O começo de uma nova era

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Malia Blake POVs

Acordei com um peso familiar sobre mim, que demorou alguns segundos para fazer sentido. Carl estava ao meu lado, dormindo profundamente, com o braço jogado despreocupadamente sobre minha cintura. Ele parecia tão sereno, quase como se estivesse em um sonho bom. Seus cabelos bagunçados cobriam parte de seu rosto, e eu me peguei sorrindo ao observar aquela expressão tão tranquila, algo que contrastava com a realidade que vivíamos.

– Grimes – chamei pelo seu sobrenome baixinho, cutucando seu ombro.

Ele resmungou, virou o rosto para o travesseiro e só então abriu os olhos devagar.

– Bom dia – murmurou, a voz rouca de sono.

– Bom dia. Você dormiu aqui mesmo? – perguntei, arqueando uma sobrancelha.

– Você praticamente me prendeu – ele respondeu com um sorriso preguiçoso.

– Eu? Prender você? – ri, cruzando os braços. – Conta outra.

– Tá bom, tá bom... Talvez eu quisesse ficar aqui – ele admitiu, rindo.

Revirei os olhos, mas antes que pudesse responder, ele se inclinou e me deu um selinho rápido.

– Ei! – protestei, sentindo meu rosto queimar.

– Só pra começar o dia bem – ele disse, levantando-se com um sorriso satisfeito.

Suspirei, tentando não sorrir também, e levantei para me arrumar. Apesar do momento descontraído, o clima pesado do dia anterior continuava pairando sobre mim.

No refeitório, o ambiente era tenso. Todos estavam reunidos, e Rick estava à frente, com uma expressão séria. Quando Carl e eu pegamos nossos pratos e nos sentamos, o silêncio predominava.

Rick pigarreou, chamando a atenção de todos.

– O Governador pode atacar hoje – começou, com o tom de voz firme. – Ele tem mais armas e mais pessoas, mas isso não significa que vamos desistir. Quero que todos estejam preparados. Mochilas prontas e todos em suas posições.

Um murmúrio nervoso percorreu o grupo, mas ninguém ousou contestar.

– Tomem o café rápido e arrumem suas coisas – Rick continuou, encarando cada um de nós. – Isso é sério.

Tomei um gole do café, mas parecia difícil engolir qualquer coisa naquele momento. Carl estava ao meu lado, silencioso, e eu sabia que ele também estava pensando nas próximas horas.

Depois do café, Carl e eu fomos até nossa cela para arrumar nossas mochilas. Enquanto ele dobrava roupas e pegava algumas de suas coisas, eu me sentei na cama, tentando acalmar minhas mãos trêmulas.

– Carl... – chamei, hesitante.

Ele parou o que estava fazendo e se virou para me encarar.

– O que foi?

– Eu tô com medo – admiti, a voz baixa.

Ele suspirou e caminhou até mim, segurando minhas mãos e se ajoelhando na minha frente.

– Malia, eu prometo que vai ficar tudo bem – disse, olhando nos meus olhos. – Eu vou cuidar de você, não importa o que aconteça.

– Você não pode prometer isso, Carl – falei, tentando segurar as lágrimas.

– Posso sim. Não vou deixar ninguém machucar você.

Senti um aperto no coração ao ouvir aquelas palavras. Sem pensar, me inclinei e o abracei com força, deixando minha cabeça descansar em seu ombro.

– Obrigada – sussurrei.

Quando nos afastamos, Carl me olhou com um pequeno sorriso e inclinou-se para me beijar. O beijo foi calmo, reconfortante, como se ele quisesse passar toda a segurança que tinha prometido.

– Agora vamos terminar isso – ele disse. – Precisamos estar prontos.

Poucas horas depois, estávamos escondidos na floresta com Hershel. O som dos tiros ao longe fazia meu coração disparar. Cada disparo parecia mais próximo, e eu apertava a mão de Carl instintivamente. Hershel nos mantinha calmos, mas até ele parecia preocupado.

– Devemos voltar – Hershel disse, finalmente. – Os tiros cessaram.

Seguimos o caminho de volta com cautela, atentos a qualquer barulho ou movimento suspeito. Quando chegamos ao pátio da prisão, tudo parecia vazio, mas o portão estava fechado. Esperamos ali por alguns minutos até que vimos o grupo voltando. Rick estava à frente, seguido por Daryl e os outros, com expressões cansadas e sombrias.

– Eles estão bem – murmurei, sentindo o alívio me inundar.

Mas não foi só o grupo que chamou minha atenção. Atrás deles, vinha um ônibus, lento, carregado de pessoas.

Assim que Rick passou pelo portão, Carl correu até ele e o abraçou. Eu fiquei um pouco para trás, observando o reencontro, mas logo me aproximei de Daryl.

– Você tá bem? – perguntei, olhando para ele.

– Tô, garota – ele respondeu, me bagunçando o cabelo.

Voltamos para o pátio, enquanto Rick subia em um dos degraus para falar com todos.

– O Governador fugiu – ele anunciou, sua voz carregada de exaustão. – Mas isso não significa que acabou.

Todos ficaram em silêncio, esperando que ele continuasse.

– Encontramos algumas pessoas em Woodbury – Rick explicou, apontando para o ônibus. – São sobreviventes. Não tinham para onde ir, e agora... a prisão é o lar delas também.

Olhei para o ônibus novamente enquanto as pessoas começavam a descer. Eram crianças, idosos e adultos, todos com expressões de cansaço e alívio.

– Isso vai mudar tudo – murmurei.

– Talvez pra melhor – Carl disse, apertando minha mão enquanto observávamos o novo grupo entrar na prisão.

Ficamos ali, em silêncio, assistindo aquelas pessoas se misturarem ao nosso grupo. Por um momento, senti uma pequena fagulha de esperança. Mesmo com todas as perdas, talvez ainda tivéssemos uma chance de recomeçar.

 Mesmo com todas as perdas, talvez ainda tivéssemos uma chance de recomeçar

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01: E assim chegamos ao
fim do primeiro Ato🥹

02: Estou tão animada para começar a escrever a segunda parte... tenham paciência com as postagens, em breve irei começar a escrever e já posto, prometo não demorar muito.

03: O que acharam dessa primeira parte? Eu confesso que gostei muito, muito mesmo. Comecei a escrever essa história em um momento difícil que estava passando, esse assunto a gente deixa pro final, então ela foi como um refúgio para mim, vcs me alegraram bastante!!!!!

04: Amo vocês amores, espero que possamos crescer ainda mais nessa segunda parte 🫶🏼

05: Ah, lembrando a vcs que essa segunda parte será de acordo com a quarta temporada.

Ass: juju

My refuge.- Carl GrimesOnde histórias criam vida. Descubra agora