Capítulo 41

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Christopher Uckermann


Não menti quando disse que não sou romântico e não sou mesmo. Homens iguais a mim, não romantizam nada, o que temos é bastante simples, nada de complicação, nada de palavras melosas, doces, afinal, não sou um namorado, um amante, um marido. Sou um dominador, um senhor, um mestre. Em toda minha vida, nunca precisei ser diferente do que sou, e nenhuma submissa reclamou. Elas têm exatamente o que querem ter. Um senhor, que exigirá delas, obediência, submissão, controle e em troca eu darei prazer, proteção, domínio, e é só, todo mundo, joga, e todo mundo ganha.

Sou consciente de quem sou e o que sou. Em nenhum momento disse que os membros de nossa fraternidade não podem se apaixonar. Não devem, mas o coração humano é complexo, podemos dominar algumas emoções, sensações, mas não podemos dominar o amor. Nunca me preocupei com isso, vivi uma vida com regras rígidas, aprendi ainda muito jovem a dominar meus sentimentos. Quando estou com uma mulher, só a vejo como submissa, ela está ao meu lado para jogarmos com o prazer, para desafiarmos nossos limites, dou a ela o que precisa e vice e versa. Somos cientes dos nossos limites, e somos responsáveis por eles. Onde existe jogo, não há lugar para o amor, o amor, não admite certas coisas, e são justamente essas coisas que não abria mão.

Mas hoje, exatamente hoje, escolhi abrir mão dessas coisas.

Se eu quiser possui-la, não poderei me dividir.

Pois, o amor só é dividido por dois. Como descobri isso?

Exatamente quando ela disse; que se eu não aceitasse o amor dela, só bastava deixá-la me amar.

Fiquei com essa frase moendo meu cérebro. Foi por isso que fiquei quieto, foi por isso que fui frio. Precisava pensar com frieza, precisava afastar qualquer distração.

Chegou o momento. Não tenho dúvidas, e ela também não tem. É loucura? Claro que é.

Sei perfeitamente disso.

A Dulce não é uma submissa. E não sou um homem com gostos normais.

Quais as chances de isso dar certo? Nenhuma.

Mas, como eu disse, não sou um homem normal, e não costumo desistir do que quero e do que conquistei.

Sim, eu a conquistei. Ela odiava meu mundo, e a fiz respeitá- lo. E com isso ganhei seu respeito. E respeito não se compra, se conquista.

Ela é minha, completamente minha.

E farei com que nossa relação dê certo.

Merecemos isso. Ela merece isso, pois não existirá homem na terra que a ame mais do que a amo.

Por isso, devo começar a trilhar minhas mudanças pelo caminho mais difícil.

Belinda.

Ela será a primeira, nosso contrato vencerá daqui a dois meses, mas eu posso reincidi-lo quando quiser, e será hoje.

— Martins, devo demorar um pouco, portanto relaxe, se quiser tomar um café, pode ir, desde que fique por perto — digo.

Martins desce do veículo e abre a porta para que eu possa descer.

— Sim, senhor, não se preocupe.

Eu sei que a conversa com a Belinda não será fácil, das três submissas que estão comigo, ela é a única que é a mais apegada a mim.

A Cora, nunca foi, ela tinha uma necessidade de ser controlada, talvez seja porque comanda uma empresa, onde a maioria são homens, e eles precisam de suas decisões para caminharem, ou todos os homens com quem se envolveu até antes de se tornar minha submissa não entenderam sua necessidade de ser dominada ao extremo, não é só ordem, não é só subjugação. Por isso nossa relação era diferente das demais, não tínhamos sexo com penetração, eu a excitava, manipulava seu corpo, ela só permitia a prática da bondage e disciplina. E bondage é geralmente, mas nem sempre, é uma prática sexual, por isso a Cora nunca me viu nu. E só uma única vez, ela aceitou se unir a nós três, mas não deu muito certo, o jogo, acabou antes mesmo de começar. A alguns dias quando fui visitá-la para jogarmos, ela pediu permissão para conversarmos, e para minha surpresa foi ela quem me pediu para reincidir o contrato, dizendo, que queria se afastar um pouco das práticas. Fiz o que ela queria, passei o apartamento que ela ocupava para o nome dela e lhe dei um bom presente em dinheiro, pelos anos que ficamos juntos, é como um divórcio, ela não queria aceitar e me disse o motivo, estava gostando de uma pessoa, por isso resolveu dar um basta em nossa relação D/s, para poder investir em seu novo relacionamento.

JOGO DA SUBMISSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora