6- Medo do escuro

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A cidade do Rio de Janeiro já enfrentava uma série de apagões de energia, e depois de uma semana do ataque no Hospital de emergência a situação piorou. Durante muitas horas do dia a cidade permanecia em meio às trevas.

A comunidade onde o Hospital de Emergência se localizava foi isolada. E não foi difícil para as formas armadas realizar tal feito. Pois a comunidade já era separa do resto da cidade por estruturas de concreto.

Os traficantes presentes na comunidade permaneceram escondidos em seus covis durante todo o tempo em que os militares permaneceram no local. Mas a situação piorou, alguns soldados foram feridos, e levados para centros médicos longe do centro da epidemia, porém no caminho contaminaram as pessoas que lhe prestavam socorro.

A situação na Comunidade ficou caótica e depois de uma semana todas as forças de segurança abandonaram a área. E os traficantes realizaram uma série de mortes no local. Dois dias depois a Presidente deixou o Brasil à caminho da Rússia. Porém as últimas notícias dizem que o avião dela foi abatido no ar quando já se aproximava do território russo. As notícias afirmaram que haviam contaminados no avião. E informações não oficiais diziam que o Governo de Moscou não queria em suas terras pessoas infectadas, fosse elas quem fossem.

Lúcia estava no metrô, na estação Botafogo. E foi em meio a uma multidão de pessoas que ela assistia de noite que a presidente havia deixado o país. O apresentador do telejornal estava claramente alarmado. E depois de receber a notícia a multidão que estava espremendo Lúcia ficou atônita. Ninguém disse nada, todos ficaram olhando a tevê que apenas mostrava a logomarca do canal.

Lúcia e as demais pessoas ficaram esperando os poucos trens que ainda estavam em circulação. Um chegou e a multidão se comprimiu buscando uma vaga na composição. Lúcia que estava mais atrás pôde apenas avançar alguns metros em direção da plataforma de embarque.

As luzes piscaram duas vezes ela ficou alarmada, e após cinco minutos a escuridão tomou conta do local. E depois de uns segundos as luzes de emergência se acenderam. A princípio todos ficaram calmos nos seus lugares. Porém passados quinze minutos o calor fez a multidão ficar inquieta. Ouviu-se uma série de gritos e multidão ficou enlouquecida. As pessoas corriam desesperadas em direção à saída e muitas foram pisoteadas. Por sorte Lúcia conseguiu sair.

Já fora da estação Lúcia pode ver muitas pessoas feridas, homens e mulheres arfavam na rua em frente à estação.

Era lua cheia e dela provinha a única fonte de luz que Lúcia e as demais pessoas dispunham.

Ela se afastou da multidão, passou pela frente da Unidade de Pronto Atendimento que ficava próxima da estação e se deteve perto da grade de proteção do local descansando por alguns instantes. Lúcia viu que algumas pessoas corriam de dentro do lugar e ficou observando o movimento. Pessoas vestidas com trajes hospitalares e pessoa com vestes comuns saíam do lugar, algumas estavam cobertas de sangue.

- Está acontecendo como naquele Hospital de Emergência - Pensou Lúcia.

Ela decidiu se afastar deixar o local, mas antes deu uma olhada para a porta da unidade de atendimento e viu uma jovem loira vestida de um jaleco que fora branco, mas que estava agora vermelho. E ela estaca sendo atacada por um homem alto também vestido como um trabalhador de hospital. A jovem gritou, porém ninguém foi em seu auxílio. Ela tombou e o homem rasgou o abdome da jovem, e depois de alguns instantes a moça já não resistiu ao ataque.

Lúcia ficou horrorizada, e não se moveu por uns instantes. Ficou apenas observando a macabra cena. Este foi o primeiro morto vivo que ela viu.

- Ei, não é seguro aqui - Disse um jovem para Lúcia.

Lúcia desnorteada observou o jovem que segurava o seu ombro. Ela apertou seus olhos e começou a andar na direção que o jovem estava seguindo.

Ela aparentava está aterrorizado, ainda mais do que Lúcia, porém foi capaz de tirar a moça do transe em que estava ao ver a jovem sendo devorada.

- Você estava na estação?- O jovem perguntou.

- Estava sim - Por sorte consegui sair.

- Sorte mesmo - O jovem comentou olhando os dois lados da rua - Aquilo foi um inferno.

Ao lado deles muitas outras pessoas passavam, a maioria delas escapou da estação.

- Acho que o que começou aquela confusão lá na estação foi uma dessas criaturas - O jovem falou.

- Imagino que tenha sido isso mesmo - Lúcia disse ainda com olhar distante.

- Eu estava tentando ir para a casa de meus pais - O jovem falou - Eles moram no Catete.

Lucia apenas olhou o jovem.

- Eu me chamo André - Ele falou estendendo a mão para Lúcia.

Ela estendeu também a sua e disse - Eu me chamo Lúcia - Eu estava na estação, mas nem sabia ao certo para onde ir. Eu moro próxima do local do primeiro ataque e lá está uma grande confusão.

- Eu moro aqui perto, se você quiser pode passar a noite lá e pela manhã você volta pra casa.

Lúcia observou o rapaz que disse que se chamava André e a princípio não quis a oferta do rapaz. Porém após ouvir mais gritos ela aceitou.

- Tudo bem, pela manhã eu tentarei ir para casa.

Os dois seguiram direto na rua em que estavam, guiados pela luz emitida pelo celular de Lúcia, mas chegando a uma esquina um grupo de pessoas corriam na direção oposta de Lúcia e André, e quando eles passaram perto dos dois eles disseram - Corram!

Quando os dois olharam para o caminho em que eles desejavam ir e quatro pessoas estavam vindo em direção deles, uma mulher com apenas um lado do sapato, uma jovem com uma ferida grande no braço direito, um homem com a camisa ensanguentada na região da barriga e um homem bem alto com um dos braços faltando.

Uma grande nuvem cobriu a lua os dois podiam ver apenas alguns metros com a iluminação do celular. Porém eles ouviam os sinistros sons emitidos pelos quatro que estavam se aproximando.





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