Durante a madrugada Lúcia por vezes conseguia dormir, teve sonhos com cenas anteriores à chegada da epidemia. Mas sempre em algum momento ela era tirada do sonho por a aparição de um morto vivo.André nem isso conseguiu, ela passou todas as horas de vigia, ouvindo o arranhar das paredes e o gemido das criaturas que estavam aprisionadas em alguma sala próxima.
O dia chegou, e os gemidos quase enlouqueceram Lúcia e André. Eles não procuraram saber onde os infelizes seres estavam nem mesmo de manhã. Durante as intermináveis horas passadas no hotel, eles só queriam que o dia chegasse que saíssem rapidamente daquele horrível lugar.
Assim que os primeiros raios do sol apareceram os dois amigos decidiram deixar aquele local.
Os dois já haviam passados muitas noites ruins, mas aquela que haviam passado, os fez ficar tristes, e quase sem animo para prosseguir.
Lúcia e André ficaram na frente do hotel. Esperando que o céu fizesse seu caminho e lançasse mais de sua luz, pois o local por onde os dois passariam era escuro, e mesmo não penetrando totalmente no túnel, a luz do sol era bem vinda.
Se preparando para a caminhada, os dois averiguaram se suas lanternas estavam funcionando. Depois de testá-las, eles seguiram rumo ao túnel.
O túnel possuía quatro faixas, e dentro dele haviam muitos carros abandonados, em muitos deles os vidros estavam quebrados e mostravam claros sinais de ataque dos mortos vivos: vidros quebrados, sangue nas portas, e várias roupas rasgadas.
Lúcia e André já haviam passado algumas vezes pelo local, e sempre sentiam uma sensação ruim ao contemplarem os carros destruídos, mas o que mais os deixava taciturnos era ver os calçados que as pessoas em fuga deixaram para trás. Eles eram de vários tamanhos e dos mais variados modelos. Era o rastro daqueles que buscavam a sobrevivência.
Eles começaram a caminhada, pelo lado direito do túnel, não encontraram nenhum obstáculo, só os rastros daqueles que se foram.
Passaram por um decrépito carro vermelho, seus vidros estavam quebrados, e suas portas estavam abertas. Parte dele estava sobre o estreito caminho para os pedestres. Os dois tiveram que passar com cautela pelo local. Eles poderiam fechar a porta direita do carro, mas evitavam pois esse movimento poderia gerar algum som, e isso era a última coisa que eles queriam: atrair a atenção dos mortos vivos em um lugar como aquele.
Cautelosos eles avançaram, sempre pelo lado direito, devagar, e atentos a qualquer ruído.
Um ônibus agora cobria parte do túnel, o que obstruía parte da visão de Lúcia e André. Desde que entraram eles não conversaram, pois o som era propagado com facilidade em ambientes como o que estavam agora.
Passando pela traseira do ônibus, eles avançaram. Agora por um local bem mais estreito. Sempre ficavam apreensivos por passar por aquele lugar. Lúcia tomou a dianteira, André atento seguia sua amiga.
Eles passaram com facilidade pelo grade veículo. Mas Lúcia se assustou com o grito repentino de seu amigo.
Atrás de André tinha um morto vivo. Eles ficaram tão concentrados nos possíveis perigos que poderiam estar à diante deles que esqueceram os ataques de mortos vivos vindos de trás.
Uma mulher esfarrapada tentava pegar a mochila de André este meio sem firmeza tentava se desvencilhar.
Ele caiu no chão. A criatura que havia sido uma mulher tentava morder André. Lúcia correu no socorro de seu amigo, e desferiu um golpe na criatura que atacava seu amigo, a morta vida caiu de costas com o golpe que recebera, mas não desistiu. André engatilhando se afastou da criatura.
Lúcia com firmeza se aproximou da mulher esfarrapada. Pegou seu cutelo e desferiu uma sequencia de golpes. Com força ela golpeava, seu coração estava acelerado, a noite que Lúcia passou a afetou grandemente. Seus golpes não pararam, e quando deu por si, a mão de seu amigo estava em seu ombro.
- Já chega Lúcia - André falou - Ela já não é uma ameaça.
Lúcia olhou para a criatura que estava atacando sue amigo, e o que viu foi aterrador.
André lhe deu dois tapinhas em suas costas.
- Ficará bem, precisamos chegar logo em nosso abrigo. Eu sei que aquele lugar lhe afetou. Ele mexeu comigo também. Mas precisamos manter a cabeça no lugar. Ou iremos sucumbir também.
Lúcia apenas menenou a cabeça confirmando.
Quando começaram a sua caminhada os dois perceberam que cinco mortos vivos estavam entrando no túnel, e o eco dos seus gemidos era propagado pela acústica do local. Fazendo o horrendo som ficar ainda mais aterrador.
A noite havia passado, mas seus ecos perseguiam Lúcia e André.
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The Walking Dead Sobreviventes do Brasil
FanfictionA epidemia de mortos vivos se alastra por todo mundo. E no Brasil dia após dia a sociedade está em declínio, as instituições governamentais ruíram. Neste fanfic apresento a luta pela sobrevivência em cidades brasileiras.