10- Sombras da noite

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Saídos da Rua Viveiros de Castro, enfim os dois chegaram à Av. Princesa Isabel. Os prédios baixos daquela região do Rio de Janeiro tinham suas sujas janelas iluminadas pelos últimos raios de luz vermelha que o sol poente lançava.

Eles não chegariam a tempo no abrigo em que estavam instalados. Lúcia já estava um pouco melhor do incidente que passara. E depois de pedir desculpas ao seu amigo os dois continuaram o caminho. Mas tinham consciência de que a caminhada seria difícil e teriam que sobreviver a uma noite longe do abrigo.

Para a sorte deles o cruzamento em que chegaram estava livre dos mortos vivos.

Dobravam para a esquerda e caminhando lentamente avançaram a avenida.

Lúcia estava exausta e André ainda mantinha um pouco de energia. Ambos sabiam que se tivessem que enfrentar um grande número de criaturas seria o fim deles.

À frente dois mortos vivos saíram do transe em que estavam e começaram a farejar o ar.

- Eles nos sentiram - Lúcia falou baixinho.

Os dois caminharam atrás de um grupo de árvores tentando evitar o confronto com mortos que caminhavam.

A caminhada dois mortos vivos começou, os dois amigos temeram, mas se colocaram em posição de ataque. Abrindo a boca cheia de um líquido verde oleoso um dois mortos se colocou na frente do seu parceiro.

André e Lúcia ficaram mesmo tensos pois perceberam que o outro morto estava com ferimentos em várias parte do seu corpo e seu caminhar era ainda mais lento do que dos demais mortos vivos.

Lúcia se prontificou para atacar a criatura, mas quando ia se distanciar de seu amigo este pegou eu braço e disse - Deixa comigo - Olhou zangada para André mas recuou.

André pegou seu pé de cabra e avançou sobre o que restou de um homem. O morto levantou seus braços mas recuou diante do golpe certeiro que André lhe desferiu na fronte.

André estava cansado, e ainda triste e com raiva pela cena que presenciara de sua amiga. E usou toda a raiva que estava sentido no golpe que acabara de executar.

Bastou um golpe, e só restava apenas um morto vivo. André correu e com a mesma perícia do golpe anterior levou ao chão o morto retardatário.

Depois de acabar perigo, André correu até a sua amiga.

- Não podemos ficar na rua. Teremos dificuldades para nos defender se mais criaturas vierem e estivermos aqui no escuro - André disse.

- Você tem razão. Vamos avançar mais um pouco e ver se encontramos algum edifício que demonstre ter alguma segurança.

Lúcia e seu amigo avançaram exaustos. Os últimos raios de sul iluminaram o percurso até a entrada do túnel e decidiram passar a noite em mais um hotel. O Real Residence.

As portas de vidro do local estavam todas quebradas e os dois temeram o que poderiam encontrar por lá. Mas mesmo cheio de temores ele acharam que seria melhor tentar a sorte no local do que ser presa fácil no meio da rua.

O local estava todo escuro, eles pegara eu suas mochilas as lanternas que possuíam.
Dentro do Hotel o cenário era como o do hotel anterior em que estavam, apena destruição. Claramente aquele lugar tinha sido alvo de inúmeros saques e ataques de mortos vivos.

Reinava o silêncio no hotel, que foi apenas quebrado por um descuido de André que pisou em um pedaço de vidro que estava no chão.

Lúcia lançou um olhar furioso para seu amigo. E esse fez sinal pedindo desculpas.

- Seja mais cuidadoso, Que nos matar?

- Calma, Acho que agora estamos em segurança - André disse meio sem jeito.

Mais calma Lúcia sorriu e pediu desculpas ao amigo.

-Tudo bem, Sei que não foi fácil pra você, passar por aquilo.

Lúcia se entristeceu, mas não chorou novamente.

- Acho melhor ficarmos no térreo mesmo, não sabemos o que poderemos encontrar se decidirmos subir algum andar - Lúcia falou.

André assentiu.

Muitas marcas de sangue estavam presente por toda parte do hotel.Ele era menor do que haviam estado antes, então as coisas eram mais próximas.

Caminhando lentamente e lançando o fogo de suas lanternas ao redor os dois exploraram o prédio em busca de um local em que se abrigar. Mas mesmo com a luz das lanternas a escuridão era grande quase palpável. Quando estamos com medo, tudo tende a ser acentuado por nossa mente. E esse era o que os dois amigos estavam sentindo.

Não encontraram nenhum morto vivo, apenas um rastro de destruição.

Chegaram em uma porta que estava escrita "Gerência", e decidiram que era lá que ficariam. Porém quando André tentou abrir a porta ela não se moveu. Estava trancada.

Sem tempo para procurar as chaves, André usou seu pé de cabra e tentou com o mínimo de barulho possível arrombar a porta.

Depois de um tempo ela cedeu, mas emitiu um ruído, e os dois ficaram sem respirar por uns instantes. Depois de nada acontecer eles suspiraram aliviados e entraram na sala.

Ela era luxuosa, cheia de telas Led, e com as cadeiras feitas de um revestimentos que aparentavam para Lúcia serem bem caros.

Uma mesa ficava em um canto da sala e no meio uma mesa de reuniões estava posta.

Os dois vasculharam as gavetas, mas não encontraram nada que fosse útil. Era quase automático aos dois procurassem víveres em cada novo lugar em que entrassem.

Depois sentaram aliviados nas poltronas da mesa de reuniões.

Pegaram ambos suas garrafas de água e sorveram grandes quantidades do líquido contido nelas.

Eles limparam as as últimas gotas que estavam em seus lábios com as costas de suas mãos e percebendo que haviam feito o mesmo movimento quase que simultaneamente os dois sorriam por um tempo. Fazia tempo que não sorriam assim. No mundo que que viviam os sorrisos eram raros.

O sorriso deles foi morrendo quando eles passaram a prestar atenção na cacofonia que os mortos vivos faziam em algum lugar do prédio. Os gemidos aumentaram com o passar dos minutos, provocados pela presença dos dois no local.

Eles não tinham a intenção averiguar a origem dons sinistros sons, mas sabiam que teriam que suportá-los por toda a noite.










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