- Vocês o que? - Ally exclamou abafado colocando a bolsa ao meu lado, sobre a mesa, e sentando na cadeira. - Sua... nem me contou nada!
- Foi rápido demais, nem eu estava sabendo. - ri lembrando da primeira vez entre eu e Camila.
- E ai? Como foi?
- Isso não é algo que se pergunta para uma dama. - a baixinha revirou os olhos me fazendo rir - Eu também não sei descrever - suspirei conformada com minha incapacidade de classificar qualquer momento meu ao lado da mais nova. - Foi...
- Você é tão fofa assim - ela me interrompeu - É muito bonito de te ver dessa forma, Laur.
Tá bom, eu não costumava ficar sem graça ou desconfortável facilmente, mas Ally tinha um jeito para essas coisas que chegava a me incomodar. Eu estava corando, dava pra sentir o borbulhar nas minhas bochechas e ela estava se divertindo muito com isso.
- Dá pra você parar? Odeio quando faz isso - bufei olhando ao redor rapidamente, antes de pousar os olhos em seu rosto novamente.
- Então, me conte duas coisas: seu pai e Vero, como andam os dois?
- Nossa, eu nem lembrava da Verônica.
- Já tem ideia do que ela pode estar querendo aqui?
- Não, mas ela está quieta demais, não é? Silêncio nunca é bom.
- Eu não acredito que ela veio para cá, quero dizer, com tantos lugares no país e no mundo ela tinha que vir parar logo aqui? Pra procurar emprego? - revirei os olhos lembrando a desculpa esfarrapada que ela havia dado para mim.
- Você tinha que ver a cara dela quando me disse isso, ela nem se preocupou em disfarçar melhor a mentira.
- Típico de Verônica Iglesias. Ela não deu nenhuma pista para você sobre o que podia querer?
- Não, só comentou que ficou sentida por não ter entrado em contato quando voltei para Nova Iorque e, que além de preocupada comigo, ela veio para resolver umas coisas. - bufamos as duas indignadas com nossa falta de clareamento quando se tratava daquela garota. Não que eu a odiasse, mesmo que eu quisesse, e ela merecesse, era difícil fazer despertar aquilo dentro de mim. O coração é burro, e foi nele que ela esteve por muito tempo dentro de mim. Em pensar que um dia quase a chamei de irmã.
- E o seu pai? Vocês estão bem melhores, saíram de ligações sem xingamentos para encontros sem agressões. Estou orgulhosa. - cerrei os olhos a olhando de canto já prevendo a expressão provocativa que seu rosto sustentava.
- Michael - consertei com uma certa petulância. - Ainda é uma incógnita. Sabe, algo dentro de mim quer confiar, quer dar uma chance... mas ai todo o resto entra em alerta e me diz para não fazê-lo. É como se eu mesma me repreendesse por dar o braço a torcer, é muito confuso.
- Mas, dessa vez, me parece que ele está realmente tentando mudar.
Mudei de posição. A aflição que me tomava naquele momento requeria algo mais intenso e mais sério do que o que fazíamos alí. Girei as pernas para cima da mesa, cruzando-as sobre meu corpo e me arrastei mais na direção da baixinha, inclinando o corpo para frente.
- Por que? - perguntei em um fio de voz, as mãos gesticulando sobre minhas coxas e meu olhar mais pesado do que tudo. - Por que, do nada, sem ao menos uma desculpa, uma razão, um motivo aparente, ele resolveu se reconciliar?
- Talvez ele tenha se tocado das burrices, ou foi aquela última conversa de vocês...
- Não, não faz sentido Ally! Isso não é coisa dele. Eu acho que ele pode estar tramando algo.
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Requiem
FanfictionLauren Jauregui é uma herdeira multimilionária, que, após afastada de sua vida contra sua vontade, por um ano inteiro, consegue retornar a Nova York para acertar as coisas com seu pai. Ela tem tudo sob controle até conhecer Camila, uma garota que va...