7- A tropa

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Um estampido forte foi ouvido por Lúcia e por André.

Os dois jogaram-se ao chão. Depois daquele forte som iniciou-se uma rajada de sons semelhantes que foram ouvidos pelos dois.

Depois de se recomporem do susto inicial os dois perceberam que um grupo de militares havia saído da outra esquina e estavam alvejando os quatro sinistros seres que vinham em sua direção.

Os militares deram muitos tiros nos quatro mortos vivos, porém estes só tombaram quando foram atingidos em suas cabeças.

Quando os tiros pararam, Lúcia olhou para os alvos dos militares, e os quatro corpos estavam estirados no chão, quase informes, seus rostos estavam desfigurados, havia perfurações em todas as partes dos corpos e um sinistro muco verde e preto começava a se forma ao redor deles.

André ficou ainda no chão, Lúcia, porém levantou-se e decidiu olhar de mais perto as quatro figuras.

- Moça! Não chegue perto, Não é seguro - Disse austeramente um dos militares.

Ela virou em direção dos soldados e desistiu de olhar os cadáveres, mas antes ela deu uma ultima olhada neles, e além de perceber as grotescas feições deles, percebeu pela primeira vez o horrível odor que eles exalavam.

Lúcia olhou novamente para os militares, depois para André e em seguida sentiu uma queimação subir pela sua garganta e depois vomitou. Foi só neste momento que André levantou e decidiu prestar auxilia a moça.

Ela estava curvada e fez sinal para que ele se manter-se afastado. O rapaz parou, e Lúcia colocou mais coisas pra fora.

- Vocês dois! As ruas não estão seguras neste momento dirijam-se para suas residências e esperem por notícias oficias - Um soldado ordenou.

Lúcia ergueu-se limpou sua boca com a costa de sua mão direita e disse - Eles estão certos, seu apartamento ainda fica longe daqui?

- Não muito - André respondeu com um semblante assustado.

Os soldados se afastaram dos dois, e esses decidiram voltar para seu caminho quando ouviram novos sons sendo disparados pelos militares.

- Mais daquelas coisas - Lúcia pensou.

André só pensava em uma coisa: chegar a seu apartamento.

Os dois conseguiram chegar ao apartamento de André sem maiores sustos. No caminho se depararam com pessoas correndo assustadas, e vez por outra um carro passava em alta velocidade.

O prédio em que André morada contava apenas com uma grade de segurança. Ele abriu o portão e segurou para que Lúcia entrasse, depois voltou a fechá-lo. E com esse movimento o portão emitiu o forte ranger.

O apartamento era pequeno, e estava ainda no escuro, pois a luz ainda não havia voltado.

- Fique à vontade - André disse se dirigindo a cozinha em busca de velas.

- Ah sim obrigada.

Lúcia andou em direção da varanda. Abriu a porta e da varando ela contemplou a cidade. Estava a maior parte escura, apenas pequenas luzes se projetavam de alguns prédios. Dali ela pôde ouvir sons de sirenes vindos distantes, também sons de tiros rompiam a noite do Rio.

Ela pensou novamente nos cadáveres que havia visto há pouco e sentiu enjoo novamente. E depois tristeza.

André achou as velas, e colocou em algumas partes de seu apartamento. Também colocou duas sobre dois pequenos pratos. Um era pra ele e outro para Lúcia.

Quando ele chegou perto de Lúcia e a luz das velas iluminaram o rosto dela ele viu que lágrimas estavam cobrindo seu rosto.


The Walking Dead Sobreviventes do BrasilOnde histórias criam vida. Descubra agora