All of Me

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Eu estava no meio de um sonho, um daqueles pretos que você não vê nada, não ouve nada, não existe, mas mesmo assim sua mente parece funcionar lá dentro. Parecia que uma história estava sendo contada em um suspiro para mim, eu via reflexos de imagens, mas eles estavam longe demais para que eu pudesse distinguir algo. Então senti o que pareciam ser beijos no meu pescoço, estava voltando à mim aos poucos ao sentir o toque externo. Minha mente vagou por um instante até recordar minha realidade e logo um sorriso se instalou nos meus lábios.

Só então senti o peso de seu corpo parcialmente sobre o meu, o calor das roupas grossas entre nós e sua risada rouca logo em seguida, direto no meu ouvido, me fazendo arrepiar. Respirei fundo quase como em um suspiro, ela sabia exatamente como me atingir. Baixei meu rosto seguindo o caminho de seus beijos e lançando minha boca no caminho. Camila sorriu com a boca na minha e então senti sua mão explorando por sob a minha camisa, os dedos deslizando levemente pela minha pele em carícias descontraídas. Ela não estava tentando nada demais pelo visto.

Abri os olhos para me deparar com a exposição dos seus. Me assustei de início pela falta de costume, para mim, infelizmente, o normal eram aqueles grandes curativos brancos, mas não havia do que reclamar. Ela ficava ainda mais linda sem eles. Seus traços finos se ressaltavam, os olhos perfeitamente proporcionais e localizados em seu rosto. Suspirei de novo, eu era tão sortuda.

- Bom dia - a voz dela estava ainda mais sedutora do que a risada. Completamente rouca e falha, tipo a minha.

- Meu Deus, você é tão linda! - afaguei seus cabelos com a mão livre já que a outra estava em sua cintura, meu braço servindo de travesseiro para ela. - Como eu posso ter uma namorada tão linda sem ao menos merec...

Camila me interrompeu com um beijo demorado.

- Não ouse dizer que não merece, porque você merece sim! Largue de ser besta.

- O único motivo que me faz ser besta aqui é você.

- Ótimo. Eu gosto assim.

A mais nova terminou de subir o corpo no meu envolvendo meu rosto com a palma das mãos e tirando todo meu fôlego com um beijo devastador. Sua língua invadiu minha boca sem ao menos pedir permissão e chamou a minha para uma brincadeira bastante provocativa. Apesar de se movimentar minimamente, ela estava me tirando a sanidade de novo, seu corpo sobre o meu daquela forma... Ela estava praticamente sentada em mim, hora ou outro arrastando o corpo para mim e para baixo. Pelo amor de Deus, ela tinha que estar fazendo de propósito.

Minhas mãos estavam confusas sobre onde repousar e o que fazer, a última vez me fez mais cautelosa com relação às minhas investidas e eu parecia perdida. O beijo ia se intensificando cada vez mais, nossas língua em uma disputa de carícias, os lábios se encaixando famintos. Estava ficando impossível controlar e então cedi acariciando o topo de sua coluna, acompanhando sua espinha até encontrar o volume de sua bunda.

- Você me permite? - rosnei em um tom divertido aproveitando sua pausa pela falta de ar. Senti ela sorrir sobre meus lábios.

- O quanto você quer? - ela arranhou meu rosto com as unhas.

- Quase nada - brinquei sorrindo.

- Então não.

Espalmei as mãos em sua bunda, cobrindo o máximo de área possível para então apertá-la com toda a força. A mais nova se lançou para frente em resposta deixando um gemido escapar sua boca, então foi a minha vez de cala-la com um beijo. Nossa começo de manhã se resumiu a isso, amassos e mais amassos sobre o colchão. Eu estava impressionada com a minha força de vontade, mesmo louca para executar meus desejos, fui capaz de suprimi-los e respeitar os limites que me foram dados anteriormente.

RequiemOnde histórias criam vida. Descubra agora