Acordei com o barulho do despertador do meu celular, ainda sem abrir os olhos senti o cheiro da terra úmida, da neblina, ouvi os barulhos que os passarinhos faziam com as asas para se esquentar.
Abri os olhos e olhei para a janela para confirmar a manhã fria e cinzenta.
Um pensamento de como eu odeio dias assim me passou pela cabeça, antes que eu tirasse as cobertas de cima de mim, e sentasse na cama, passei as mãos nos olhos afim de tirar o resto do sonho que tive a noite.
Levantei e senti o quanto o piso estava gelado , a temperatura deveria estar em oito graus e enquanto a maioria das pessoas estariam reclamando do frio, eu estava me sentindo confortável , sai do quarto , passei pelo corredor que dava para a escada, desci contando cada degrau como de costume, virei a esquerda, passando pela sala de estar e indo em direção a cozinha.
Peguei um bule enchi de água, misturei algumas ervas e fiquei esperando o chá ficar pronto.
Olhei para a porta de vidro que ficava a direita da cozinha e pegava toda a parede, a imagem da floresta em meu quintal fazia me sentir em paz, em casa.
O chá ficou pronto, coloquei ele em uma xícara, peguei um cigarro no maço que estava em cima do balcão junto com o isqueiro e caminhei até a porta de vidro, quando abri a porta fui contemplada com uma brisa fria acariciando meu rosto quente, dei alguns passos e me sentei na poltrona para tomar meu café da manhã como fazia todos os dias.Me ajeitei na poltrona, puxei as mangas do blusão que usava, e comecei a contemplar a paisagem que tinha, eu conseguia ver muito além das árvores que cercavam meu quintal.
Me levantei e caminhei em direção a Biblioteca, eu tinha alguns trabalhos para fazer, abri a grande porta de madeira com o desenho de duas fênix entalhadas uma em cada parte da porta de um marrom escuro. Havia várias estantes que vão do chão até o teto , com milhares de livros, ao fundo uma lareira que pega boa parte da parede e nas suas pontas , duas estátuas de guardas com detalhes perfeitos. No centro uma grande mesa de madeira, com dragões entalhados nos pés, alguns livros estavam jogados em cima da mesa, junto com um notebook, uma luminária e alguns papéis empilhados . Sentei na cadeira, me ajeitei nela, e comecei a ler alguns papeis que os conselheiros mandavam para que eu ficasse por dentro do que acontecia dentro da nossa cidade, eram os mesmos papéis de sempre, os mesmos assuntos, os mesmos problemas, e eu mais uma vez acabei me afundando na pilha de papéis sem prestar atenção no horário.
- Droga! Me atrasei novamente - falei jogando alguns papéis de lado e me levantando, subi as escadas rapidamente e entrei no quarto e fui para o banheiro.
Tomei um banho , abri as portas do guarda roupa, peguei a primeira calça que vi, uma blusa regata branca e vesti, coloquei meu sobretudo preto, e minha bota preta de cano curto, estava realmente frio, mas eu não me incomodava.
Peguei a mochila e sai em direção da escada, desci contando cada degrau, passei pela sala, peguei a chave da porta e sai correndo pelo caminho de folhas e cascalhos .
As árvores que cercavam o caminho sumiam quando chegava em sua metade dentro da neblina, não havia pássaros cantando e existia poucas flores no caminho até a escola, depois de cinco minutos andando cheguei em frente ao portão da escola e eu pensei olhando para o pátio, por quantas escolas eu já tinha passado e por quantos portões eu já não tinha entrado?
Balancei a cabeça de um lado para o outro afastando o pensamento e segui andando para minha sala. Quando entrei já tinha alguns alunos nela, segui fazendo meu caminho normal até a última mesa da fileira da janela.
Derrepente senti um cheiro familiar, e que odiava, mas não podia ser ,o que ele estaria fazendo ali? Como ousa entrar aonde eu estou ? E então escuto cada passo dado por ele, sinto sua respiração e mesmo não vendo sei que carrega um sorriso irônico em seu rosto, a cada passo dado para mais perto da sala, meu coração acelerava, o único pensamento que passava em minha cabeça era: "Eu irei matar ele."
Foi quando ele entrou na sala, com o maldito sorriso no rosto e olhando fixamente para dentro dos meus olhos.
Fechei os punhos ao lado do meu corpo, ao mesmo tempo que tentava me controlar.
Eu não podia matar -lo naquele lugar, não podia encostar nele.
Ele sentou cinco cadeiras a frente da minha, e eu sentia sua respiração, quase podia ouvir seus pensamentos, tentava disfarçar a vontade arrastar -lo dali, mas vi que foi em vão quando Ciam o professor de história falou:
- Você está bem Kira? Olhando em minha direção com preocupação no olhar.
Me despertei dos meus pensamentos e respondi:
-Não, desculpa tenho que sair - levanto da mesa e saio pela porta.
Como ele ousa aparecer na minha frente com aquele maldito sorriso, como ele me enfrenta dessa maneira depois de tudo que fez? Eu juro que vou matar ele, bem lentamente, até ele implorar que o mate de uma vez. Estava correndo para fora do portão, tinha que ir para a floresta, precisava da paz que a floresta me oferecia, segui o caminho de cascalhos que sempre fazia e entrei na floresta, a cada passo para dentro dela era como se o ódio que tinha dentro de mim fosse se esgotando, eu sentia o cheiro de terra úmida , o movimento de cada animal a minha volta, sentia o cheiro apurado de cada planta e árvore ao meu redor.
Corria cada vez mais rápido, mais rápido, até finalmente parar em frente ao penhasco, tinha um pouco menos de seis passos até o seu final, conseguia sentir a brisa fria me alisando o rosto, o barulho da floresta atrás de mim, e tudo se misturou com meus sentimentos, e eu cai de joelhos quando soltei um uivo que mais parecia um grito de dor.
Johnny me pegaria com a vida por isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lycan's - O último guardião
WerewolfKira é a décima primeira conselheira de seu clã, os Lycan's, e em todos os séculos de sua existência ela sempre foi a melhor de seu clã, esteve em milhares de guerras onde comandava os exércitos de , e quando finalmente houve paz em seu mundo, ela c...