" A Soul to Save"

☆ Capítulo < XXXXV >

Capítulo 45 = " Nas sombras "

O quarto era engolido por um silêncio esmagador, cortado apenas pelo som ritmado do monitor que marcava os batimentos do coração.

Cada "bip" parecia ressoar nas paredes, na pele de Severus, como se fosse a única âncora entre ele e o abismo. Ele estava sentado na poltrona ao lado da cama, as mãos entrelaçadas, a respiração rasa. Na cama, Zachriel repousava, ainda conectado aos aparatos mágicos que mantinham o mínimo de estabilidade no seu estado ainda frágil.

Foi mais do que Severus podia suportar. Quando o coração do menino parou, algo dentro dele também cessou de bater. Ele não sabia o que era pior: o desespero em não poder fazer nada ou a sensação de que estava perdendo mais uma parte de si mesmo.

Os medibruxos lutaram por mais de uma hora, e durante todo esse tempo, Severus foi apenas um homem quebrado a meio aquele todos caos, preso entre a urgência de invadir a sala e o medo de ser o motivo de qualquer distração fatal. Narcisa segurou sua mão firme, mas nem mesmo ela pôde conter sua própria angústia. Kingsley também esteve lá, uma presença sólida, embora não fosse suficiente para dissipar o desespero que pairava sobre eles.

Agora, Zachriel estava ali, respirando. Vivo. Mas a fragilidade daquele momento era  extremamente insuportável de querer estar.

Severus fixou o olhar no rosto pálido do filho, os pequenos traços tão familiares, os cabelos castanhos claros qyase semelhantes ao loiro, estava caidos espalhados pelo travesseiro da cama, os cachos rebeldes, caindo lentamente delicado sobre aa dua testa. Severus sempre achou que seu filho era numa mistura de anjo, Zachriel era tão inocente, e sua beleza era pura, mas agora rstar marcados pela exaustão. Ele mal piscava, o medo de perder até mesmo aquele simples movimento de vida era paralisante.

___ Trouxe café.

A voz de Narcisa cortou o torpor que o consumia, suave, mas firme. Severus ergueu os olhos, aceitando a caneca que ela oferecia, sentindo o calor se espalhar pelas mãos. Ela se inclinou, beijando-o suavemente nos lábios, como se quisesse lembrar que ele ainda estava ali.

___  Obrigado, — murmurou, tomando um gole do cafe antes de perguntar ___ Onde está Draco?

Narcisa se acomodou em seu colo, os braços envolvendo o pescoço dele.

___  Com Andrômeda. Ele... foi muito difícil para ele ver Zachriel assim. Precisava descansar. Foram dias muito longos para todos nós. Você também deveria descansar, Sev.

Ele suspirou, beijando a palma da mão dela com delicadeza.

___  Eu estou bem, Cissy. Mas... obrigado. Obrigado por estar aqui. Por não desistir de mim, de nós.

Ela sorriu, os dedos deslizando pelo rosto dele, até a barba que ele agora cultivava, o cavanhaque. Junto do cabelo não mais longo como antes, e sim curto.

___  Eu nunca desistiria de você, Severus. De nós. Zachriel vai ficar bem. Ele é forte. Tão forte quanto você.

Por um momento, o calor daquele gesto fez Severus sentir que talvez, apenas talvez, houvesse alguma segurança naquele caos. Mas foi quando uma voz inesperada interrompeu a calma momentânea.

___ Será que já vem casamento?

Ambos se viraram abruptamente, encontrando Zachriel com um sorriso fraco infantil, mas travesso.

— Zachriel!

A exclamação de Severus foi carregada de espanto e alívio. Ele rapidamente se inclinou, abraçando o menino com força, como se temesse que ele desaparecesse novamente. Narcisa, de pé ao lado, sorria emocionada, os olhos marejados enquanto observava a cena.