As árvores passam a grande velocidade, a Constança sempre teve essa forma meio louca de conduzir, sempre me pergunto quando nos irá matar aos dois, nova vida diz ela, uma nova casa longe de tudo, do passado... mudança diz ela, detesto essa palavra.
- Di querido estamos quase a chegar.
- hmm...
- Vais ver que não é tão mau, vais fazer amizades e...
- hã claro que vou, até porque o que mais quero é estar rodeado de pessoas inúteis.
- Não sejas assim, tudo vai melhorar, vais ver.
- Não não vai! estamos a fugir de novo.
Ficámos calados o resto da viagem, eu preferia assim, consegui avistar ao longe a linha fina e azul e senti o cheiro do oceano e pensei como não tinha tido qualquer saudade, passado pouco tempo observei as casas á beira mar, a nossa "nova casa" era a maior como não podia deixar de ser, escolhida pela Constança, estou tão cansado desta merda toda, era o pensamento que passava pela minha cabeça.
Estacionamos o carro á frente da casa que nos era suposta e se fosse perfeccionista repararia na pintura desbotada e na forma meio demoníaca da casa bem diferente das da vizinhança, magnifico, a vizinhança, não podia desejar melhor ...
- Querido vem, temos de começar a arrumar as coisas, não estás ansioso para saber como será a casa por dentro?
- Muito...
Às Vezes não sei se ela é parva ou faz-se, eu não estou nem ai para nada disto, entro atrás dela com duas caixas, numa delas está a porcaria do vaso grego ou romano com um homem e uma arpa, acho que é o vaso que parti um bocado quando cheguei duma festa, não sei se foi quando estávamos em Inglaterra ou se já tínhamos vindo para a Austrália, de qualquer forma não importa mais...
- Di vem ver os quartos, podes ficar com o que tem a vista para a praia se quiseres.
Subi as escadas devagar, alguns degraus rangiam por baixo dos meus pés, o corredor tinha dois espelhos grandes e uma tapeçaria muito estranha, aquela casa devia ter pertencido a algum velho muito perverso, avancei até aos quartos, o que a Constança gostou mais foi o que mais odiei, grande e verde, escolhi o preto com vista para as casas em frente, de qualquer forma as janelas iam estar fechadas, desci para ir buscar as minhas coisas, estava na hora de me acostumar ao lugar, de certa forma nada de novo para mim.
...
Estava a arrumar os meus livros na estante quando a Constança me chama de lá de baixo, queria te-la ignorado mas não o fiz, desci a escada com alguns dos livros na mão, os que não couberam na prateleira, e logo que dei a curva da escada deparei-me com duas raparigas ao lado de Constança, uma sorriu, era loira de olhos azuis, do tipo bonitinha e a outra meio estranha, alta, morena e meio que parecia que me estava a tirar um exame raio-x.
- Dilan estas são...ah acho que não me disseram os vossos nomes.
- Áh desculpe, eu sou a Luísa.
Tentei parecer interessado, até porque pareciam estar a cotovelar-se uma á outra, até que a morena falou...
- O meu nome é Evelyn.
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Despertar
RomanceCorro e corro o mais que posso mas não alcanço a saída, ele está tão longe mas tão perto... -Corre o mais rápido que conseguires - ouço me gritar "Este é o fim..." penso, mas como sempre ela apareceu e mostrou-me o caminho. ... Esta história é apen...