Capítulo 25

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CAPÍTULO REVISADO. 


Acordei com o barulho ensurdecer do despertador avisando que já era seis horas da manhã e que eu teria que levantar para poder viver a vida. Desnecessário? Muito mais do que sim! Levante-me e tomei um banho quente, mesmo sentindo a ardência nos braços por causa dos meus novos cortes.

-Bom dia Letícia! -Falei pegando minha bolsa que estava no sofá. 

-Bom dia Anne! -Falou-se virando pra mim. -Nossa! Resolveu voltar a ser a velha Anne? Nunca mais te vi usando pulseiras ou blusas de manga longa! 

-Ah, sim...Mudar é sempre bom. -Dei um sorriso amarelo e torci para que ela não tivesse percebido. -Vamos? 

-Sim!


(...)

Chegamos na faculdade em alguns minutos e fui para minha sala sozinha enquanto Letícia foi para a sala com seu namorado. Olhei de longe e percebi que Mike estava vindo em minha direção e sabia que ele iria me perguntar sobre ontem, merda!  

-Você está bem? -Mike falou. 

-Por que eu não estaria? Estou ótima! 

-Sobre ontem, o que aconteceu? 

-Mike, me desculpe mas, não quero falar sobre isso tão cedo para alguém! Tenho que ir pra minha sala. -Falei e ele assentiu de cabeça baixa. 

-Aliás, está linda com seu novo visual! -Gritou e vi algumas pessoas olhando em minha direção, Mike ás vezes consegue ser completamente louco! 

Entrei na minha sala quase vazia e sentei no meu lugar de costume, Carol estava sentada atrás de mim mas fingi não ligar ou me importar com ela ali. O professor entrou na sala e começou a copiar no quadro,  eu estava concentrada quando ouvi sussurros. De imediato, não liguei, mas depois de continuar escutando, virei-me para trás. 

-Anne, ei.. -Carol falou baixinho.

-O que foi? 

-Você não sabe o que aconteceu! Estou tão feliz. -Disse com um grande sorriso e eu já podia imaginar. Ela me mostrou seu deu e havia um grande anel lindo e prata em seu dedo, seus olhos brilhavam e ela parecia estar muito apaixonada. 

-Parabéns amiga! Desejo-te tudo de bom! Foi Augusto que te deu? -Perguntei inocentemente, nem ela e nem Mike sabiam que eu já havia namorado com Augusto e que um dia ele me fez sofrer tanto. 

-Sim

-Faça-o feliz! -Sorri e ela retribuiu o mesmo. 

-A propósito, gostei do seu novo visual! Combinou muito mais com você! 

-Obrigada, eu acho. -Dei um sorriso fraco.

(...)

Sentei-me embaixo de uma árvore que tinha no Campus de Brasília, acho que deu pra perceber que eu amava a natureza, não é? Eu olhava fixamente para um lugar incerto, não tinha ponto fixo, mas eu estava distraída dentro de meus pensamentos quando ouço alguém me chamar. 

-Anne? -Nick falou. 

-Hum?

-Você estás a olhar para um ponto fixo a mais de cinco minutos, estás bem? 

-Não aconteceu nada, só estou pensando na vida e dormindo de olhos abertos. -Falei dando um sorriso fraco e tirei meu casaco para amarrar na minha cintura. Letícia chegou logo em seguida com nossos lanches e sentou-se no gramado conosco, estendi meu braço para pegar o lanche ela acabou vendo alguns arranhões que as pulseiras não tampavam. 

-Anne, o que é isso? Não me diga que voltou a fazer. -Falou já ficando com raiva e escondi meus braços.

-Não é nada Letícia! -Falei tentando contê-la e ela puxou meu braço com muita força no mesmo instante que Mike chegou. 

-Tire as pulseiras agora! -Ordenou. 

-Não irei tirá-las, já falei que não estou escondendo nada.

-Se você tirar, eu irei tirá-las! Não me faça fazer isso na frente de todos Anne! -Disse e percebi que ela estava mesmo com muita raiva. -Tire-as agora, se você não tem nada a me esconder. -Falou e eu lentamente tirei todas as pulseiras e joguei-as em seu colo. Seus olhos, assim como os meus, encheram-se de lágrimas depois que ela e todos presentes ali viram o que havia nos meus pulsos e em algumas partes do meu braço. -Por que fez isso? 

-Me desculpe Letícia! -Levante-me e saí dali o mais de pressa possível. Mike e Nick se entreolhavam e nos olhavam sem entender absolutamente nada. Eu estava com tanta pressa, que acabei esbarrado em alguém. -D-desculpe-me. -Falei chorando ainda com a cabeça baixa e quando olhei pra cima olhei os mesmos olhos verdes encarando-me e logo seus olhos foram para meus pulsos. 

-Anne...

-Não dirija mais a palavra a mim. -Tentei me soltar dele mas não consegui. -Solte-me agora! -Ele me soltou e consegui correr até meu carro. Algumas pessoas em volta olharam para nós e Carol, assim como todos, estavam sem entender nada. 



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