Será que é Amor?

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- O que foi aquilo Laur? - Ally perguntou assim que constatou estarmos longe o suficiente de todos, sentando em um banco e me puxando para fazer o mesmo.

Os pensamentos ainda não estavam organizados em minha cabeça, tudo havia acontecido tão rápido. Em um momento eu estava alegre como nunca e no outro estava recebendo um tapa na cara da pessoa que eu menos esperava.

- Eu não sei Ally - respondi finalmente uma vez que seus olhos não saíram de mim. Minha mão estava sobre meu rosto, no local do tapa, acariciando levemente a pele agora sensível.

- Você perdeu o controle, de novo. - ela suspirou segurando a outra mão que repousava em meu colo.

- Não de novo, tem alguns dias que não o perco assim e nem foi essa coisa toda vai, mal xinguei o garoto.

- E você acha certo tê-lo xingado de qualquer forma?

- Uma vez que ele pediu por isso... Ela ainda tinha que defendê-lo. - bufei tirando bruscamente a mão do meu rosto e socando-a na minha perna.

- Calma! O que esse menino fez para você?

- Nada. Mas ele não é uma boa pessoa, eu sei que não é, e Camila fica grudada com ele vinte e quatro horas. A pior parte é que depois ela abre a boca pra dizer que não teve escolha. Por favor, ela pode muito bem andar sem estar agarrada em suas mãos. - revirei os olhos e, pela forma que Ally me encarava, eu percebi que estava deixando transparecer demais.

- Camila não é nenhuma criança, ela sabe o que é bom e o que não é. - Não, ela não sabe. Quem eu queria enganar? Se ele não era bom para ela eu seria muito menos. - Você não pode tomar as decisões por ela.

- Ela me deu um tapa - falei em um fio de voz como se, só agora, estivesse me dando conta da veracidade das coisas.

- Um tapa muito bem dado, diga-se de passagem. - ergui o olhar até o seu com uma cara de poucos amigos a fazendo rir.

- Ha ha, Ally! - sonorizei ironicamente.

- E o que foi aquilo com o Chris?

- Ele sendo idiota, como nunca antes. Estava chapado. - ela arregalou os olhos.

- O Chris? - concordei com a cabeça apenas, meus olhos fixos no vazio do chão à minha frente. - Desde quando?

- Não sei, mas pelo visto já tem um tempo. Wesley me falou e eu fui em seu quarto ver se encontrava algo, é o tipo de coisa que você precisa ver para crer, sabe? Eu estava me dando todas as desculpas do mundo para não pensar isso dele, mas hoje eu vi o quão parecido comigo ele está. E quase tomei na cara também.

- Bom, você tem que falar com ele antes que as coisas piorem.

- Por um acaso problemáticos escutam alguém? - a fitei em questionamento. - por um acaso eu te escutava?

- Não, mas você tem que tentar - se adiantou antes que eu ousasse interromper sua frase, o que eu realmente iria fazer. - Se ele não escutar então sua consciência fica tranquila.

- Minha consciência fica tranquila de qualquer forma - dei de ombros.

- Aham, e foi por isso que você foi revistar o quarto dele? Por que estava de consciência tranquila? - bufei apoiando os cotovelos no joelho e esfregando meu rosto com as mãos. - É por isso também que você está tão irritada com a Camila, ou tem algo mais ai?

Ela falou com uma certa relutância, me lembrando os velhos tempos em que perguntava de todos os meus casos se eles virariam algo mais. Voltei meus olhos para os seus rapidamente me deparando com aquela desconfiança divertida que ela sempre carregava nessas horas. Parecia uma criança descobrindo o presente que poderia ganhar no natal. Eu odiava o fato de que ela me conhecia a tal ponto, então nem me dei ao trabalho de negar. Resolvi poupar meu tempo e minha saliva lhe dando de cara o que queria.

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