Capítulo Vinte e Dois

211 25 33
                                    

Esta tudo escuro e não consigo ver nada. Onde estou? Olho em volta quando a luz da lua entra pela janela, mas não consigo entender, essa casa não é estranha. Porque estou na casa da mamãe? Como vim parar aqui?


- Mãe? Tem alguém ai? Pai? - Pergunto saindo de meu antigo quarto e entrando no corredor que dava para a cozinha. - Pai? Mãe? Que porra tem alguém ai? Essa brincadeira não tem graça. - Começo a ficar com medo pois aparentemente não tinha ninguém na casa. A luz da sala estava acesa e isso me chamou atenção, vou até o cômodo e vejo alguém sentado no sofá, olho com mais atenção para tentar adivinhar quem é mas não consigo, minha visão esta ficando distorcida.
- Oi? - Pergunto confusa. Entro mais no cômodo, porém mantendo uma distância segura daquele estranho.
- Então você voltou Louise, voltou pra mim, não estava conseguindo te encontrar, e olha você aqui. - Congelo aonde estou quando escuto aquela voz. Não, não, não, isso não pode estar acontecendo. Ele levanta do sofá virando-se para me olhar. Não!


- O-oque eu es-estou fazen-zendo aqui? - Pergunto para mim mesma, com seu olhar diabólico me escrutinando.
- Você voltou pra mim Louise, te esperei todo esse tempo, sabia que você voltaria. - Diz ele vindo em minha direção.


- PAI? MÃE? CADE VOCÊS? OQUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? CADÊ MEUS PAIS? - Pergunto já em desespero, será que ele fez algo com meus pais? Deus que isso seja coisa da minha cabeça.
- Eles não estão em casa Louise, você esta sozinha aqui comigo. - Diz ele chegando perto demais, muito perto. Levantando a mão ele toca em meu rosto. Não, não, não me toque.
- SAI, NÃO ME TOQUE, SAI! - Grito com todas as minhas forças, tentando me afastar, não posso, eu não posso.
- Eu te amo Louise. - Diz ele me pegando em seus braços e me apertando a seu corpo, minha vontade foi de vomitar, bater nele, matá-lo, me matar, mas não tinha forças para isso, só fechei os olhos e continuei a gritar: - ME SOLTE, NÃO ME TOQUE, EU TE ODEIO, NÃO, NÃO, NÃO!


- Acorde Louise, acorde. - Sinto algo me sacudindo. Abro os olhos e vejo Harry sentado ao meu lado com um semblante assustado. - Ei esta tudo bem, estou aqui. - Diz ele me pegando e colocando em seu colo, me abraçando logo em seguida. Eu não conseguia abraça-lo de volta, não conseguia pensar em nada, só naquele rosto, só nele.
- Não chore Louise, por favor, não chore foi apenas um pesadelo. - Só me toquei que estava chorando por causa de Harry, meu rosto estava banhado em lagrimas, abracei Harry com todas as minhas forças e deixei tudo que estava dentro de mim sair.
- E-eu nã-ão consigo-go Ha-Harry, pensei que ti-tinha conse-segui-guido su-su-superar, mas ve-ve-vejo que na-não.- Não consigo parar de chorar e de soluçar e estou até gaguejando. Odeio isso.
- Vem cá esta tudo bem Louise. - Diz Harry beijando constantemente minha cabeça que está enterrada em seu peito. Choro até meu olhos ficarem pesados e minha barriga roncar anunciando a falta de comida do dia anterior.


- Já estou melhor Harry, obrigado. - Digo sem saber quanto tempo fiquei ali, tento sair de seu colo mas ele me aperta mais ainda em seus braços.
- Vem, você esta com fome, vamos te dar algo para comer. - Diz ele me erguendo em seus braços e fico pendurada entre seus braços feito uma linguiça, então enrosco minhas pernas em seus quadris, fui o caminho todo até a cozinha fungando pelo nariz, odeio chorar porque meu nariz fica escorrendo depois.
- Vem, senta aqui, vou pegar algo para você comer. - Harry me coloca sentada em cima do balcão de sua cozinha e se move até a geladeira.


- Não quero comer, que horas são? - Pergunto descendo do balcão.
- Você vai comer Louise, senta ai. - Diz ele sem me olhar, vasculhando a geladeira. - Agora deve ser umas três horas da manhã. - Diz ele tirando um pote enorme com macarrão de dentro da geladeira e me mostrando.
- Não gosto de macarrão. - Dou de ombros e me recosto sobre o balcão olhando Harry procurando comida, deixo um sorriso bobo tomar conta de meu rosto, isso é tão normal, mas ver ele fazendo se torna algo tão grande. Que imbecil isso.
- Quem não gosta de macarrão pelo amor de Deus? - Pergunta ele me olhando com falso ar de espanto.
- Não que eu não goste, mas evito comer.

Between UsOnde histórias criam vida. Descubra agora