8- Encontro

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Hoje 

Lúcia estava ofegante, André estava um pouco melhor, porém ele sentia que o cansaço logo tomaria conta de seu corpo.

Eles já caminhavam há duas horas e restava ainda mais uma hora de caminhada, exatamente o tempo o que dispunham antes de o sol de pôr.

A mochila começava a pesar nas costas de Lúcia, porém ela não deu sinal de que queria parar a caminhada. Mesmo exausta ela continuava. André a observava e seguia logo atrás.

As ruas estavam imundas, o vento soprava e trazia duas coisas: Lixo, e o fedor dos corpos em putrefação.

Eles conseguiram fazer boa parte do caminho sem maiores preocupações, mas em determinado momento tiveram que parar e se esconderam atrás de um ônibus, pois adiante deles um grupo de mortos vivos vagava pela larga avenida.

Eram seis vultos vagando, arrastando seus pés e grunhindo de tempos em tempos. Suas roupas estavam totalmente imundas, e mesmo estando há cinquenta metros, Lúcia e André podia sentir o fedor vindo do grupo.

- O que faremos? - André sussurrou.

Lúcia observou por um instante o que os esperava pensando em como ultrapassar os mortos vivos. André deu uma ombreada em sua amiga e ela franziu o cenho.

- Teremos que enfrentar eles - Lúcia disse - André olhou contrariado.

- Mas eles são seis Lúcia!

- Nós podemos dar conta deles, Já enfrentamos coisas piores, e um maior número dessas coisas - Lúcia falou com ar convicto.

- Mas foram em outras situações, agora é diferente! - Exasperado André disse.

Com seu cutelo na mão Lúcia se levantou e fez sinal para que seu amigo a seguisse. André balançou negativamente a cabeça e seguiu sua amiga.

Os mortos vivos perceberam  a aproximação de carne fresca e começaram a se arrastar na direção dos dois.

Um homem com um imundo terno azul foi rapidamente abatido por um golpe certeiro desferido por Lúcia. André também levou ao chão uma mulher que estava sem seu braço direito e estava vestida como uma executiva. Restavam quatro, e para sorte de Lúcia e André os cadáveres ambulantes estavam um pouco distantes uns dos outros.

Lúcia tirou sua arma da fronte do homem de terno azul e rapidamente cravou na cabeça de um jovem que erguia seus braços na direção do pescoço da jovem. André tropeçou no corpo da sinistra executiva que jazia no chão e tentou levantar-se quando um homem alto vinha em sua direção. Ele levantou seu pé de cabra e golpeou a perna do morto vivo e esse, na queda sua cabeça emitiu um sinistro som, André ficou e golpeou a cabeça do sujeito.

Restavam dois.

- Eu fico com a mulher - Lúcia disse.

- Okay, eu fico com esse sujeito engravatado - André respondeu apontando seu pé de cabra para o morto vivo que estava diante de si.

Lúcia correu em direção da moça. Seu cutelo estava levantado pronto para desferir o golpe que acabaria com o sofrimento da mulher morta viva. Porém as forças sumiram de se braço. E o cutelo caiu no chão, André olhou perplexo a cena. A morta avançava na direção de sua amiga e ela estava apenas parada, como que esperando o ataque.

- Não pode ser - Lúcia Pensou com os olhos cheios de lágrimas - É a Priscila. Eu não posso fazer isso.

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