Delírio

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Malia Blake POVs ( maratona 03/05)

Quando abri os olhos, o teto parecia girar. Meu corpo estava quente, como se estivesse em chamas, mas eu não percebi isso de imediato. Era a sensação de algo errado, algo que não conseguia nomear.

Minha respiração estava pesada, e cada vez que tentava inspirar, parecia que o ar não era suficiente. Me sentei devagar, apoiando as costas na parede da cela. Glenn estava deitado na cama ao lado, os olhos fechados. Ele tossia de tempos em tempos, um som seco que ecoava no silêncio opressor do bloco de isolamento.

— Glenn? — chamei baixinho, mas minha voz soou distante até para mim mesma.

Ele abriu os olhos com dificuldade e virou o rosto na minha direção.

— Malia... — Ele parecia cansado, talvez até mais do que eu. — Tá se sentindo melhor?

Eu queria responder que sim, mas não sabia ao certo. Algo dentro de mim estava errado, fora de controle, mas não conseguia explicar.

— Acho que... — Minha voz sumiu, e a falta de ar ficou mais evidente.

Glenn se levantou devagar, olhando para mim com preocupação.

— Ei, tá tudo bem? Você tá ofegante.

Balancei a cabeça, tentando mostrar que estava bem, mas não consegui segurar um suspiro pesado. O suor começou a escorrer pelo meu rosto, e um calafrio estranho percorreu meu corpo.

— Acho que tô só... cansada — murmurei, mas nem eu acreditava nisso.

De repente, flashes de imagens passaram pela minha mente. Carl, segurando minha mão antes de eu entrar aqui. Rick, com aquele olhar grave. Daryl, reclamando sobre como eu era teimosa. Tudo parecia confuso, como se minha mente estivesse fora de sincronia com o resto do meu corpo.

— Eles precisam... segurar as cercas. Eles vão entrar... — murmurei, sem perceber que estava falando.

— Malia, o que você tá dizendo? — Glenn perguntou, vindo até mim. Ele se ajoelhou ao lado da minha cama, os olhos fixos nos meus.

— Carl... Carl precisa sair de lá. Tá perigoso demais — continuei, as palavras saindo sem sentido.

Eu sabia que estava delirando, mas não conseguia parar. Minha mente estava presa em um ciclo estranho, misturando memórias e preocupações.

Glenn colocou a mão na minha testa, e a expressão dele ficou ainda mais séria.

— Você tá pegando fogo, Malia.

Eu mal ouvia o que ele dizia. Meus olhos começaram a lacrimejar, e o calor parecia cada vez mais insuportável.

— Não... não é seguro. Carl... Carl, me escuta... — murmurei, como se ele estivesse ali.

De repente, minha visão ficou turva. Meu coração parecia acelerar, batendo tão forte que eu podia senti-lo no peito, mas minha cabeça estava leve, como se estivesse flutuando.

— Glenn... — tentei chamá-lo, mas minha voz falhou.

— Ei, ei, fica comigo! — ele gritou, segurando meus ombros.

Antes que eu pudesse responder, minha visão escureceu completamente. Senti meu corpo ceder, e o som da voz de Glenn chamando por ajuda foi a última coisa que ouvi antes de tudo desaparecer.

 Senti meu corpo ceder, e o som da voz de Glenn chamando por ajuda foi a última coisa que ouvi antes de tudo desaparecer

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My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora