1- Hotel

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PRIMEIRA PARTE RIO DE JANEIRO

Fora do prédio uma gasta bandeira verde a amarela flamulava. Do mar uma brisa soprava. Porém não apenas carregando o típico cheiro de água salgada. As lufadas vinham também carregadas do odor proveniente dos corpos em decomposição que estavam à beira-mar.

Antigamente a praia era movimentada pelo vai e vem de turistas e de cariocas das mais diversas regiões do Rio. Agora, porém, o único movimento na praia e no calçadão provinha dos corpos decrépitos que vagavam pela região.

- Shh - Lúcia disse ao seu amigo - Quer virar comida de morto vivo?

André abriu um sorriso sem graça e fez um gesto de calma para Lúcia.

- Se não tomarmos cuidado não poderemos ajudar o pessoal que ficou lá.

- Ok, Tomarei mais cuidado.

Os dois estavam dentro do uma vez luxuoso Copacabana Palace. Seu interior estava totalmente destruído, os finos lustres agora jaziam quebrados por toda parte do hotel.

Os dois amigos estavam há duas horas no local, Lúcia sempre destemida tomava a dianteira na exploração do prédio. O luxuoso hotel já havia sido saqueado muitas vezes pelo que os dois estavam encontrado em sua exploração. Mas mesmo assim eles decidiram tentar a sorte.

Entraram sem dificuldades pelas quebradas portas de vidro, passaram pela antiga área de recepção e viram já na entraram dois corpos de mortos vivos caídos no chão. Eles trajavam roupas típicas dos funcionários do hotel.

A imponente tapeçaria do hotel do Hall de Entrada estava cheio de sujeira e manchas estranhas dos mais variados tons de vermelho.

Lúcia portava uma pistola que ela havia conseguido há alguns dias em uma viatura policial que ela encontrou próximo da região onde ela se refugiava.

A viatura estava de ponta cabeça e chamas começavam a tomar conta do veículo. Quando Lúcia se aproximou do carro encontrou um morto vivo com roupa de policial se alimentado do policial que estava no volante. O agressor estava com uma mancha de sangue no braço direito.

- Ele foi atacado - Pensou Lúcia naquele momento.

Lúcia deu fim ao policial morto vivo e depois conseguiu pegar a arma do motorista atacado.

Além da pistola Lúcia carregava consigo um pequeno cutelo preso no seu cinto. Seu amigo André também carregava uma arma, um precário revolver calibre 22. E um pé de cabra.

Como os dois já conheciam como os cadáveres ambulantes agiam, eles usavam como arma de ataque principal o cutelo e o pé de cabra, uma vez que o disparo precipitado das armas de fogo só atrairiam mais perigo.

Lúcia seguia em frente e fez sinal para André. Ele a seguiu e eles conseguiram chegar até a cozinha sem encontra nenhum perigo.

Dentro da cozinha o cenário era desolador. Grandes recipientes estavam em cima do fogões industriais. E deles exalava um forte fedor de comida estragada. Moscas sobrevoavam as panelas

- Mesmo aqui os ataques começaram de surpresa - Lúcia Pensou - Lançando um olhar desolado para seu amigo.

Eles vasculharam os armários em busca de alimentos enlatados. Porém nada encontraram.

- Levaram tudo Lúcia - André comentou.

- Não vamos desistir André, Talvez encontremos algo se procurarmos nos quartos.

- Você sabe que vamos correr um grande perigo fazendo isso?

- Sim, sei sim - Lúcia rebateu - Mas não temos escolha.

Lúcia estava saindo da cozinha, mas foi surpreendida por uma mulher com os olhos leitosos e a boca aberta em um ângulo anormal. Ela lançava seus braços na direção de Lúcia, que deu alguns passos para trás e se posicionou ao lado de seu amigo. e Juntos eles se prepararam para atacar o ser que emitia grunhidos desejosos por carne fresca.

Lúcia deu o primeiro golpe, e André finalizou a mulher com um golpe seco.

- A brincadeira começou antes do que eu pensava - André disse a sua amiga.

Os amigos subiram a escadaria do Hall de entrada e seguiram para o primeiro andar do prédio. E diante deles se abria o corredor. Eles se dirigiram a primeira porta.

Lúcia pegou a maçaneta e girou. Estava trancada.

- Droga ! - Rosnou Lúcia.

André sorriu e depois disse - Tive uma ideia, me espere aqui.

- O que ..? - Tentou falar Lúcia. Porém seu amigo já descia o lance de escadas.

Depois de uns minutos André voltou com um sorriso cínico nos lábios. Lúcia franziu o cenho para o amigo.

- Olhe - André falou tirando algo de dentro da mochila que carregava.

Lúcia sorriu ao ver o que o amigo trazia. Eram algumas chaves dos apartamentos.

- Como você conseguiu?

- Oras, foi fácil. Elas estavam em um armário lá na entrada. Só tive que abrir com essa belezinha - Ele disse balançando o pé de cabra.

- Tudo bem- Lúcia disse pegando uma das chaves - vamos lá.

Eles andaram até o apartamento da chave escolhida, no chão havia fragmentos de porcelana quebrada proveniente dos vasos que ornamentavam o corredor do hotel.

Lúcia colocou a chave na fechadura girou ela, segurou a maçaneta e abriu a porta.




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