Passei todo meu resto de manhã e almoço com aquele maldito bilhetinho em mãos, lendo e relendo em busca de algo que despertasse uma lembrança, um conhecimento, qualquer coisa em minha mente que me ajudasse a desvenda-lo. Mas tudo foi em vão, aquelas palavras não passavam de frases rimadas para mim. Drew foi embora assim que lhe foi dada a chance, prometendo me ajudar a resolver os tais assuntos que ficamos de resolver e Ally não me valeu muita ajuda, o que foi frustrante já que eu praticamente depositei todas as minhas fichas nela.
Minha única alternativa era recorrer à única pessoa que se mostrou ciente, até demais, sobre esse assunto.
- Secretária da senhorita Dinah Jane, boa tarde - ela forçou uma voz mais fina e me fez revirar os olhos com seus joguinhos. O que havia dado nesse povo hoje para resolver brincar comigo dessa forma?
- Dinah, o que você sabe sobre o bilhete cinza?
- Desculpe senhora, em que posso ajuda-la? - revirei os olhos novamente apertando a mão no volante do carro.
- Dá pra parar com isso?
- Isso o que, senhora?
- Dinah - gritei e escutei um riso ecoar do outro lado da linha. Ela havia conseguido me tirar a paciência, mesmo hoje não tendo me sobrado muita.
- O que você quer, Jauregui? - perguntou ainda rindo. Idiota.
- Você soube aonde estava a outra pista, preciso que me conte agora o que ela significa.
- Sim, eu sabia onde estava a outra pista, mas não, não sei o que significa. Não sei nem o que tem escrito nela.
- Não mente para mim
- Por mais que eu quisesse e fosse adorar te provocar com isso, eu realmente não sei. Mila só me pediu para colocar esses dois envelopes nos lugares devidos.
- Foi você? - perguntei espantada com a revelação.
- Claro que foi, quem mais teria sido? Eu estava na sua casa, eu estive no seu carro... Tinha uma opinião melhor sobre você, Jauregui.
- Me deixa, eu não dormi - cocei a testa com a ponta dos dedos lembrando-me que precisava de um cochilo para funcionar melhor, sempre que pensava no quão chata havia sido minha noite o peso de suas consequências vinham sobre mim - Deixa pra lá, depois vou pensar melhor nisso.
- Beijinhos, sua namorada está vindo ao meu encontro. Mila - agora sua voz havia ficado distante - A Lauren te mandou um beijo.
Quando abri a boca para reclamar a ligação finalizou e eu me limitei a bufar sozinha dentro do carro. Dinah sabia ser muito chata quando queria, era quase outra de mim. Peguei minhas coisas e sai em direção ao arranha-céu que era o prédio da J.A.M, novamente eu estava aqui para resolver assuntos que o meu pai, por algum motivo, não podia fazer ele mesmo. Desde quando é preciso que o dono estivesse marcando presença todos os dias? Ele tem assistentes, ele tem assessores, ele tem sócios, por que ele tem que me ter também? Minha filha, eu não confio em nenhum deles, era o que sempre me dizia quando eu reclamava ou sequer pensava em pedir para não ter de substituí-lo mais.
Entrei no prédio com o óculos de sol cobrindo meus cansados e inexpressivos olhos, cumprimentar a todos do térreo ao último andar só se tornava uma tarefa mais mais difícil, com o passar dos dias e das semanas acabei por conhecer alguns trabalhadores daqui, fora os porteiros, seguranças e assistentes dos quais eu era, naturalmente, calorosa ao encontrar. Diferente do que todos pensavam ou imaginavam quando me viram entrar aqui pela primeira vez, eu era uma boa pessoa e altamente divertida. Lembro-me de perder horários e me atrasar para reuniões quando me deparava com algumas personalidades pelos corredores e na recepção. Verônica se via rodada.

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Requiem
FanfictionLauren Jauregui é uma herdeira multimilionária, que, após afastada de sua vida contra sua vontade, por um ano inteiro, consegue retornar a Nova York para acertar as coisas com seu pai. Ela tem tudo sob controle até conhecer Camila, uma garota que va...