Capítulo 8

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CAPITULO REVISADO


Sexta

Sexta-feira chegou mais rápido do que eu pude imaginar. Hoje era o dia do meu encontro, espera, podemos chamar de encontro? Hoje não irei a aula, pois a Letícia fez questão de me arrumar e ela mesmo disse que hoje seria meu dia de beleza. Depois de me ''produzir'', Letícia irá fazer minha maquiagem.

-Prontinho. Você está linda. -Ela falou dando o último retoque na maquiagem.

-Nossa eu não estou nada.... Horrível. -Falei me olhando no espelho.

-Você está mais linda do que já é. -Falou dando um sorriso.

Peguei minha bolsa e coloquei o necessário e fiquei a espera dele.

-Minha lagartinha está virando uma borboleta. -Falou fingindo está enxugando uma lágrima falsa. Rimos.

-Que dramática. -Falei rindo. A campainha tocou e nos entreolhamos, pois sabíamos quem era.

-Fica aqui, que eu vou te chamar e ai você desce como se estivesse em um filme romântico, onde o príncipe encantado busca a princesa para o primeiro encontro. -Ela disse batendo palminhas e dando pulos. Nem um pouco iludida, magina.

(...)

Estava descendo as escadas. Todos me olhavam. Minha mãe, meu irmão, a Letícia e principalmente o Augusto, que estava de boca aberta. Parecia que eu estava em um filme onde essa era uma das cenas mais clichês que você veria. 

-Tia, me arranje um balde por que ele está babando demais. -Letícia falou e todos riram.

-Você está linda. -Augusto disso e deu um sorriso de lado. 

-Obrigada. -Abaixei a cabeça pois eu estava extremamente corada. Esse era o primeiro elogio que eu recebo em toda a minha vida de uma pessoa que não seja da minha família.

-Vamos ? -Falei.

-Sim. -Me despedi de todos e fomos. Ele abriu a porta do carro pra mim e entrei.

-Para onde vamos?

-Surpresa. -Deu seu típico sorriso de lado.

O caminho foi feito em silêncio, eu estava analisando os meus pulsos e logo vi que estávamos nos aproximando de um restaurante perto de um lago muito lindo por sinal. 

-Chegamos. -Ele disse enquanto estacionava o carro.

Descemos do carro e entramos no restaurante. Fizemos nossos pedidos e eu fiquei fitando o mar.

-Então... Me fale sobre você. -Augusto falou me tirando dos meus pensamentos.

-Não tenho muito o que dizer sobre mim.

-Você tem sonhos?

-Meu único sonho é ser feliz. Não sou muito de criar sonhos, sou mais deixar o futuro me surpreender. E os seus ? -Falei.

-Casar. -Fomos interrompidos pelo o garçom trazendo nossos pedidos tinham chegado.

-Do que você gosta? -Ele falou.

-Séries, livros...

-Sério!? Eu também. Vamos dar uma volta pelo lago? -Ele perguntou já se levantando e eu assenti. Terminamos de comer e Augusto pediu a conta. Eu confesso, eu nunca tinha vindo na nesse lago antes, na verdade, não ando muito pela minha cidade. 

-Anne, me conte sobre você.

-O que você quer saber? -Perguntei olhando as pessoas que tinham naquela região. 

-De tudo.

-Posso confiar em você?

-Claro que pode. -Ele falou.

Nós nos sentamos na beira do lago e eu contei tudo pra ele. Ele poderia ser um completo estranho pra mim, mas eu confio nele e sei que ele não seria capaz de me machucar.

-Anne. Eu não sei o que dizer.

-Pois então, agora você sabe sobre mim. -Falei fitando o mar. Hoje eu estava muito pensativa, não sei o que estava acontecendo comigo naquele momento. 

-Anne...- me virei para ele. -Você sabe meu nome, minha idade, mas quero que saiba mais de mim. Sou uma pessoa que não sou nada bom com palavras, muito tímido também, quase nunca falo com garotas. Mas com você foi tão diferente, sinto que posso confiar em ti, contar meus maiores e mais preciosos segredos pois sei que não irá contar nem pra sua própria sombra. Sinto também que você pode me entender mais do que ninguém nesse mundo e também me ajudar. Saiba que meu intuito nunca via ser te magoar, quero sempre te ter por perto. Sei que isso pode ser estranho e que nós nos conhecemos a pouco tempo mas, eu sinto que conheço você de algum lugar, de outro mundo, de outra vida. -Ele disse pra mim e fiquei em silêncio, não sabia o que dizer para a pessoa que se encontrava a minha frente. Sinceramente, não esperava por isso. 

-Também sinto a mesma coisa. -Falei mesmo ainda sem saber o que dizer.

-Posso te perguntar algo? -Assenti e ele continuou. -Posso te beijar? -Disse se aproximando. 

-Ah...hm...é..s-sim.  -Respondi mesmo nunca tendo beijado alguém na vida antes. Nos meus pensamentos, quem iria querer beijar uma pessoa como eu? Ninguém, mas Augusto foi o primeiro. 

Ele chegou perto de mim e eu pude sentir sua respiração, seu coração se encontrava acelerado demais e sentir aquilo, me fez sorri. Nos beijamos e foi tão maravilhoso aquele beijo calmo e lento. Quando nossas bocas se tocaram, parecia que tudo fazia sentido, como se o mundo tivesse parado e como se existisse só nós dois naquele momento. Nossas bocas se encaixavam perfeitamente como se fossem feitas uma para a outra. Nosso beijo parecia ter uma conexão muito forte o qual não sabíamos o que era ou o que causava isso, amor talvez. O que será que fomos no passado? Será que o destino está pregando mais uma de suas peças em mim?

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