Quando Malia é encontrada ferida perto da prisão, Rick Grimes e seu grupo a acolhem, dando-lhe uma nova chance. Durante a recuperação, ela cria uma conexão inesperada com Carl, o filho de Rick. Em meio à luta pela sobrevivência, a amizade entre eles...
A tarde se fez presente, o sol estava alto e o campo onde estávamos acampados parecia mais silencioso do que nunca. O som do vento nas árvores e o crepitar fraco da fogueira eram os únicos barulhos que cortavam o silêncio pesado. Eu estava sentada perto do carro, perdida em pensamentos, quando ouvi o walkie-talkie. O som veio de longe, mas o reconheci imediatamente. Fui até ele, com um nó no estômago, e peguei o aparelho nas mãos.
Rick estava do outro lado, e quando ouvi sua voz, soube que algo estava errado.
— Malia, ouça bem. Tyreese foi mordido. Ele não resistiu. Encontrem com a gente no campo aberto, cerca de dez minutos daqui.
As palavras de Rick caíram sobre mim como uma avalanche, esmagando meu peito. "Tyreese foi mordido." Não era possível. Eu... eu não queria acreditar nisso. Mas a realidade não tinha piedade.
Eu estava parada, olhando para o walkie-talkie nas minhas mãos, incapaz de mover um músculo. Rick havia desligado, e o silêncio tomou conta de mim, pesado e angustiante. As palavras de Rick ainda ecoavam na minha mente, mas nada parecia real.
Carl e os outros começaram a se aproximar, percebendo que algo estava errado.
— O que foi, Malia? — Carl perguntou, seu olhar preocupado, mas ele ainda não sabia o que Rick havia dito.
— Gente... Tyreese foi mordido — consegui finalmente dizer, a voz falhando. — Rick disse que devemos ir para o campo aberto. Oito, dez minutos daqui.
Sasha parou imediatamente.
— Não... não é possível — disse ela, a voz quebrando. — Como... como ele foi mordido? Onde?
Eu só pude negar com a cabeça, incapaz de explicar.
— Eu não sei, Sasha... não foi explicado. Mas... ele foi mordido, e não tem muito o que fazer agora.
Ela se afastou, sua respiração acelerando.
— Por favor, Malia, diz que você está mentindo.
Eu fechei os olhos, sentindo as lágrimas começarem a subir. A dor estava ali, no ar, e eu não conseguia afastá-la. Era tudo muito real.
Antes que o silêncio nos consumisse por completo, Rick falou novamente pelo walkie-talkie.
— Peguem tudo e apaguem a fogueira. Vamos para o campo aberto.
Era como se o tempo tivesse perdido o sentido. Todos se moveram em silêncio, pegando o que conseguiam, preparando-se para sair. A pressão do momento era insuportável, como se cada passo fosse mais difícil que o anterior.
Quando chegamos ao campo aberto, o cenário era devastador. O corpo de Tyreese estava estendido no chão, coberto com uma manta. Ele parecia tão pacífico, mas eu sabia que a paz que ele encontrava ali não era justa, não dessa maneira.
Sasha foi até ele, e o choro dela era a única coisa que quebrava o silêncio do campo. Ela se ajoelhou ao lado dele, colocando a mão no ombro dele, como se tentasse impedir que ele se fosse, mas ele já estava em um lugar onde não havia mais dor.
Rick, com o rosto sério, sinalizou para começarmos a preparar o enterro de Tyreese. O padre Gabriel se aproximou, segurando a Bíblia de Tyreese, e começou a dizer palavras que pareciam tanto consolo quanto saudade.
— Senhor, acolha Tyreese em seu descanso. Ele foi um homem bom. Que sua alma encontre paz.
Eu fechei os olhos, sentindo o peso da dor. Não era justo. Nada disso era justo. Mas era a realidade.
Quando todos terminaram de dizer suas despedidas, Rick falou novamente, quebrando o silêncio.
— Pessoal, vamos para Washington. Não é muito longe daqui.
O impacto das palavras de Rick foi imediato. Alguns, como Abraham e Sasha, pareciam aceitar a ideia. Mas eu, Carl, Daryl e alguns outros não podíamos aceitar tão facilmente.
— Washington? — Carl foi o primeiro a protestar, a raiva e a confusão estampadas em seu rosto. — Como assim? Para quê?
— Eu não posso acreditar que estamos considerando isso — Daryl disse, com o olhar sombrio. — Estamos perdendo pessoas o tempo todo. E ele quer que a gente vá para lá?
— Eu sei que é difícil, mas é o que precisamos fazer. Eu... eu não posso deixar que isso nos quebre — Rick disse, com uma dureza na voz. — A vida continua, e nós precisamos de uma direção.
A discussão entre nós crescia, mas Rick manteve sua posição.
— Vamos. É a decisão que tomamos. Vão buscar os carros.
Nós não dissemos mais nada, e todos começaram a se mover, um passo atrás do outro, mesmo com a dúvida ainda no ar.
Quando chegamos aos carros, Abraham foi o primeiro a tentar ligar o motor, mas o carro não pegou. O silêncio aumentou ainda mais. Eu senti a exaustão tomando conta de mim. Não havia energia para continuar com essa luta.
Abraham tentou de novo, mas o motor não respondeu.
— Não tá pegando — ele disse, o cansaço visível em sua voz.
Daryl, olhando para o outro carro, também tentou, mas o som do motor não foi melhor.
— O outro também não tá funcionando — ele falou, mais para si mesmo do que para qualquer um de nós.
Agora, exaustos, nos sentamos no chão, perto dos carros, sem saber o que fazer. Nossos corpos estavam cansados, e as mentes ainda processavam o que havia acontecido com Tyreese.
O silêncio tomou conta novamente, mais pesado do que nunca. Nós não sabíamos para onde iríamos. Não sabíamos o que fazer. Só sabíamos que estávamos todos exaustos, física e emocionalmente.
Eu olhei para Carl, e ele me olhou de volta. Nenhuma palavra foi dita, mas não precisávamos de palavras. O peso do que perdemos estava ali, entre nós, e nos unia, em silêncio.
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01: 03 capítulos no mesmo dia, que milagre é esse?