Acordei com o sol batendo em meus olhos e um peso enorme na cabeça. Tentei me movimentar na cama só para constatar que eu estava com a pior das ressacas, meu corpo parecia ter sido alvo de diversos golpes, cada centímetro de músculo se contraía em dor ao menor traço de movimento. Com certeza essa manhã seria completamente diferente da manhã anterior. Abri um pouco os olhos evitando o sol que entrava pela janela e me arrisquei a sentar olhando para o lado vazio da cama. Normani havia levantado e não teve a coragem de fechar a merda da cortina. Xinguei-a de todos os nomes possíveis enquanto grunhia me movendo para fora do colchão, segurei o pano em minhas mãos, mas parei um instante observando a vista que tinha do outro lado do vidro. Aquela selva de pedra, cheia de cores, movimentos e ritmos tinha lá sua beleza.
- Alguém acordou cedo - Normani atravessou a porta rapidamente passando direto para o banheiro. Fechei as cortinas e voltei a me jogar na cama esparramada.
- Sua vaca, só acordei agora porque você fez o favor de deixar a cortina aberta. - grunhi preguiçosamente. O rosto espalmado de lado no colchão e os olhos fechados.
- Eu imaginei que acordaria assim, então resolvi inovar no seu despertador.
- Idiota!
- Não vai para a faculdade? - sua voz parecia mais cautelosa.
- Não mesmo!
- Você ainda está mal por ontem?
Abri os olhos rapidamente me dando conta do drama da noite anterior que me passou totalmente despercebido essa manhã, mas eu não conseguia lembrar de muita coisa após a festa, era tudo como um grande clarão após a chegada ao prédio de Camila. Forcei minha mente tentando buscar por alguma resposta, mas foi impossível. Levantei o rosto do colchão aflita enquanto Normani sentava na ponta da cama me olhando curiosa, ela com certeza já tinha ideia do que estava se passando comigo.
- Você quer que te lembre como foi?
- Eu lembro que conversamos e decidimos ir até o apartamento dela. Você dirigiu que nem uma doida pela cidade e então um clarão. Não faço ideia do que veio depois. - falei já com o desespero evidente, o desfecho tão esperado por mim escapou de minha memória e eu não podia estar mais aflita.
- Bom, eu não sei bem o que aconteceu porque você subiu sozinha. Eu fiquei te esperando no carro, mas você demorou muito tempo e não me deu nem um sinal, nem uma resposta... Então quando eu subi você estava dormindo encostada na porta. - ela torceu os lábios. - Acho que Camila não abriu para você.
Meus olhos corriam de lado a lado como se fossem eles quem buscavam dentro da minha mente as peças que faltavam do quebra-cabeça. Meu coração disparava contra meu peito em resposta à minha incapacidade de recordar. Por que eu não conseguia lembrar do que mais importava? Comecei a respirar pesado apoiando as mãos no colchão e prendendo o lençol fortemente entre meus dedos, meu peito subia e descia violentamente e minha garganta parecia fechar a cada segundo..
- Laur, calma. - Normani se aproximou rapidamente segurando em meus ombros. - Respira devagar, você está descontrolando.
Tentei acatar seu pedido, mas era inviável, eu não podia mais me controlar. Levei meu olhar até o seu em um pedido de socorro uma vez que minha boca também não parecia me obedecer, e ela entendeu, levantando correndo em direção à cômoda. O lençol embaixo de mim já estava completamente enrugado e sob minhas unhas eu podia sentir o colchão cada vez mais próximo. Normani voltou correndo carregando minha bombinha em suas mãos e a encaixando entre meu lábios. Ela apertou e eu inspirei o mais forte que pude sentindo o ar voltar aos meus pulmões e meu corpo relaxar quase que instantaneamente.
- Isso foi um ataque de pânico? - perguntou relaxando junto comigo e eu apenas balancei a cabeça em confirmação. - Meu Deus, você ainda os tem?
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Requiem
FanfictionLauren Jauregui é uma herdeira multimilionária, que, após afastada de sua vida contra sua vontade, por um ano inteiro, consegue retornar a Nova York para acertar as coisas com seu pai. Ela tem tudo sob controle até conhecer Camila, uma garota que va...