Capítulo 38

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Bárbara observou Alonso sair do quarto, ainda um pouco atordoado com as acusações que ela fizera. Ela sabia que ele não acreditaria nela de imediato, mas o que importava era que ele começaria a prestar mais atenção na sobrinha e, quem sabe, a afastá-la um pouco de sua vida.

Com um sorriso satisfeito no rosto, Bárbara se levantou e se dirigiu ao corredor. Seus passos eram firmes, e a energia no ar estava carregada de uma tensão que ela adorava. Quando chegou à porta do quarto de Penélope, ouviu um suspiro abafado, como se a jovem estivesse tentando se acalmar.

Bárbara não hesitou e bateu levemente na porta antes de abri-la. Penélope estava sentada na cama, os olhos avermelhados e o rosto cheio de raiva. Quando a viu, a jovem se levantou rapidamente, tentando disfarçar o desconforto.

— Ah, Penélope, que bom te ver... — Bárbara disse com um sorriso venenoso. — Estava me perguntando se você estava bem.

Penélope engoliu em seco, tentando controlar a respiração, mas suas mãos traíam seu nervosismo.

— Eu... eu estou bem, sim. — Ela respondeu, forçando um sorriso.

Bárbara observou a reação dela com um olhar de desdém e, então, fechou a porta atrás de si, ficando apenas ela e Penélope no quarto. Caminhou até o centro do cômodo com um passo firme, como se estivesse dominando a situação.

— Sabe, Penélope... Eu te vi ali na porta. — Bárbara disse, o tom casual e calmo, mas com um brilho de malícia nos olhos. — Achei muito bonito da sua parte... querer ouvir o que estava acontecendo. Sabe, isso faz você parecer bem... curiosa, digamos.

Penélope arregalou os olhos, tentando não demonstrar surpresa. Ela engoliu a seco, mas seu rosto estava marcado pela vergonha e pela raiva que ela mal conseguia controlar.

— Eu não estava... — Penélope tentou protestar, mas Bárbara a interrompeu com um gesto de mão.

— Não precisa negar, querida. Eu vi tudo. Não tem problema. Eu entendo. Às vezes, é difícil não querer saber o que os outros falam sobre você, principalmente quando a verdade não é o que você esperava ouvir. — Bárbara disse com um sorriso irônico, mas seu olhar estava frio, como lâminas afiadas.

Penélope sentiu a raiva aumentar, mas estava nervosa demais para reagir diretamente. Ela queria xingar Bárbara, mas sabia que, se fizesse isso, a situação só pioraria.

Bárbara se aproximou mais um pouco, ficando a poucos passos de Penélope, e continuou:

— Olha, vou ser bem clara com você. Sei que você tem... um certo interesse em Franco. — Ela deu ênfase à última palavra, sabendo exatamente o que estava insinuando. — Mas, querida, se você for um pouco mais esperta, vai perceber que ele não é para você. Não estou dizendo isso por ser má... só estou sendo realista.

Penélope a encarou com raiva, mas não disse nada. Bárbara continuou, agora com um tom mais ameaçador, mas ainda suave o suficiente para que não fosse óbvio demais.

— E eu, como boa amiga, quero te dar um conselho. Fique longe dele, entendeu? Porque se você continuar se aproximando dele, vai acabar se queimando sozinha, e não vai ser bom para ninguém. Não me leve a mal, estou apenas te prevenindo. — Bárbara concluiu com um sorriso cheio de segundas intenções, mas que aparentava ser amigável.

Penélope estava prestes a responder, mas antes que pudesse abrir a boca, Bárbara já estava saindo do quarto com um ar vitorioso.

A mente de Penélope estava uma bagunça. Ela não sabia o que fazer, mas algo em seu coração se apertou. O que Bárbara disse parecia ter um fundo de verdade, e uma sensação de desconforto a invadiu. Mas, no fundo, algo dentro dela a fazia pensar que a verdadeira razão de Bárbara lhe dar esse "conselho" era algo muito mais pessoal do que ela estava deixando transparecer.

Enquanto Bárbara saía do quarto, um sorriso sutil e vitorioso surgia em seus lábios. Ela sabia que Penélope não suspeitava de nada, mas, por precaução, ela precisava garantir que a garota ficasse longe do seu território... o que, no caso, era o próprio Franco.

Tudo estava se encaixando perfeitamente para ela.

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