Sobreviventes de Belém
Eles não sabiam exatamente o motivo. Porém cada vez mais crescia o número de mortos vivos que estavam no estacionamento da loja. Era necessário deixar aquele lugar se eles quisessem sobreviver. Em pouco tempo não haveria nenhum possibilidade de fuga dali.
Thomás refletiu por uns dias e propôs que eles deveriam fazer algo que destruísse parte dos mortos-vivos ao mesmo tempo em que chamava a atenção dos infelizes que restassem. Ele sabia que eles eram atraídos por sons então pensou que uma explosão serviria para o que eles precisavam. Porém uma única explosão não era o suficiente, logo teriam que arquitetar uma série de explosões. E Foi isso que Thomás conseguiu planejar.
Paulo já quase que plenamente recuperado ajudou na busca pelos materiais com que os explosivos poderiam ser feitos, e juntou todos os produtos que continham em seus rótulos a indicação de que eram inflamados.
- Que merda – Paulo falou depois de trazer mais uma leva de produtos químicos- Nãos sei como esse lugar não foi pelos ares antes. Quase tudo é altamente inflamado aqui, bastava um pequeno curto-circuito que tudo aqui iria pelos ares.
- A gente espera que enfim isso aconteça – Thomás falou sorrindo.
- Como você aprendeu a fazer esse tipo de coisa garoto?-
- Você ficaria surpreso com o que era possível aprender estando com tédio e com uma boa internet disponível.
- Se você diz – Paulo falou – O máximo que aprendi foi a montar um armário para minha casa, e nem ficou lá tão bom. Quando chegarmos em casa lhe mostro o serviço.
- Quero muito chegar lá – Thomás falou- Você ouviu isso Kára? Se eu esquecer, por favor, me lembre disso, não posso perder essa.- Kára estava alguns metros distantes trabalhando em outros explosivos que Thomás projetara.
- Pode deixar – Kára disse sem tirar a atenção dos explosivos.
- Já não falta muito – Thomás falou contemplando os explosivos que desenvolvera.
- Eles vão funcionar? – Paulo perguntou.
- Espero que sim – Falei que podíamos aprender muita coisa. Mas não disse que já havia feito algo de fato.
- Mas seu moleque, pensei que no mínimo tinha feito um experimento.
- Calma velhote, tudo vai dar certo.
- Se der errado no mínimo botamos fogo em toda a cidade – Thomas sorriu gostosamente.
-
- Isso de fato é uma possibilidade – Kára falou ao se aproximar, sua testa reluzia com o suor acumulado. Sua camiseta branca estava meio transparente e Thomás tentava disfarçar seus olhares sem muito sucesso entretanto.
- Está quente – Kára continuou – Nossas explosões podem começar um incêndio, que não poderá ser contido.
- Não temos outra escolha- Thomás falou.
- Sei disso – Kára respondeu.- Só estou dizendo que é uma realidade.
- Como vamos fugir dos que ficarem vivos?- Kára perguntou.
Thomás meteu a mão no bolso e tirou um molho de chaves.
- Onde achou isso? – Em um armário quando estava procurando coisas para os explosivos.
- E onde estariam esses carros? – Paulo perguntou.
- Quando entramos lembro de ter visto uns dois ou três carros da loja lá na frente.
- E se nenhuma dessas chaves for dos carros que estão lá?
- Aí nos estaremos bem ferrados.
- Podemos testar as chaves antes? – Kára perguntou.
- Tem muito deles lá na frente também - Paulo falou.- Teríamos que atraí-los para parte de trás antes de correr até os carros, é nossa única chance.
- Então vamos colocar nosso plano em prática.- Thomás disse. Pouco tempo depois os três subiram no telhado da loja e instalaram parte dos explosivos trás da loja, outra parte ficaria no interior da loja para maximizar a explosão. Com o auxilio de cordas eles levaram até o chão os mecanismos. Todos os explosivos possuíam um funcionamento simples, um pavio improvisado os ativaria.
Paulo e Kára desceram até o interior da loja e aguardaram. Thomas ficou de pé sobre as telhas e pôde ver a assombrosa quantidade de mortos-vivos que estavam se agrupando ao redor deles. Será que o plano daria certo? E se desse, eles seriam capazes de conseguir fugir? O jovem pensava.
Ele pegou um maçarico portátil e acendeu o primeiro pavio que daria inicio a explosão que provocaria o efeito domino ativando os demais explosivos líquidos.
- Vamos lá belezinha.- Ele acendeu o pavio e desceu para junto de seus amigos. Colocou sua mochila sem suas costas e esperou.
Por um momento que lhes pareceu eterno, eles esperaram. A expectativa que estavam sentido logo se tornou em frustração na medida que a explosão não acontecia.
- S-sinto muito – Thomás falou um segundo antes da primeira explosão. Então ele sorriu.
- Vamos agora - O jovem disse, feliz por ter conseguido ativar os explosivos. Os três correram até a parte da frente da loja enquanto mais explosões ocorriam atrás deles. Tudo corria como o planejado.
Paulo abriu uma pequena porta de metal e os três saíram correndo na direção dos carros. O plano dera certo, os mortos-vivos que estavam na frente da loja haviam se deslocado para trás da loja.
A mão de Thomás tremia ao tentar colocar a chave na porta do primeiro carro, haviam três ao todo. Nenhuma das chaves era do primeiro carro. Dois mortos-vivos caminharam até onde os sobreviventes estavam.
As chaves tampouco eram do segundo carro. Agora só restava uma opção.
Os dois mortos vivos os alcançaram. Kára e Paulo tiveram que abate-los. Kára com um único golpe trespassou a cabeça do primeiro infeliz. Paulo esmagou a face do segundo. Estavam agora seguros por mais alguns minutos. Porém mais mortos-vivos haviam notado a presença deles.
- CONSEGUI! – Thomás gritou inadvertidamente. Seus dois amigos correrem até o carro. Paulo assumiu a direção, Kára o banco do passageiro e Thomás ficou na parte traseira do veículo.
Paulo girou a chave, o carro tossiu e o motor voltou a vida.
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The Walking Dead Sobreviventes do Brasil
FanficA epidemia de mortos vivos se alastra por todo mundo. E no Brasil dia após dia a sociedade está em declínio, as instituições governamentais ruíram. Neste fanfic apresento a luta pela sobrevivência em cidades brasileiras.