Desde que larguei Camila na porta da faculdade que não paro de pensar nela. O som da sua risada ecoava pela minha mente a medida que eu recordava nosso encontro tão breve, e tão bom. Eu não sei porque fiquei fissurada naquela garota dessa forma, talvez fosse seu jeito de ser que havia me cativado apesar de que só nos falamos por alguns minutos. Acho que estava desacostumada a conhecer gente nova ou talvez até gente que valha a pena. Encontrei os dois em uma só pessoa e não estava sabendo lidar.
- O que você tem? - Normani perguntou enquanto passamos pelo que deveria ser a milésima loja de roupas. - Esta toda suspiros
- Conheci a tal Camila - dei de ombros pedindo a Deus para que ela não resolvesse passar da vitrine.
Normani parou o que estava fazendo e me encarou com uma expressão desconfiada.
- O que você fez com a garota, Laur? - gargalhei esquecendo onde estava, mas tratei de abafar o riso com as mãos. - Estou oficialmente preocupada.
- Me ofende saber que você pensa o pior de mim - fingi estar magoada. Sua expressão não mudou e eu revirei os olhos em divertimento. - Eu não fiz nada com ela, relaxe Manibear.
Ela pareceu desistir do assunto e continuou caminhando, o que era muito estranho na verdade, tirando essa pequena conversa, percebi Normani incrivelmente fora de si desde que chegamos aqui. Ela era insuportável quando se tratava de compras, tínhamos de entrar em várias lojas antes dela se dar conta que queria a roupa que viu na primeira, não poupava tempo para provar todas as peças e tagarelava sobre as últimas tendências até convencer quem quer que fosse de que suas escolhas estavam mais do que corretas. Mas hoje ela mal passava das vitrines e quando o fazia ficava menos de dez minutos lá dentro, sem contar que não se pronunciava e quando o fazia parecia premeditado e forçado. Tem algo errado.
- Você não vai escolher nada? - perguntei desconfiada.
- Não achei nada ainda que me interessasse.
- Hm - cerrei os olhos. - desde quando você se controla desse jeito?
- Laur?! Não enche. Você quis vir então para de reclamar.
- Mas eu não quis vir - bufei baixo para mim mesma.
Passamos literalmente a tarde toda andando pela Fifth Avenue indo e vindo atrás de algo que, pelo que me parece, não existia em nenhuma daquelas lojas. Normani estava estranha, meus pés estavam doendo e eu mal podia esperar para deitar na minha cama. Um bip se deu ao meu lado. Normani segurava o celular encarando fixamente a tela e terminava de digitar algo.
- É, não encontrei o que queria. Vamos que eu preciso passar em casa ainda.
- O quê? Não pode me deixar no hotel antes? - pedi fazendo beicinho, mas ela me olhou indiferente balançando a cabeça em negação.
Bufei de novo, estava indignada comigo mesma por ter aceitado sua carona mais cedo. Se eu soubesse que iríamos fazer tantas paradas teria ido de táxi para o hotel e a essa hora estaria com a cara enfiada no travesseiro.
Não demorou muito e estávamos em frente a seu prédio. Normani morava em um dos lugares mais bem cotados do upper east side, seus pais eram figuras influentes no ramo do marketing e o fato de ser filha única lhe proporcionava mimos um tanto quanto exagerados. Implorei para esperar no carro, mas ela fez questão de que subisse com ela para "ajudá-la a carregar algo na volta." Essa história ficava mais estranha a cada segundo, Mani estava tramando algo e eu já desconfiava do que poderia ser. Subimos em silêncio, um certo nervosismo vindo de sua parte, ela com certeza era péssima para disfarçar as coisas e eu me perguntava se sabia disso. Quando passamos da porta do apartamento a luz acendeu e diversas pessoas saltaram gritando e gesticulando, uma cena digna de filme.
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Requiem
FanfictionLauren Jauregui é uma herdeira multimilionária, que, após afastada de sua vida contra sua vontade, por um ano inteiro, consegue retornar a Nova York para acertar as coisas com seu pai. Ela tem tudo sob controle até conhecer Camila, uma garota que va...