Uma manhã fria se ergueu sobre os quatro sobreviventes. Durante a madrugada a temperatura baixou tanto que Matheus teve que colocar até mesmo a sua coberta sobre Bet para que ela tivesse o mínimo de conforto durante seu sono. Ele, porém aguentou firme o forte clima.
Quando Angeline levantou-se se deparou com o alto jovem ainda em sua vigília na janela com sua respiração sendo visível quando respirava.
- Bom dia – Angelina falou. Matheus tomou um susto, como se estivesse preso em pensamentos distantes. O rapaz olhou para a mulher e respondeu ao cumprimento.
- Bom dia Angeline.
- Você passou a noite toda aí?
- Ah, não exatamente. Eu dormir também – Por poucos minutos ele deixou de falar – Estou bem – Desde que a contaminação começou e ele se viu com a responsabilidade de proteger Bet, poucas vezes ele se deu ao luxo de dormir mais de uma hora se uma só vez. Ele não contava para a garota, mas este esforço já estava cobrando seu preço. Por vezes ele sentia todos eu corpo estremecer, somente o cuidado que ele sentia pela menina que lhe fazia lutar, mesmo já sem forças.
- Podemos nos revezar na vigilância – Angeline falou. Mesmo sem teres conversado, organicamente tanto Matheus como as duas amigas sabiam que o grupo que estava formado não iria se separar. Eles precisavam uns dos outros.
Matheus observou a mulher depois disse:
- Está bem então – Ele disse, mesmo sabendo que para ele seria quase impossível dormir por um longo período, por instinto ele já estava acostumado a ficar desperto. Por um descuido seu, quando ele dormiu além do que devia, ele acordou com um morto vivo dentro do local onde eles estavam e por pouco ele e Bet não foram atacados. Desde o ocorrido ele ficou ainda mais de prontidão.
Hana acordou com a conversa dos dois e os cumprimentou:
- Bom dia – Os dois lhe deram bom dia em retorno.
Hana percebeu também que Matheus estava no mesmo local em que ela o viu antes de dormir. Ela não falou nada, mas percebeu o mesmo que Angeline minutos atrás.
Ela sentou-se e falou para sua amiga.
- O que temos para o café da manhã?
- Bem – Angeline disse depois de pegar sua mochila e a revirar em busca de algo para comer – Só tenho estes últimos pacotes de biscoito.
- Está melhor que eu então – Pois meus biscoitos já se foram. Mas tenho dois pacotes de macarrão instantâneos.
- Deixe isso para outra hora – Angeline falou.
- Não se preocupem – Matheus disse interrompendo a conversa das duas. Ele pegou grande mochila – Temos muitas coisas aqui – Ele disse batendo na mochila – São apenas guloseimas, eu peguei para Bet, mas podemos dividir.
- Você não precisa – Angeline disse – Bet precisa mais do que nós.
- Está bem – A voz de Bet se fez ouvir no cômodo. Todos voltaram sua atenção para a menina que eles jugavam estar dormindo.
- Eu sei que Matheus pode conseguir mais coisas para todas nós. Ele é forte. Está sempre me protegendo.
Matheus não disse nada apenas sorriu para a menina que ele tanto ama. Como se fosse sua própria filha.
Diante da fala da menina Hana e Angelina nada puderam falar contra e comeram de bom grado cada uma um pequeno pacote de biscoito, junto com um ralo café que Matheus preparou.
Hana e Angeline pegaram em suas mochilas agasalhos para se protegerem do frio.
- Acho que a temperatura vai piorar nos próximos dias – Angeline disse.
- Vai sim – Hana falou.
- Aqui na cidade nós temos mais chance de nos proteger do frio penso eu – Matheus disse – Mas também é nas cidades que tem mais desses mortos vivos vagando. Droga, nós estamos na cidade mais populosa do país!
- O que você pensa em fazer – Hana disse.
- Como eu disse pra vocês ontem, desde o princípio o plano original era sair da cidade e ir para um local menos populoso. Mas nunca pensei em ir coma Bet sozinho seria suicídio. Há muitos deles por aí.
- Você não está mais sozinho – Angeline disse e ficou constrangida depois de o ter dito.
Matheus meneou a cabeça e disse:
- Acho que juntos temos alguma chance. Se nós não encontrarmos nada além de mortos vivos por aí.
A conversa passou a ter um tom mais grave.
- Digo uma coisa pra vocês, nestes meses após tudo o que aconteceu. O que mais me assusta não é o ataque dos mortos vivos. Mas sim as ações daqueles que ainda tem consciências de seus atos.
As duas mulheres apenas ouviam.
- As piores coisas que presencie – Ele olhou para Bat, - Foram feitas por vivos, e não pelos mortos. Parece que não foram apenas os infectados que perderam algo, mesmo os mortos perderam algo quando tudo começou a cair.
Bet parecia alheia à conversa, apenas comia as bordas de um biscoito de morango. Mas ela sempre estava atenta a tudo e a todos.
- Mesmo com o perigo, é nossa única chance de sobreviver. Pois uma hora as coisas irão acabar. Nós vivemos isso, viemos parar aqui, pois estávamos precisando ir cada vez mais longe em busca de combustível – Angeline disse.
- Vocês tem algum transporte? – Matheus disse esperançoso.
- Infelizmente – Angeline disse – Nós perdemos a moto que nós tínhamos.
Matheus evanesceu-se.
- Mas podemos dar um jeito – Hana disse.
- Sim podemos – Matheus falou – Mas não podemos usar os carros que estão na rua, boa parte deles está inutilizada por batidas que eles tiveram.
- Aqui em baixo tem umas bicicleta, podemos usar elas para nos locomover, será mais trabalhoso, mas é uma saída.
- Não é uma má ideia – Matheus disse. E durante percurso sempre podemos tentar usar algum veículo parado.
- Antes de irmos, acho que devemos ir à busca de mais suprimentos. Nossos já estão no limite e pelo que vimos seus também estão- Hana disse.
- Nós podemos ir – Angeline disse apontando para Hana.
- Não – Matheus falou, mesmo indo contra seu desejo de estar sempre perto de Bet para protegê-la, ele sabia que não bastava ficar onde eles estavam para proteger a menina algo maior precisava ser feito um sacrifício em busca de uma vida – Eu vou com algum de vocês. A outra fica e toma conta da Bet.
As duas amigas se entreolharam.
- Eu vou – Angeline disse.
- Não eu vou – Hana rebateu.
- Fique, acho melhor – Angeline disse. Hana aceitou.
- Quando vamos – Angeline disse.
- O quanto antes – Matheus falou – Só precisamos ver se não há nenhuma horda de mortos vivos por aqui por perto. Depois podemos explorar livremente. Angeline compreendeu e ao meio dia eles decidiram sair. Ficaram combinados que os dois não iriam longe e lá pelas cinco estariam e volta.
Matheus empunhava a barra de metal que lhe servia de arma, enquanto Angelina carregara seu facão a tira colo.
Bet era forte, e em momento nenhum pediu para que Matheus ficasse.
Os quatro desceram do primeiro andar do local em que estavam.
- Tio Matheus - Ela disse quando os dois já partiam. Ele voltou e ela lhe deu um beijo no rosto – Volte logo – Ela disse.
Então os dois partiram.
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The Walking Dead Sobreviventes do Brasil
FanfictionA epidemia de mortos vivos se alastra por todo mundo. E no Brasil dia após dia a sociedade está em declínio, as instituições governamentais ruíram. Neste fanfic apresento a luta pela sobrevivência em cidades brasileiras.