutos o motorista para o automóvel.

— Olavo saia um pouco do carro, por favor. — O motorista me obedece.

Percebo que Dulce fica tensa, talvez ela pense que irei tomá-la aqui dentro do carro, já que algumas pessoas acham que só porque somos do mundo do BDSM, fazemos sexo em qualquer lugar. Acho que somos comparados a animais e não temos domínio sobre nosso corpo e mente. Se somos Doms, temos que nos dar ao respeito, dar o exemplo, nossos submissos não são animais, são seres humanos e merecem todo nosso cuidado, carinho, atenção e principalmente respeito. É claro que existe exceção, em todo lugar existe uma ovelha maléfica e uma maçã podre.

JOGO DA SUBMISSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora