CAPÍTULO REVISADO.
As pessoas se encontravam ao redor de Anne, todos vieram para dar seu último adeus a ruiva de olhos verdes. Era quase inacreditável ver que uma pessoa tão jovem e bela pode tirar a sua vida de um jeito tão horrível e doloroso. A dor agora pairava naquela sala fria em tons de branco gélido, era como se fosse o céu na terra ou talvez o próprio céu de Anne. Ver quem se ama nessas condições não é fácil.
As palavras machucam, destroem e acabam -literalmente- com a sua vida. Devemos saber medir o que falar ou não. A culpa estava no coração e na alma de cada naquele momento e apenas perceberam o quanto fizeram mal á ela. Eles devem estar se perguntando o quanto foram maus, o quanto a fizeram sofrer com tudo isso.
Quando uma pessoa é especial para nós demora muito para esquecermos a mesma. Anne seria uma dessas pessoas, pois ela era especial até pra quem não a conhecia. Agora o rancor e a raiva passada não importava mais, nem todas as palavras ditas ou sentimentos vividos, nem mesmo todas as brigas já tidas no passado. Era uma vida a qual estava indo embora, uma história destruída e mais uma vítima da mente.
Até quando iríamos perder quem amamos por isso?
Lágrimas e soluços, não havia mais o que falar e sim o que sentir. E mesmo o silêncio tomando conta do lugar, as palavras ditas em suas mentes eram mais intensas do que qualquer outra coisa. Sim, ela estava indo embora e ninguém quer aceitar esse fato cruel. É uma verdade que ninguém consegue lidar, talvez sim mas ainda dói. A morte é algo que nem todos aceitam de verdade.
-Senhora Stonne, podemos desligar os aparelhos? -Um médico pergunta a mãe de Anne.
-Sim. -A voz de dor foi ouvida.
Todos se entreolharam e o desespero tomou conta. Estava acontecendo e ninguém poderia parar aquela situação. Inaceitável, era o que todos pensavam naquele momento. As lágrimas aumentaram, assim como a dor presente. Era a verdade surgindo em apenas um minuto e com um puxão nos fios ela se foi. Ainda havia esperança em alguns de que ela poderia voltar a vida e ver a luz novamente. Aquelas coisas inexplicáveis e milagrosas que somente acontecem em filmes, mas nada aconteceu naquele quarto. O frio da morte estava presente naquele quarto, assim como o vento que entrava pela janela entreaberta no canto direito. Até a natureza já estava sentindo a falta de Anne, ela era mesmo uma pessoa especial.
A esperança é a última que morre.
Esperavam de todos os jeitos ela pular daquela cama e dizer que tudo não passou de uma péssima brincadeira, uma pegadinha de mal gosto e mau feita. Todos esperando ela levantar e dizer-lhes um pedido sincero de desculpas seguido de um riso travesso no rosto, que apenas ela possuía. Acordar do sono profundo e pedir desculpas por todo o sofrimento que foi causado naquela lágrima, ou levantar enxugando todas as lágrimas de seus respectivos olhos. Não. E tudo o que puderam ouvir naquele momento entre gritos foi o último suspiro vindo dela. O seu adeus. Parecia não ter fim toda aquela dor e os minutos mais pareciam séculos em câmera lenta na cabeça de cada um.
Ela se foi, assim como todas as coisas já sentidas. Se foi e levou um pedaço de cada um naquela sala, outros foram por inteiros porque não aguentaram tamanha dor. Gritos silenciosos em mentes insanas, adeus.
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Além dos Cortes
Teen FictionA vida tem dessas não é? Mudar quando menos esperamos e quando nos damos conta o nosso mundo está de cabeça pra baixo. A típica adolecente de quinze anos solitária, Anne Stonne, possuí olhos verdes e cabelos vermelhos como o fogo. Também denominada...